domingo, 4 de janeiro de 2009

RIBEIRA - 223

SANTO GRAAL
Santo Graal é uma expressão medieval que designa normalmente o cálice usado por Jesus Cristo na Ultima Ceia. Ele está presente nas lendas arturianas, sendo o objetivo da busca dos Cavaleiros da Távola Redonda, único objeto com capacidade para devolver a paz ao reino de Artur. No entanto, em outra interpretação, ele designa à descendencia de Jesus (o sangue real), segundo a lenda, ligada a dinastia Merovingia. Finalmente, também há uma interpretação em que ele é a representação do corpo de Maria Madalena, a suposta esposa de Jesus e sua herdeira na condução da nova religião.
O SIMBOLISMO DO GRAAL
O simbolismo do cálice sagrado, enquanto motivo de poder e fonte de milagres, é tão antigo quanto a História. O SANTO GRAAL teve multiplos precursores e apareceu sob variadas formas antes de ter sido identificado como o cálice do ritual usado na missa católica. Muitas vezes o GRAAL foi descrito não como um cálice, mas como uma pedra. Neste sentido o símbolo é profundamente alquímico, ou seja - a conciliação dos opostos mediante a harmonia entre o céu e a terra. A etimologiada palavra Graal é controvertida. Costuma-se considerá-la como oriunda do latim "gradais" - cálice. Outros dizem que "Graal" vem de outra palavra latina - 'graduale' que significa 'gradual' um livro de orações e cânticos místicos.
Os celtas se referiam ao Graal como um caldeirão e a lenda em torno de um cálice sagrado pode ter relação com a importância que os celtas davam ao caldeirão, onde os druidas preparavam suas poções mágicas. Esse conceito popular lembrava-lhes abundância e renascimento. Muitos personagens míticos dos celtas estavam envolvidos com esse símbolo: Nasciens, foi transportado por mãos invisiveis para uma ilha onde lhe apareceu um caldeirão mágico.: Dagda fortalecia os guerreiros com o alimento do caldeirão. Outro caldeirão célebre foi o pertencente à deusa Caridwwen, que preparou uma poção para infundir sabedoria em seu filho. Os recipientes, como a taça, o caldeirão e os vasos, são símbolos do útero, a matriz da vida e a espada o órgão masculino fecundador. É no vazio que acontece o cíclo permanente de nascimento, morte e renascimento. Os cálices são oferendas ao espírito desconhecido que preside determinado tempo e local, uma oração que se eleva a Deus, pedindo que seu Espírito desça à terra. Este é o significado sagrado da missa católica: dois movimentos em direções opostas - o cálice voltado para o céu e o espírito projetando-se sobre ele - formam o cíclo de dar e receber, o eixo entre o superior e o inferior.
A LENDA ORIGINAL
Antes do século VII, a tradição e a Bíblia proporciaram o desenvolvimento de uma lenda intrigante sobre o cálice sagrado. Diz essa lenda que, antes da criação do homem, houve uma grande batalha no céu. O Arcanjo Miguel e seus anjos guerrearam contra Lúcifer. O adversário e seus anjos combateram ferozmente, diz a Bíblia: "todavia não venceram, nem acharam mais o seu lugar no céu. E antiga serpente, o Grande Dragão chamado demônio ou satanás foi expulso de lá sendo atirado para a terra com seus anjos". Diz a lenda que Lúcifer trazia uma pedra colada na testa, uma esmeralda que funcionava como um terceiro olho. Quando Lúcifer foi atirado pelo Arcanjo Miguel à terra, a esmeralda partiu-se e sua visão ficou prejudicada. Um pedaço permaneceu em sua testa dando-lhe uma visão distorcida de sua situação como anjo caído; o outro fragmento foi guardado pelos anjos. Mais tarde, o Graal foi esculpido neste segundo pedaço.
AS LENDAS DO CÁLICE SAGRADO
Parece que durante sua presença na Terra, o GRAAL necessitou de um abrigo e, dado ao seu caráter espiritual, essa habitação deveria ser um templo especialmente projetado para esse fim e oculto da visão dos profanos. Mesmo se encararmos o GRAAL como um tema pertencente aos planos inexplorados da alma, restam-nos alguns enigmas históricos relacionados com a figura de Jesus Cristo, José de Arimatéia, o Rei Arthur e, mais tarde, com os estranhos acontecimentos que marcaram a vida e agonia dos Cátaros na região do Languedoc, no sul da França. Conta uma antiga lenda cristã, que José de Arimatéia teria recolhido no cálice, usado na Última Ceia, o sangue que jorrou de Cristo quando ele recebeu o golpe de misericórdia, dado pelo soldado romano Longinus, usando uma lança, depois da crucificação. Em outra versão teria sido a própria Maria Madalena, segundo a Biblia a única mulher além de Maria, a mãe de Jesus, presente na crucificação de Jesus, que teria ficado com a guarda do cálice e o teria levado para a França, onde passou o resto de sua vida. Além das lendas, existem também outras histórias paralelas, como a que conta que o Santo Graal, na verdade, é o corpo de Maria Madalena. Ela seria a esposa de Cristo e deveria ser a herdeira da nova religião. A história diz também que junto ao cadáver desta, estariam preciosos pergaminhos e documentos escritos pelos apóstolos de Jesus e pelo próprio Cristo.Tais pergaminhos, segundo a lenda, são extremamente contraditórios com a Bíblia e portanto um verdadeiro tesouro sobre o legado de Cristo na Terra.
Em 1948, na localidade de Nag Hammadi, foram encontrados pergaminhos que continham evangelhos apócrifos, e cujo conjunto de textos foi chamado de biblioteca de Nag Hammadi. Entre esses documentos antigos encontra-se o "Evangelho de Maria Madalena", que apresenta inconsistências com os quatro evangelhos aceitos pela Igreja. Um dos pontos é que entre os seus discipulos, Maria Madalena é preferida, e é ela que transmite os ensinamentos de Jesus aos outros. Em outro documento, o "Evangelho de Felipe", faz-se referencia ao fatoque Jesus a ama mais que aos outros discipulos e a beija com frequencia. Tudo isso fortalece a hipótese do casamento entre ambos, e que seja Maria Madalena e sua descendencia os verdadeiros herdeiros da religião fundada por Jesus. Um grande argumento em favor dessa união, é a de que era impensável que um judeu, naquela época, chegasse aos 30 anossem estar casado.

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