quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

LUZ DO SOL - 9

- OLGA -
CONTO
O trem fazia sua viagem com os seus passageiros de primeira e segunda classes, além de um vagão cheio de mudanças e outros com uma porção de gado a mugir no silêncio da noite. Em um dos vagões de segunda classe vinha Olga, passageira que embarcara no municipio de Capim e cujo destino era a capital do Estado. Por orientação de uma amiga de bordel, Olga deveria procurar uma pensão no bairro do Cruzeiro conhecida por ser a pensão mais autêntica para as damas da noite. A sua proprietária era dona Ritinha, mulher por demais conhecida de parte da população nobre da cidade. O trem tinha o seu terminal na estação de Varandas, uma terminal por demais conhecido. Da estação, Olga podia seguir em frente que, no final da rua principal ela encontraria a pensão de dona Ritinha. A viagem foi por demais cansativa, onde tudo era mal arrumado, uns caíndo por cima dos outros. O certo é que Olga fez a viagem e, com muito cansaço pegou no sono no meio do caminho. Então, a dama sonhou com algo que acontecera há tempos passados, quando era uma menina dos seus doze anos. No sonho ela via o seu irmão, Joca, indo a caminhar sorrateiro em companhia de sua prima, Mercedes procurando um matagal que existia no fundo do terreno onde Olga morava. Ela notou o caminhar de Joca e Mercedes, os dois juntinhos, entrando em uma moita de mato e se perdendo de vista. Nesse instante, Olga também seguiu o casal, dos seus 14 anos cada um. Olga entrando mata a dentro e se escondendo dos dois no meio de uns arbustos de média altura, onde poderia ver os dois sem ser notada. Quando Joca começou a bolinar sua prima, Olga ficou mais atenta pelo que os dois faziam. Ela notou o calção de Joca caído até a metade das suas pernas e Mercedes com a saia levantada até à cintura, deixando as suas calcinhas cair até metade de suas pernas. Nesse ponto, Olga começou a sorrir, porém baixinho, com a sua mão tapando a boca. Já por esse tempo Joca não perdia a vez, com Mercedes, sua prima, escorada em uma mangueira e ele a sacudir o corpo para frente e para trás. A menina olhava a tudo sem parrar de sorrir. Foi então, que Olga caiu na risada ao ver as nádegas de Joca a sacolejar como uma sanfona, pra frente e pra traz. E foi uma risada só que, neste ponto, o seu irmão virou e perguntou:
--- Quem está aí. - gritou Joca.
com cara de brabo e, deixando Mercedes de lado correu para a touceira de mato de onde alguém sorrira. Nesse mesmo instante, Mercedes arriou o vestido e subiu as suas calcinhas procurando sair por outro caminho e seguindo na carreira em direção oposta ao que chegara. Do seu lugar, Olga se levantou e também correu em direção a sua casa, com Joca que sabia quem era ela, a correr para pegara menina de qualquer jeito e sacudí-la com uns tabefes. Mas a menina foi mais ágil e chegou em casa primeiro, abrindo a porta de baixo com um chute, assustanto a sua própria mãe:
--- Oxente!!! Que é isso? Tá doida? - disse a sua mãe, espantada.
Em seguida, entrou o irmão como querendo agarrá a irmã qualquer preço para sacudir no chão de bofetes. E a mãe de ambos tornou a perguntar:
--- Tão doidos? Não se ajeitam? - falou a mãe dos dois.
A menina já estava escondida no seu quarto muito pobre até, deitada em cima da cama, encolhida, com os olhos esbugalhados, tremendo de medo, com as penas curvadas em forma de "U" e nem sabendo o que dizer. O seu irmão, Joca, entrou no quarto suado, com a cara de quem queria esfolá-la e pegou a menina pelo vestido simples, feito de algodãozinho, e estava para meter a mão quando sua mãe a deteve, num gesto impaciente de quem queria saber o por que daquilo que estava acontecendo.
--- É essa merda!!! - disse Joca.
--- Foi ele, mãe!!! - retrucou a menina.
--- Foi ele o que? - perguntou a mulher, alvoroçada.
--- Foi ele que estava fazendo coisa feia com Mercedes. - dissea menina.
--- Ah Foi você cachorro sem vergonha? - pergunto muito braba a sua mãe.
--- É mentira dela, mãe. A gente estava caçando camboim na mata! - respondeu Joca.
--- É mentira, mãe! Pergunte a ela! - disse Olga.
Nesse ponto o sonho de Olga terminou. Na verdade, Mercedes estava fazendo sexo com seu primo Joca de há muito. Quando o pai de Mercedes ficou sabendo veio de faca em punho para matar Joca e quem quisesse defendè-lo. O fatou foi de imediato conhecido, pois Olga contou tudo a sua mãe, pai e irmã. Quando o seu tiu chegou na beirada do portão, de faca em punho, o pai de Olga traquilizou o seu cunhado pois os dois teriam que casar na Igreja. Foi um bate-boca terrivel até que o pai de Mercedes disse:
--- Vamos ver!!! Vamos ver!! - disse o pai de Mercedes.
Todo o povo da rua ficou sabendo que Mercedes não era mais moça. Foi comentário geral. E houve gente que dissesse:
--- Teve outros! Teve outros! - dizia alguém.
Se teve ou se não teve, isso ninguém veio provar. Um dia, Joca casou com Mercedes à ponta de faca na Igreja do lugar. Nesse dia, até o padre ficou assustado de ver um casamento feito à ponta de faca. Quando o trem chegou ao seu destino final, os pobres e mais ou menos se levataram para sair, num quebrar de ossos, pois todos estavam cansados da viagem. Do seu lado. Olga saltou do carro do trem e procurou a pensão de dona Ritinha, àquelas horas da noite, pois teria que dormir.

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