domingo, 29 de março de 2009

RIBEIRA - 277

SEGREDOS ÍNTIMOS

Parece que o mundo se fechou numa redoma onde todos vivem sem segredos. É bastante sentir o que trata o cinema. Foi ontem e é hoje. Tudo a mesma coisa. Em "Segredos Íntimos", é o tema que se debate. A intolerância religiosa, novamente em foco, como fator provocador de profundas dores na alma humana é sempre um tema fascinante. Só não precisava ser um tema tão mal-tratado como neste insano e bem arrumado "Segredos Íntimos", coprodução franco-israelense espantosamente indicada para oito prêmios da Academia de Cinema de Israel. Aliás, isso não é de admirar. A produção é israelense, por certo.
O roteiro se centraliza em Noemi (Ania Bukstein), uma jovem estudiosa, filha de rabino, que tem tanta sede de saber que espera se tornar ela própria uma religiosa. Após a morte da mãe, Noemi decide adiar seu casamento por um ano para se internar num seminário, onde aprimoraria ainda mais seus estudos. Lá chegando, porém, ela conhece a insubordinada colega Michel (Michal Shtamler) e a misteriosa estrangeira Anouk (Fanny Ardant, a viúva de François Truffaut). Estas duas mulheres mudarão para sempre a vida da protagonista.
"Segredos Íntimos" é dirigido com mão pesada e falta de sutileza, que não é de admirar. Peca pelos exageros, por interpretações fracas e por um tom novelesco que acaba por desperdiçar um roteiro que poderia ter resultado num bom filme. Sente-se, então, que oito prêmios conquistados ainda foi pouco, para um produção israelense, feito em Israel e por acaso dado pela Academia de Cinema de Israel. É pouco ou quer mais?.
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