quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

RIBEIRA - 227

MESSIAS
O MESSIAS - Segundo as espectativas dos judeus da época, o Messias deveria ser alguém que pudesse liderar seu povo tornando-o livre da submissão e da humilhação de serem subordinados aos romanos, de serem uma nação sem pátria. Uma das funções do Messias seria a de restituir a genuína Dinastia de Daví, e isso apenasseria possível com a ocupação do Trono por parte de um descendente legítimo dessa dinastia. É exatamente por essa razão que os Evangelhos mencionam a descendência de Daví até Jesus, como uma comprovação da linhagem genuina de Jesus e da continuidade dessa linhagem. O nascimento de um legítimo herdeiro do trono de Davi, foi um evento muito significativo, atraindo a visita até de reis estrangeiros vindos do Oriente para homenagear a chegada do futuro rei de uma nação importante, como Israel. Herodes estava consciente desse evento e tentou persuadir aos três reis visitantes a informá-lo do lugar onde a criança estava. Eles entendendo a intenção de Heródes, retornaram por outro caminho. Foi então que Herodes vendo-se enganado, mandou que matassem todos os meninos com menos de dois anos na cidade de Belém, como está narrado em Mateus, Cap. 2.
Como Messias, a situação política de Jesus era muito delicada. Ele era reconhecido e por isso temido como o genuíno pretendente ao trono, uma vez que Herodes sabia ser ele o verdadeiro herdeiro do trono de Daví. A ascendencia de José e Maria era conhecida por todos, o que fazia de Jesus uma séria ameaça aos planos de Herodes. Na verdade, desde o seu nascimento que Herodes queria eliminá-lo. Jesus tinha o apoio do povo, embora não tivesse o apoio da classe dominante, isto é, os parceiros e amigos de Herodes e os sacerdotes do Templo, bem como os Fariseus e os Saduceus. Tampouco ele interessava aos romanos. Ele preferiu concentrar-se no povo, e era nesse povo que ele estabelecia sua posição como Messias, com ênfase em aspecto espiritual, e isto sem prejuizo de sua posição de rei por direito. A prisão e morte de Jesus estava sendo planejada por Caifás, os príncipes dos sacerdotes, os magistrados e todos os que detinham o poder, inclusive o Governo Romano. O Sinédrio decretou a prisão e morte de Jesus, aos 33 anos de idade, quando Ele pragava às multidôes. Todos os parentes e seguidores de Jesus corriam perigo, pois os sacerdotes planejavam matar a todos, inclusive, também, a Lázaro porque muitos acreditavam nele e por causa do seu testemunho seguiam a Jesus. A sua prisão e morte foi um evento essencialmente político.
ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS. - Esta inscrição posta na cruz em que Jesus foi pregado, não apenas tinha o propósito de humilhar, mas era tabém uma clara ameaça. Tanto que Pilatos (Poncio Pilatos) a escreveu em Hebraico, Grego e Latim.
Estava previsto que o Messias também garantisse a continuidade dessa linhagem. Para que isso fosse possivel, era imperativo o estabelecimento dessa linhagem segundo regras específicas. As regras estatutárias para um casamento dinástico-sagrado eram as seguintes: 1 - No inicio de Junho acontecia a cerimônia de noivado, quando a noiva apresentada ao noivo, ainda permanecia na casa dos pais; 2 - Três meses após, em Setembro, seria formalizada a Primeira Cerimônia de Casamento, onde a vida conjugal teria início, embora, nesse periodo, não fosse permitido a conjunção entre o casal. A "noiva-irmã" servia o esposo à distância e só comparecia à sua frente quando chamada por este. É importante notar que a esposa era chamada de almah, virgem ou jovem mulher, na palavra semítica original; 3 - Na segunda metade de Dezembro eram permitidas as relações físicas, para, em caso de gravidez, o filho poder nascer em Setembro, o mês do Perdão, como deveria convir ao Messias; 4 - Caso fosse confirmada a gravidez, após o mês de dezembro, haveria a confirmação do Casamento em Março e eles estariam definitiva e devidamente casados.
Era um sistema bem definido e controlado, onde o casal observava preceitos religiosos e verdadeiro celibato. Assim, longe de ser um casamento de paixões mundanas, o Casamento Dinástico pressupunha o contato físico apenas em periodos permitidos, sob estrito controle. Que Jesus era casado têm-se como exemplo: - Era parte da cultura religiosa judaica, na época, que um homem fosse casado. Um Rabí só seria respeitado e ouvido nas Sinagogas ou nos Templos se fosse casado. Era estritamente proibido a uma mulher judia tocar um homem solteiro em público ou reservadamente na cultura de então. Na época, seria considerado um grande escândalo que uma mulher tocasse um homem judeu em público, principalmente se os dois não fossem casados. Em Betânia (foto), na casa de Lázaro e Marta, havia uma mulher, irmã destes, chamada Maria (Madalena) que podia sentar aos pés do Mestre e, a sós com ele, absorver seus ensinamentos. Numa certa ocasião, foi ela que derramou seu vaso de óleo por sobre a cabeça de Jesus, ungindo-o e enxugando os seus pés em seguida com seus próprios cabelos. Os discipulos e as pessoas presentes não ficaram horrorizados com esse gesto da mulher. As pessoas consideram bastante normal que a mulher tocasse Jesus, lavasse seus pés e os enxugasse com seus cabelos. (Marcos 14.9). Com isso, poderia haver a unção do esposo pela esposa, na confirmação do casamento, quando da comprovação da gravidez. A viúva, também ungia o corpo do marido, como parte final do ritual fúnebre.
Nos Evangelhos é mencionado que algumas mulheres acompanhavam Jesus e o assistiam em diferentes necessidades. São mencionadas em sete ocasiôes diferentes. Das sete vezes em que essas mulheres são listadas, Maria Madalena é mencionada em primeiro lugar em seis delas, antecedendo até mesmo Maria mãe. Seis dias após a ceia em Betânia, uma mulher foi à sepultura onde estava o corpo de Jesus, levando consigo um vaso para ungir seu corpo com o óleo que havia sido reservado alguns dias antes como ele próprio havia pedido. Todos os quatro Evangelhos afirmam que essa mulher era Maria Madalena. Em pinturas feitas pelos artistas mostram Maria Madalena usando uma aliança no dedo esquerdo quando a mulher vai ao sepulcro. Era uma aliança de casamento.

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