quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

RIBEIRA - 257

DALVA DE OLIVEIRA
Dalva nasceu no dia 5 de maio de 1917 na cidade de Rio Claro, no interior de São Paulo. Intérprete de música popular brasileira, tinha uma extensão de voz que ía do contralto ao soprano. Dalva marcou época como intérprete e uma das grandes estrelas dos anos 40 e 50. Filha de um carpinteiro e clarinetista, nas horas vagas, Mário Antônio de Oliveira, e da portuguesa Alice do Espírito Santo Oliveira, teve mais três irmãs, Nair, Margarida e Lila. As três filhas entraram para um Internato das Irmãs e Caridade, o Internato Tamandaré, onde Dalva teve aulas de piano, órgão e canto. Devido a uma séria infecção nos olhos, ela saiu do Internato bem moça, uma menina, em 1928. Aos 14 anos começou a trabalhar como arrumadeira, como babá e ajudante de cozinha em restaurantes. Logo depois conseguiu um emprego de faxineira em uma escola de dança onde havia um piano e, dona de uma poderosa voz, iniciou asua carreira. Passou a usar o nome de Dalva, sugerido por sua mãe, pois um seu amigo empresário nao achava que seu nome, Vicentina de Paula Oliveira, não era bom para uma cantora. Dalva foi aconselhada para ir para o Rio de Janeiro, pois na Capital Federal teria mais chances, e transferiu-se para o Rio com a sua família, em 1934, na tentativa de deslanchar artísticamente como cantora. Empregou-se como costureira numa fabrica de chinelos, da qual um dos proprietários, Milton Guita era diretor da Rádio Ipanema, a atual Mauá, e este convidou-a para um teste na emissora. Aprovada, logo depois transferiu-se para as Rádios Sociedade e Cruzeiro do Sul, onde cantou ao lado de Noel Rosa. Depois, passou pela Rádio Phillips e finalmente conseguiu trabalho na Rádio Mayrink Veiga. Dalva de Oliveira trabalhou, em 1936, na temporada popular da Casa de Caboclo, do Teatro Fênix, onde atuou o lado de Jararaca e Ratinho, Alvarenga e Ranchinho, Ema D'Ávila e muitos outros artistas da época que faziam sucesso. Já no mesmo período, trabalhou na Cancela, em São Cristóvão, num teatro regional onde ela apresentava números imitando a atriz Dorothy Lamour, e lá conheceu Herivelto Martins, com que formou o Trio de Ouro, de maior sucesso, com sua voz de soprano se sobresaindo no grupo, haja vista "Ave Maria", "Ave Maria no Morro". Em 1937, Dalva se casou com Herivelto com quem teve seus dois filhos, o cantor Pery Ribeiro e o produtor de tv, Ubiratã. O trio gravou seu primeiro disco em 1937 na RCA Victor, com as músicas "Itaguaí" e "Ceci e Peri", razao do nome do seu primeiro filho, Pery Ribeiro. Logo então, o Trio transferiu-se para a Radio Tupy e para a gravadora Odeon. Dalva de Oliveira participou do filme "Barlim na Batucada", em 1944, quando o Brasil lutava no front e Berlim era um inimigoe no filme "Caídos do Céu, em 1946, depois da II Grande Guerra Mundial. Veio o ano de 1947, e Dalva de Oliveira se separou de Herivelto Martins, depois de calorosa briga familiar, porém nunca esqueceu de cantar em suas músicas o amor que sentia por ele, notando-se "Errei, sim", "Segredo" e tantos outros êxitos de sua espinhosa carreira. Somente dois anos depois dessa separação, Dalva de Oliveira veio a conhecer o argentino Tito Clement, com quem casou e foram morar em Buenos Ayres. Porém, como disse em uma de suas melódias, "A Bahia te espera", e, com ceteza Dalva retornou ao Brasil, em 1950. Na sua terra, ela cantou inúmeras canções, sempre de grande êxito, como "Fim de Comédia", "Tudo Acabado" e "Que será" deixando por dentro à sombra de um grande amor que um dia teve fim. O casamento com Tito Clement durou até 1963, quando Dalva se separou. Em sua vida, veio Manoel Carpinteiro e também um grave acidente de automovel, em 1965, que há fez abandonar a carreira por um bom período. Foi Max Nunes e Laércio Alves, em 1970, que compuseram sua última canção e que ez voltar ao verdadeiro sucesso até hoje lembrada: "Bandeira Branca" que não deixa de ser uma evocação ao seu velho e primeiro amor. Morando em uma confortável casa no bairro carioca de Jacarepeguá, no Rio de Janeiro, Dalva de Oliveira fez apresentações no Teatro Tereza Raquel e em vários programas de televisão e em shows, vindo a falecer dois anos depois, em 31 de agosto de 1972, vítima de hemorragia do esôfago. Dalva de Oliveira deixou como herança o fascínio que exerceu sobre o seu público e a influência sobre cantoras do porte de Elizeth Cardoso, Angela Maria e Elis Regina, as quais reconheciam admirá-la e tê-la ouvido muitas vezes antes de definir o seu próprio estilo. Dalva foi proclamada a Raínha do Rádio.

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