terça-feira, 3 de março de 2009

RIBEIRA - 261

JEAN HARLOW
Pouca gente ainda hoje se lembra desse nome: Jean Harlow. E ainda poucos se recordam quem ela foi. Em Reckless, um musical produzido por David Selznick e dirigido por Victor Flemming (a dupla de ...E o Vento Levou) foi uma surpresa ao se ver Jean Harlow como uma boa moça. Lançado em 1935 pela MGM, traz um Mickey Rooney ainda criança, em uma única cena. Mas voltando à Harlow, que surgiu como a vamp que sacaneava tanto os caras que deixava, a ponto de quererem estrangulá-la, a estrela nesta produção aparece não dançando, porém flutuando, saltitando para um lado e para o outro, em especial na cena em que participa de uma festa na casa do marido, um playboy milionário, Bob Harrison, vivido por Franchot Tone.
A personagem de Harlow se chama Mona Leslie, uma dançarina da Broadway delicada e querida por todos, principalmente pelos seus dois admiradores - Ned (William Powell) e Bob (F.Tone). O personagem de Powell é o agente de Mona, e a corteja. Até o playboy Bob entrar em cena. Mona se apaixona por ele e os dois se casam. Daí em diante o filme passa de musical a drama. Harlow é humilhada pelo pai de Bob, que não aceita a união do filho com uma dançarina da Broadway e ao invés disso preferia que ele se casasse com Jo (Rosalind Russel).
O casal vai viver na mansão da família de Bob e as coisas se complicam até ele se embebedar na festa de casamento de Jo e maltratar Mona, já na presença de Ned. Completamente bêbado, infeliz com o casamento de sua antiga namorada, Bob se mata com um tiro em seu quarto. Incriminada pela imprensa como autora do crime, Mona recusa o dinheiro oferecido pelo pai de Bob. Outra cena ótima de Jean Harlow. A ex-atriz, agora com um filho, decide criar o menino longe da família do ex-marido e começa uma luta para voltar com sua carreira. Desprezada pelos produtores ela decide aceitar a ajuda de Ned, ainda apaixonado, e assim ele monta um show para ela.
A cena final é o ponto forte do filme. Jean Harlow sozinha no palco canta para uma audiencia que começa a vaiá-la e jogar coisas sobre ela. A atuação de Jean é tão cheia de emoção quando sua personagem, chorando tenta em vão terminar seu número. É angustiante vê-la tentar cantar debaixo de vaias e palmas maldosas. Ela então pára quando uma mulher levanta-se da cadeira e a chama de assassina. "Reckless" pode não ser grande como musical, mas como drama é estupendo e mostra ao público uma Jean Harlow diferente de "Mares da China". Então Mona, ferida pela reação do público, tem os seus olhos cheios de lágrimas. Ela termina a canção e é ovacionada pela platéia. Ao retornar canta "Reckless" encostada na lateral do palco. Um William Powell escondido atrás da enorme pilastra, se declara a ela entre suas falas e ela segura sua mão.Chega ao fim uma verdadeira ilusão de amor e o recomeço de uma nova paixão.
Jean Harlow foi a primeira vamp a virar heroina no cinema. Seu loiro platinado logo a marcou como um símbolo sexual dos anos 30, em um fenômeno semelhante ao de Marilyn Monroe. Harlow, porém, sempre personificou mulheres cruamente sexuais, fortes, vorazes. Jean Harlow nasceu Harlean Carpenter, em Kansas City, em 3 de março de 1911, um dia como hoje, há 98 anos, e entrou para o cinema em 1928, atuando por dois anos em papéis pequenos e passou a simbolo sexual platinada a partir de "Bombshell" (Mademoiselle Dinamite). Formou pares inesqueciveis com James Cagney e principalmente com Clark Gable. Após três rápidos casamentos, ela terminou sua carreira fulminante aos 26 anos ( 7 de junho de 1937), vítima de um edema cerebal em meio às filmagens de "Saratoga", com Clark Gable. Na sua filmografia, tem 36 filmes, inclusive "Reckless", rodado em 1935.

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Veja também: http://www.rnsites.com.br/ e http://www.naribeira.com/.

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