domingo, 31 de janeiro de 2010

LUZ DO SOL - 12

- NARA -
CONTO
No sábado à noite, depois das 7 horas, Vandilo acabara o seu serviço e, com o dinheiro no bolso caminhou até a pensão de dona Lola onde havia mulheres de todos e variados tipos. Quase sempre Vandilo procurava àquela pensão que era em uma casa sem sobrado, esquina com a rua principal do bairro, elegante bairro comercial da cidade onde se podia encontrar de tudo o que se nescecitasse para se montar um lar, um bar e mesmo até uma pensão ou randevú como se chamavam as elegantes casas das damas da noite ou damas de oficio. Muitas daquelas mulheres faziam serviços em hoteis de terceira categoria ou mesmo de segunda para, com isso, ganharem um pouco mais para se sustentar e sustentar os seus pais que viviam no interior do Estado e até a um filho que morava com seus avós maternos, pois seu pai - o pai do menino - da há muito havia sumido.
Quando era a noite do sábado, aquelas damas estavam todas na pensão de dona Lola, bem trajadas, com roupas de cetim, perfumes com sabor das alcovas, bocas enfeitadas de carmim, rostos cheios de ardentes e perfumados enfeites fazendo da mulher uma deusa. Dentre tantas damas, havia uma que era um encanto de uma flor, tão fugaz e passageira. Seu nome era Nara, apogeu de todos quantos a cobiçavam. No seu vestir, Nara deslumbrava por seu lirismo pela sua ingenuidade e beleza. Quando Nara dançava no salão de um grandioso espaço ao embalo de uma musica orquestral todos paravam para ver. Era um bolero, um tango ou um samba pois Nara enfeitiçava qualquer um com seu jeito de menina em nuances de mulher. Na ocasião noturna os ébrios, ao som a música, no ambiente bem trajado pela luz quase turva, ofereciam um brinde a mulher amada diante dos beijos sôfregos que ela debutara aos seus amados. Aos namorados da noite, Nara oferecia uma rosa, ao dançar um tango com suas vestes deslumbrantes e belas que enfeitavam aquele ambiente nostalgico onde as estrelas eram as luzes ao arrebol de um certo amor vivido. Na nostalgia das noturnas flores que se abriam eram iguais ao presente que Nara recebia em troca, de um cavalheiro incendiado de fulgoroso amor. No instante de ternura, Vandilo tomou por encanto os braços da mulher a qual ele estava apaixonado e começou a bailar pelos cantos remotos do salão naquela melodia sombria cheia de raro explendor no momento de uma verdadeira e cruel mentira de amor. As quimeras de encanto levavam em acordes que aquele bailar desjava aos dois um compasso suave e eternizado encanto. Em plena solidão do encanto, Vandilo pedia um pouco de amor cantado pelos dois corações apaixonados mesmo que viesse ao fim com um leve despertar pela lembrança de alguém. Nas horas de um solilóquio de amor, os dois alcançavam o magistral êxtase do sonambular eterno, em rodiilhas, rodopiando sem incomodar aos ébrios da ilusão. Uma valsa tocou o salão e os dois eternos amantes da solidão tomaram em seus braços aquele augusto ardor que a melodia ensaiava. Ao passar em torno às mesas do bar, Nara sacudia um pouco do perfume que arrebatava para os notígaos senhores, querendo abraçar aos dois, se pendiam para todo o encanto da mulher e que despejava apenas um sorriso para os seus desejosos pretendentes. Nos seus braços, estava Vandilo, a dançar como alguém que, suavemente, dançava uma valsa, aquela melodia eternizada de explendor.

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