segunda-feira, 23 de março de 2009

RIBEIRA - 272

JANELA INSDISCRETA
Uma certa madrugada dessas, eu acordei e liguei a Tv, mas para ver a hora. No entanto, de relance, eu vi que estava passando um filme muito já conhecido pelos cinéfilos. Esfreguei os olhos e pude assistir uma parte do filme, verdadeiro museu do cinema americano: "Janela Indiscreta". Se fosse outro filme, eu desligava na hora. Mas, Hitchcock é Hitchcock. Então, acordei de verdade e assisti ao filme que, no original tem o título de "Rear Window", uma produção de 1954. "Rear" quer dizer: "de tras". Portanto, o filme se chama "Janela de tras". A facilidade que o mago Alfred Hitchcock tem em pegar situações simples, cenários mais simples ainda, e transformá-lo em um antro de medo e tensão é algo indiscutivel. Com isso, ele fez "Psicose", "Um Corpo que Cai", "Disque M para Matar", "Festim Diabólico" e até mesmo "Janela Indiscreta". Filmado entre novembro de 1953 e janeiro de 1954, "Janela Indiscreta" conta a história que gira em torno de um jornalista chamado Jeff (James Stewart) que está de "molho" em sua casa - um apartamento -, depois de quebrar a perna arriscando-se na produção de uma matéria. Como não tem nada para fazer durante o dia, (e a noite, também), ele passaa espiar o cotidiano de seus vizinhos, costume até hoje feito por várias pessoas que espreitam as casas dos visinhos ou as pessoas que andam na rua,. Até que um dia Jeff desconfia que um deles tenha matado a própria esposa e tenta provar isso para a sua mulher - ou namorada, chamada Ilsa) e um amigo detetive.
Um enorme cenário foi construido nos estúdios da Paramount, contendo 31 janelas para o filme ser ambientado. Ele começa um pouco devagar justamente para apresentar aos espectadores essa enorme vizinhança artificial para se entender o que está acontecendo ao redor. O filme tem seu suspense apresentado de maneira crescente, a partir do momento da suspeita já citada. O modo como que Hitchcock coloca tudo que é apresentado no filme, é a mesma como fez para os personagens, descobrindo as coisas com eles e levando o espectador a descobrir também, bisbilhotando o que acontece em volta. No final, o espectador vive em meio as situações de apreensão e envolvido completamente na trama, graças ao roteiro firme e bem estruturado. As atuações de James Stewart e Grace Kelly são magníficas, contribuindo bastante para o clima proposto. A fotografia, que começa com tomadas calmas e distantes, também evolui para um ponto dramático e com planos fechados. Na verdade, é uma obra-prima que nos deu Alfred Hitchcock com "Janela Indiscreta". O filme mostra como espiar janelas alheias não é tão cordial.

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