quinta-feira, 11 de novembro de 2010

AMANTES - 25 -

- Juliana Baroni -
- 25 -
Às 17 horas, horário local, chegava a Fiumicino o vôo regular que levava entre tantos outros passageiros os três brasileiros; Vera Muniz, Silas Albuquerque e Diomedes Nogueira, esse conhecido popularmente pela alcunha de Molambo. Todos eles trajavam esmeradas roupas, desde Vera Muniz com vestes de seda, a Silas e Molambo, trajando roupas em negro com um cachecol em volta do pescoço também em negro. Por entre as aberturas dos sobretudos que cada um dos homens vestia, notavam-se camisas de linho de cor branca. Sapatos pretos, meias de seda também de igual cor. E para sofisticação a mais Silas conduzia uma bengala de cor negra tendo deixado com Molambo uma mala 007. Com todo o orgulho, Molambo conduzia essa mala como se estivesse conduzindo o mundo em suas mãos. O Aeroporto Internacional Leonardo da Vinci ficava a trinta e cinco quilômetros do centro histórico da cidade.

Roma tem o seu núcleo urbano ao longo do rio Tibre. O inverno marca no mês de janeiro com temperatura chegando a zero e marca gelada. É comum chover nessa época do ano. Mas em julho tem início o verão com pouca umidade. Nesse período de verão é comum ter sol a aproximadamente às 9 horas da noite. Por isso mesmo os jovens amantes partiram para Roma no mês de julho. Era a companhia o velho Diomedes Nogueira, o popular Molambo. De início, os três viajantes foram para um hotel de classe. Por essa primeira tarde e noite aproveitaram para repousar e ver alguns dos imponentes monumentos existentes na Cidade Eterna. Era pouco tempo para se ver de tudo. Por isso, eles tiraram uns poucos depois de fazer um repasto em uma estalagem do século XVIII, porém moderníssima para os dias que o casal de amantes e Molambo estava a desfrutar. Algo como La Cucina a Roma de salutar cardápio. Dalí em diante os três companheiros visitaram casas noturnas e mais alguma das atrações que Roma oferecia. Eles voltaram tão logo puderam em taxis para o repouso da madrugada já então satisfeitos do que viram à noite primeira onde tudo era festa.

Manha por volta das nove horas, o trio seguiu para a sede da Agencia Pomar, em Roma, centro da cidade. Os amantes puseram a trabalhar, depois de se identificar que eram brasileiros e estavam a serviço da agencia da qual Vera Muniz era a Presidente. O velho Diomedes, trajando o seu fraque e com a bolsa 007 ao seu lado, foi com os amantes tendo ficado ao lado para atender a alguma solicitação de urgência feita por Silas Albuquerque. O prédio da Agencia Pomar era antigo, porém acolhedor. Os funcionários foram bem dispostos em atender a todos os pedidos que o grupo fez. O caso era bem mais simples do que Vera e Silas pensavam. Ao final da tarde, depois da hora do almoço, tudo estava terminado. Então o casal e o velho Diomedes puderam visitar os locais nobres de Roma. A capital da Itália, com sede na província de Lácio era o que se falava: a Cidade Eterna. O centro histórico com as suas sete colinas: Palatino, Aventino, Campidoglio, Quirinale, Viminale, Esquilino, e Celio. Este era o primeiro passo para o casal e o velho visitarem. Silas não se cansava em ouvir do velho Diomedes:

--- Mas é magnífico!!! – dizia o velho assoberbado.

Aquilo era a história de mais de dois mil anos: Reino de Roma, República Romana e Império Romano. Foi assim que Roma se tornou República Italiana. No interior da cidade encontra-se o Estado do Vaticano, a residência do Papa. Roma é uma das cidades com maior importância na História mundial. Do Império Romano encontra-se velhas ruínas e monumentos. Vera, Silas e Diomedes ver de perto as pinturas que retratavam a história antiga do império romano. A se ver a cidade de um alto podia-se identificar o velho passado historio da capital da Itália. A partir da Basílica de São Pedro avistava-se um panorama monumental da capital do País onde havia um labirinto de casas de moradia e de comercio. Na verdade a cidade cresceu pela invasão de centenas de milhares habitantes que se projetaram pelo rio Tibre e ocuparam seus espaços por todo o recanto. Era a invasão dos bárbaros, ou seja, povo que não seguia a religião da época.

No dia seguinte, pela manhã logo cedo, os visitantes seguiram o trajeto que deveriam ter, em visitar tais velhos espaços. A Prefeitura de Roma, o Coliseu romano, o Metropolitana de Roma, a Estação Termini, o Centro Histórico, a Basílica de São Pedro, o Panteão, a Fontana de Trevi, o Templo de Saturno, o Castelo de Santo Ângelo, o Palácio do Quirinal entre outros grandiosos monumentos que ao tempo perduravam.

--- Um dia só não dá para ver tudo o que Roma tem. – declarou Vera Muniz. Em sua companhia seguia um cicerone italiano mostrando o que de mais impressionante a cidade guardava. Um quadro que impressionou sobremaneira a visitante da Cidade Eterna foi um da Crucificação de Jesus Cristo feito por Diego Velásquez. As Catacumbas de Roma, local que serviu de cemitério subterrâneo aos primeiros cristãos foi algo que por demais impressionou Silas Albuquerque. A mais visitadas em todo o mundo é a de São Calisto, na região central de Roma. Cerca de vinte mil pessoas estão enterradas nesse local. O local é considerado santo, pois ali estão sepultados corpos de pessoas que viveram na época de Jesus Cristo. Outra catacumba famosa é a de Santa Priscila. Tais catacumbas foram construídas cinco andares abaixo da terra. Mais de vinte quilômetros de corredores levam aos diversos túmulos. No tempo em que Silas, Vera Muniz e Diomedes visitaram o local algumas dessas catacumbas estavam abertas aos turistas.

Ao fim do dia Vera disse a Silas que teriam que ir a Veneza, pois o certame da mostra somente aconteceria de agosto a setembro daquele ano. E a produção não ficara concluída para ser exibida em um Festival de Cinema. Mesmo assim, ela passaria por Veneza, pois o roteiro indicava passar da cidade. E os três turistas visitariam o Palácio do Cinema edificado e aberto ao público desde 1932. Afinal, Veneza era um centro turístico de real beleza. A Praça de São Marcos era um dos mais importantes monumentos de sua história. A cidade histórica ocupa uma localização excepcional numa lagoa no Mar Adriático. O principal núcleo da cidade de Veneza é constituído por um conjunto de ilhas no centro da lagoa. Em se olhar do alto a cidade há de se ver um conjuntos de edifícios em torno do rio Ádige. Entre as diversas lagoas que tem a cidade pode-se citar: Lido, Murano, Burano e Torcello. Quem vai a Veneza tem o dever de fazer a sua travessia de gôndola. Mesmo assim, há a travessia de barcos-taxis entre áreas da cidade. Um aeroporto, o Marco Pólo, serve também para os turistas. Para quem prefere ir de táxis, em Veneza existe muito pouco. A cidade foi construída sobre a água. A Ponte dos Suspiros é a mais freqüentada pelos turistas, pois os amantes e dois acompanhantes estiveram a visitar esse local. E os turistas brasileiros tiveram a oportunidade de conhecer a Basílica de Santa Maria da Saúde, a Ponte Rialto e as tradicionais gôndolas venezianas. Vera Muniz fez o seu breve segredo a Silas:

--- Pena que não temos um Leão de Ouro para comemorar. – sorriu Vera com forma amistosa.

--- Nem o de Prata. – sorriu Silas Albuquerque.

Para se chegar à Turquia, via aérea, tem que se começar pela capital do País, Ancara. Depois de um pernoite em hotel da cidade, toma-se outro vôo para a cidade de Anatólia. É impressionante o que os nobres turistas visionaram de imediato: as torres das Mesquitas. O governo é parlamentarista, a moeda é a Lira turca, o idioma é o turco, porém a religião é Mulçumana, com 99,8% de mulçumanos. Apenas 0,2 por cento de católicos e judeus. Quem viajava a Turquia, pegando o destino de Ancara, já sabe: quer conhecer a Capadócia. A população da região não chega a um milhar de habitantes. O nome de Capadócia nem sequer tem em todos os mapas da história. No local são formações geológicas, conseqüência de fenômenos vulcânicos. Que vê do alto Capadócia enxerga apenas montanhas:

--- Aquela é Capadócia; - relatou Vera Muniz ao seu marido.

--- Puxa. Eu fazia outra coisa. – respondeu Silas de boca aberta.

--- Nem se incomode. Pois tem muita habitação para se ver. – sorriu Vera se tranqüilizado.

--- Espero. Espero. – sorriu Silas a mulher.

--- Aquele monte de cupim, pois se parece com cupim mesmo, foi tombado pela UNESCO. – reportou Vera.

--- São habitações trogloditas. – pensou Silas um tanto acanhado.

--- Mas é uma região habitada há milhares de anos. – ponderou a mulher.

--- E como se faz habitação ali? – indagou Silas a mulher.

--- A região foi habitada pelos os Hititas. E suas formas geológicas permitiram aos homens nativos construir habitações escavando o calcário em lugar de erigis edifícios. – relatou Vera.

--- O que é Capadócia? – indagou Silas.

--- Terra de cavalos de raça. – explicou a amante.

Silas sorriu com o seu significado bastante elementar. O avião seguiu reto e Silas pode olhar que toa a região era em um planalto. Ele avistava um vulcão desativado e a vista de um vale. O velho Diomedes estava a dormir na poltrona do avião e nada do monumento universal ele pode observar. Quando os passageiros chegaram a Anatólio foi o tempo de Diomedes acordar. E Vera sorriu encantada com o comportamento de Molambo na reta daquela viagem. O sono talvez fosse conseqüência da viagem cansativa que os três amigos fizeram desde Roma a Veneza e então a Turquia. Meio descontrolado com os solavancos do aparelho, Molambo, ao despertar ainda perguntou:

--- Estamos no Rio? – indagou Molambo assustado.

--- Que rio? – respondeu sorrindo o seu companheiro de viagem.

Enorme gargalhada se fez presente pela voz de Vera Muniz.

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