quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

LUZ DO SOL - 3

- AMANDA -
CONTO
A mulher era deslumbrante e bela, capaz de fazer qualquer homem enlouquecer de amor. Nas noites sombrias de verão, quando a luz da lua não era capaz de iluminar por momentos o ambiente de prazer e emoções, os olhos de Amanda, então, faziam o mesmo que a luz do sol cálido e sereno. Aos que ambicionavam a mulher fatal, tinham em seu prazer a mesma ventura de amar sem perder seus ideais notívagos. Nada além de um pouco de meiga ternura Amanda emprestava ao ambiente somado de cortinas vermelhas de veludo e almofadas de cetim. No quarto de alcova se podia notar no seu brilhante toalete o cheiro cativante dos perfumes que lhe ambientavam o prazer. Um abajur lilás fazia a festa do seu modo ambiental. Uma vitrola pequena e de modesto som, era o compasso de uma saudade estranha a todo aquele que se ambientava ao prazer sensual. Ilusões quiméricas faziam de cada amante o toque universal de letargia incontida. Em tudo o que se deleitava, tinha o afeto da mulher amada na verdadeira ânsia do aconchego fulgaz. Ternura de instante de um grandioso amor fascinava o amante a todo instante de prazer e de gozo. Em sua simplicidade de uma mulher meiga e encantadora, Amanda deleitava um gradioso sonho de amor fatal. Fascinante como alguém que chegara dos ninhos das vírgens de Salem. Para os amantes de alcova está com a núbia amante era o sentido do prazer inclemente e puro. Seu nome era pequenino e maravilhoso mais que a beleza ímpar e vulgar. Para quem seguia os seus passos, sempre haveria de saber que Amanda, quando não estava o seu coração palpitava a perguntar se ela estaria no colo de algum romântico amor. O sonho delirante vivia aos meigos de prazer ao dizer que naqueles braços aquecidos não tinha um senão e a promessa de fazer de tudo para que a mulher não pedisse nada além do seu legítimo amor. A pretendida ninfa de alcova sossegada tinha tudo o que ela desejava ter. Se acaso alguém chegasse ao seu ambiente de prazer insondado, estaria além de um horizonte belo que não caberia mais alguém no aconchego de viver em paz. A felicidade era então uma quimera para o amante verdadeiramente amado. E desejando amor eterno, o delirante fulgaz amante só pedia que a dama ficasse apenas com ele aos encantos de um efeitiçado ardor. O renascer desse amor era o encanto derradeiro da volúpia da qual o amante sentia o prazer total. Por fim, era Amanda o derradeiro feitio desse amado amor, muitas vezes que ao pranto lhe socorria um pouco de ternura sentida. E o amante queria apenas seu coração juntinho ao da senhora dos seus sonhos por apenas um sonho de um eterno sono. Aquele amor guardado era somente o da mulher amada. Frazes lindas e velhas de amor eram ditas pelos senhores dessas quimeras que norteavam a vida. O destino se abria ao sonhador o poder de escrever nos lábios da mulher as notas surdas de seus diletos encantos. No afan da desilusão, o nobre senhor apenas queria sentir o renascer de algo que há muito não sentia. As carícias naufragadas no afeto escondido fazia do nobre senhor cavalheiro um ser de volúpia e puro encanto. Era o êxtase do seu sentir ao seu final. E quem podia ser a dona daquele prazer contido era a divina senhora dos seus enigmaticos sortilégios de amor privado quando o jovem senhor imperfeito se tornou tão mais ardente e perfeito que os deuses. Então Amanda se sentia mulher. Ela viveria do renascer do amor que há tempos o amado nao sentia tal sublime prazer.

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