sábado, 10 de janeiro de 2009

RIBEIRA - 229

MORTE DE JESUS
Os Livros Apócrifos (secretos) são os livros escritos por comunidades cristãs e pré-cristãs (ou seja, há livros apócrifos de Antigo Testamento) nos quais os pastores e a primeira comunidade cristã não reconhecem a Pessoa e os ensinamentos de Jesus Cristo e, portanto, não foram incluidos no cânon bíblico. O termo "apócrifo" foi cunhado por São Jerônimo, em Belém, conhecido sobretudo como tradutor da Bíblia do grego antigo e do hebraico para o latim, no quinto século, para designar basicamente antigos documentos judaicos escritos no período entre o último livro das escrituras judaicas, Malaquias (que escreveu um livro profético por volta do ano 430 a.C) e a vinda de Jesus Cristo. Inclusos na Septuaginta (nome de uma suposta versão da Bíblia hebraica) por razões históricas ou religiosas, os apócrifos não são reconhecidos como canônicos pelos cristãos.. A terminologia teológica católica romana/ortodóxa para os mesmos é deuterocanônicos, isto é, os livros que foram reconhecidos como canônicos em um segundo momento. Do grego, deutero significa "outro". Destes fazem parte os livros de Judite, Tobias, Baruque, Eclesiástico, Sabedoria de Salomão e Macabeus, além das adições aos livros de Ester e Daniel.
Para católicos, e para muitos historiadores, estes livros datam de muito tempo após a vida de Jesus, sendo alguns deles escritos mais de 200 anos após a morte e ressureição, não podendo ser considerados fidedignos, ou seja, nem tudo o que neles fora escrito narra com precisão a verdade. Foram escritos principalmente com dois objetivos: Cristãos levados por uma piedosa curiosidade e excessiva imaginação sobre dados da vida do Senhor não relatados nos Evangelhos ou membros das seitas gnósticas que queriam difundir suas doutrinas.. Alguns deles, foram retirados do Cânon Católico por demonstrar um Cristo diferenciado dos demais Evangelhos, mostrando-o exclusivamente como Deus, sem limitações e sentimentos humanos, o que tornaria a passagem pela morte algo fácil de ser cumprida, diminuindo assim, o tamanho do Sacrificio realizado pelo Salvador, em outros, entretanto, a imagem de Cristo é excessivamente mundana e em desacordo com a imagem passada pelos quatro Evangelhos mais antigos e fidedignos.
Cristianismo Ocidental.
No cristianismo ocidental atual existem vários livros considerados apócrifos; nos sínodos realizados ao longo da história esses livros foram banidos do Cânon (Livros Sagrados), outros obtiveram uma reconsideração e retornaram à condição de Sagrados (Canonicos). Como exemplo de canonicidade temos a Bíblia (reunião de vários livros). Os livros Apócrifos são muito estudados atualmente pelos teólogos, por revelarem fatos e curiosidades a respeito dos primórdios do cristianismo. O número de livros apócrifos é maior que o da Bíblia canônica. É possivel contabilizar 113 deles, 52 em relação ao Antigo Testamento e 61 em relação ao Novo. A tradição conservou outras listas dos livros apócrifos, nas quais constam um número maior ou menor de livros. Destaca-se, a seguir, alguns desses escritos segundo suas categorias.
1 - Evangelhos: de Maria Madalena, de Tomé, Filipe, Árabe da infância de Jesus, do pseudo-Tomé, de Tiago, Morte e Assunção de Maria, Judas Iscariotes.
2 - Atos: de Pedro, Tecla e Paulo, Dos doze apóstolos, de Pilatos.
3 - Epístolas: de Pilatos a Herodes, de Pilatos a Tibério, dos apóstolos, de Pedro a Filipe, Paulo aos Laodicenses, Terceira Epístola aos Coríntios, de Aristeu.
4 - Apocalipses: de Tiago, de João, de Estevão, de Pedro, de Elias, de Esdras, de Baruc, de Sofonias.
5 - Testamentos: de Abraão, de Isaac, de Jacó, dos 12 Patriarcas, de Moisés, de Salomão, de Jó.
6 - Outros: a filha de Pedro, Descida de Cristo aos Infernos, Declaração de José de Armatéia, Vida de Adão e Eva, Jubileus, 1,2 e 3 Henoque, Salmos de Salomão, Oráculos Sibilinos.
A Biblioteca de Nag Hammadi (Crutas de Kuran) é o nome dado a um conjunto de textos encontrados na cidade de Nag Hammadi, no Egito, em dezembro de 1945. Estes manuscritos totalizam treze códices de papiro, escritos em copta, com capa de pergaminho em um recipiente fechado. A descoberta foi feita por um camponês da região. Entre as obras aí guardadas encontravam-se tratados gnósticos, três obras pertencentes ao Corpus Hermeticum (atribuido a Hermes Trismegistus, Tres Vezes o Grande, da Grécia) e uma tradução parcial da República de Platão. Estes textos também são conhecidos como Evangelhos Gnósticos.
Os papiros encontrados em Nag-Hammadi são traduções de manuscritos antigos escritos em grego, a língua do Novo Testamento, fato constatado pois alguns manuscritos alí encontrados também o foram em outros locais, como o Evangelho de Tomé. As datas dos textos originais seria entre o fim do Século I até o ano 180 d.C. O Evangelho de Tomé, preservado em versão completa num manuscrito copta é uma lista de 114 ditos atribuidos a Jesus. Tomé apenas cita - de forma não estruturada - as frases, os ditos ou diálogos breves de Jesus a seus discípulos. Duas características marcantes do Evangelho de Tomé, que diferenciam dos canônicos, são a recomendação de Jesus para que ninguém faça aquilo que não deseja ou não gosta e a ênfase não na fé, mas a descoberta de sí mesmo.

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