sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

RIBEIRA - 248 -

ONIBUS DE NATAL
Ora vejam só!!! Em 1946, um ano depois da Segunda Guerra Mundial, em Natal (Rn) já circulava um ônibus fazendo a linha Rocas-Quintas. Isso é de admirar porque o Bonde ainda estava à todo vapor nesse tempo, vindo a sumir em 1956. Porém, quando o Bonde deixou de circular em suas linhas da Ribeira, Cidade, Alecrim, Lagoa Seca, Tirol e Petrópolis era porque, por esse tempo já havia os "caras-curtas", ônibus de fabricação da FNM, circulando pela cidade. Mesmo assim, a Companhia Força e Luz Nordeste do Brasil, acabara ou estava acabando o seu contrato com o Governo. Porém, sabe-se que até 1970 ainda havia luz eletrica nos postes das ruas, quase apagando. Em 1960, já era tempo de desligar rádios, geladeiras e outros coisas que utilizavam a energia elétrica, porque a luz nao dava mais para acender. Mesmo assim, nas ruas que levavam desde as Rocas até as Quintas, já circulavam carros, modelo Ford, comendo óleo cru, cara cumprida, fazendo a linha desde 1946. As Quintas eram um sonho. Poucas casas, quase nenhuma rua, um hospital para o trato dos portadores de tuberculose. Já no fim daquilo que se chamaria bairro com o decorrer do tempo, bem mais além, tinha o Leprosário de Natal. Uma região que não havia casa de jeito nenhum, pois o que se sabia era que a doença pegava mesmo com o vento. Quem era morador do Leprosário, não saia jamais dos seus cubículos, casa mal-assombrada e quem prestava serviço alí, era outro morador daquela casa, pois nem hospital seria desse modo. Carros vinham do interior, passando por longe, na estrada que levava à Peixe-Boi, um arremedo de casebres feitos de palha. E seguiam até encontrar o terminal que seria de ônibus. Então, se estava nas Quintas. Esse nome provem de um local pedido em sesmaria por um português que pagava um quinto do que lhe rendia a safra todos os finais de ano. De quinto ficou Quintas. Com o tempo, toda a região foi tomada por outros criadores e fazendeiros. Eles eram donos das terras e com o passar do tempo, foi se firmando até chegar ao que em 1946 era chamada de Quintas. Mesmo assim, antes de ser o que era chamada, podia-se dizer que o local também era conhecido como a Tração, pois em frente à Base Naval os trens faziam a tração, engatando os carros para voltar à Ribeira, de onde partiam com destino ao Recife (Pe). Por isso, antes de ser Quintas, o bairro se chamava de Tração. Porém, a tração findou com o término dos trens, e as Quintas tomou lugar definitivamente. E o ônibus Rocas-Quintas conquistou o seu espaço, apesar de ter que enfrentar, nas Rocas, um grande lamaçal quando a maré estava cheia.

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