segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

RIBEIRA - 250

DIA DO REPÓRTER
A passagem hoje do Dia do Repórter - segundo consta do calendário brasileiro de eventos - é a oportunidade de cumprimentar esse profissional responsável pela elaboração das notícias que são veiculadas em jornais, revistas, programas jornalísticos de rádio e televisão e mais recentemente para os sites de conteúdo informativo, incluindo blogs. Para ser repórter, é necessário primeiramente cursar Faculdade de Jornalismo, o fato que me faz voltar no tempo, para lembrar a formatura ocorrida há 30 anos, da "Turma Berilo Wanderley", da UFRN. Era a primeira formada integralmente na Universidade Federal, após a absorção do curso, antes ministrado pela Faculdade de Jornalista "Eloy de Souza", da Fundação José Augusto. Foi lá, até em sinal de reconhecimento, que em 14 de dezembro 1979 ocorreu no Salão dos Grandes Atos, a aula da saudade, antecedendo a colação de grau no dia seguinte, na Praça Cívica do Campus Universitário, hoje denominada de concha acústica. Aula ministrada pelo professor José Bezerra Marinho e eu - representando os colegas. Sobre o homenageado fazia uma referência especial. "Para ele - dizia - a saudade maior. O eco inesquecível dos seus ensinamentos. Como numa tela imaginária, vemos passar as imagens de Charles Chaplin, ou do filme "O Encouraçado Potenkim", marco do cinema político, descrito e admirado pelo professor Berilo Wanderley. E aduzia, citando Ortega y Gasset - "Se o gênero humano fosse chamado a enviar aos habitantes de outra raça planetária o representante típico e exemplar do nosso Planeta, a quem pudesse escolher - o eleito seria um poeta. Segundo ele, não sendo escravo de nenhum tempo, ele é o senhor de todos os tempos". Na homenagem, avocamos uma mensagem que o professor Berilo Wanderley - falecido quatro meses antes, dia 20 de julho de 1979 - havia dirigido à turma de 1974 e que adaptada, cinco anos depois, ficava assim: "Lá se vão 29 companheiros de quatro anos de jornadear através de aulas, conceitos, teorias, jornais-laboratórios, experiências fascinantes de vida. Lá se vão. Eles se espalharão, se distanciarão, enveredarão pelas redações dos jornais, se adaptarão com o cheiro das tintas gráficas, o rumo das manchetes, criarão imagens vivas daqueles conceitos e teorias aprendidas na Casa. Outros abrirão outras portas, percorrerão outras salas de trabalho, mas nunca esquecidos das lições que aqui receberam, dos livros que aqui percorreram, dos professores que aqui escutaram. Lá se vão 29 companheiros. Durante quatro anos cultivaram nesta Escola as lições que ensinam que o Jornalismo é a mais bela e mais ousada opção para o homem do nosso tempo, que ama cavar a verdade, arrancá-la da terra e do coração dos homens; extraí-la do sangue das guerras e do suave sopro da paz e transformá-la em obra gráfica impressa para informar, tornando mais próximo o homem da Rua Soledade, em Natal, do homem da Rua do Gato que Pesca em Paris. O homem da esquina de Bangkok, do homem da esquina de São José de Mipibu. Nesta casa, aprenderam que Liberdade - essa palavra fugidia e tão buscada pelo homem de todos os recantos do mundo - encontra na imprensa o seu bastião de defesa, sua moradia impenetrável, que nem a bombas que "mente e sorri sem dente" e vai a todas as conferências e senta-se de todos os lados, consegue destruir. Nesta casa - concluía Berilo e repetíamos na aula da saudade - aprenderam que, através da Imprensa, os homens podem se tornar mais solidários, menos solitários; mais irmãos, menos esquivos; mais companheiros, menos desunidos. Os 30 anos da formatura deverão ser comemorados. E a iniciativa deve partir da maioria, pois foi nesse ano que as mulheres consolidaram a hegemonia nessa área: eram 15 a 14 - Arizela Cunha, Diana Maria Campos Nunes, Eliana Maria Tavares de Lima, Francisca das Chagas Cruz, Francisca Sirleidey Pereira, Grácia Maria Figueiredo de Farias, Lígia Maria da Silva, Maria Auxiliadora de Azevedo, Maria Auxiliadora Pinheiro, Maria das Graças Freire de Souza Santos, Maria de Fátima Fernandes, Maria Rosilda da Conceição, Miriam Moema Filgueira Pinheiro, Uilma Maria de Carvalho e Vânia Maria Marinho Fagundes. Éramos somente 14: Arnilton Cavalcanti Montenegro, Claudionor de Oliveira, Edmo Amorim das Virgens, Erivaldo Pinheiro Pinto, Francisco Lopes da Costa, João Batista Silva Júnior, José Aécio Avelino Costa, José Djalma do Nascimento, José Edvaldo Guimarães de Farias, José Flamínio de Oliveira, Roberto Luiz Ribeiro Viana, Rômulo Batista Nunes, Túlio Maurício de Sena Fernandes, e o orador que vos fala. (*) Wellington Medeiros

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