sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

RIBEIRA - 238

AUSCHWITZ
A palavra holocausto tem origens remotas em sacrifícios e rituais religiosos da Antiguidade, em que animais (por vezes até seres humanos) eram oferecidos às divindades, sendo completamente queimados durante à noite para que ninguém visse. Nesse caso, holocausto quer dizer cremação dos corpos. Este tipo de sacrifício também foi praticado por tribos judaicas, como se evidencia no Livro do Êxodo. A partir do século XIX, a palavra holocausto passou a designar grandes catástrofes e massacres, até que após a Segunda Guerra Mundial o termo Holocausto (com inicial maiuscula) passou a ser utilizado especificamente para se referir ao extermínio de milhões de judeus e outros grupos considerados indezejados pelo regime nazista de Adolf Hitler. A maior parte dos exterminados era judia, mas também havia militantes comunistas, homossexuais, ciganos, eslavos, deficientes motores, deficientes mentais, prisioneiros de guerra soviéticos, membros da elite intelectual polaca, russa e de outros países do Leste Europeu, além de ativistas políticos, Testemunhas de Jeová, alguns sacerdotes católicos e sindicalistas, pacientes psiquiátricos e criminosos de delito comum. Mais tarde, no correr dos Julgamentos de Nuremberg, o termo foi sendo aos poucos adotado por judeus e, em menor número, por esses outros grupos considerados indesejados no regime nazista de Adolf Hitler. Como a maior parte dos perseguidos políticos de Hitler que podiam reclamar eram os judeus, os militantes não aliados foram esquecidos. Todos estes grupos pereceram lado a lado nos campos de concentração e de extermínio, de acordo com textos e fotografias, (testemunhos de sobreviventes numa extensa documentação deixada pelos próprios nazistas), perpetradores e espectadores, e com o saldo de registros estatísticos de vários países sob ocupação. O número exato de mortes durante essa passagem é desconhecido, mas segundo alguns especialistas estima-se que o número de pessoas desaparecidas, mortas ou assassinadas oscile entre os nove e os doze milhões, seis milhões dos quais judeus. Atualmente, o Holocausto foi novamente utilizado para descrever as grandes tragédias, sejam elas antes ou depois da Segunda Guerra Mundial. Muitas vezes a palavra holocausto tem sido usada para qualquer extermínio de vidas humanas executado de forma deliberada e maciça, como na que resultaria de uma guerra nuclear, falando-se por vezes do holocausto nuclear. Shoah significa calamidade, é o termo usado para o holocausto. É usado por muitos judeus e por um número crescente de cristãos, devido ao desconforto teológico com o significado literal da palavra Holocausto, que tem orígem no grego e conotação com a prática de higienização por incineração; estes grupos acreditam que é teologicamente ofensivo sugerir que os judeus da Europa foram um sacrifício a Deus. É no entanto reconhecido que a maioria das pessoas que usam o termo holocausto, não o fazem com essa intenção. Similarmente, muitas pessos ciganas usam a palavra "devorar" para descrever a tentativa nazi do extermínio do grupo.
Um aspecto do Holocausto restrito a Alemanha que o distingue de outros assassínios coletivos foi a metodologia aplicada a grupos diferenciados. Foram feitas listas detalhadas de vítimas presentes e potenciais, encontrando-se assim, registros meticulosos dos assassínios. Quando os prisioneiros entravam nos campos de concentração ou de extermínio, tinham de entregar toda a propriedade pessoal aos Nazis, que era catalogada detalhadamente e etiquetada, sendo emitidos recibos. Adicionalmente ao longo do Holocausto, foram feitos esforços consideráveis para encontrar meios cada vez mais eficientes de matar mais pessoas. Por exemplo, ao trocarem o envenenamento por monóxido de carbono, usado nos campos de exterminio de Belzec, Sobibór e Treblinka para o uso de Zyklon-B em Majdanek e Auschwitz-Birkenau, na chamada Aktion Reinhard. Ao contrario de outros genocídios que ocorreram numa área ou país especificos, o Holocausto foi levado a cabo metodicamente em virtualmente cada centímetro do território ocupado pelos nazistas, tendo os judeus e outras vítimas sido perseguidos e assassinados num espaço em que hoje existem 35 nações européias e sido enviados para campos de concentração em algumas nações e campos de exterminio noutras nações.
Além das matanças maciças, os nazistas levaram a cabo experiências médicas em prisioneiros, incluindo crianças. O Dr. Josef Mengele, um nazi dos mais amplamente conhecidos, era chamado Anjo da Morte pelos prisioneiros de Auschwitz pelos seus experimentos crueis e bizarros.

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