segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

RIBEIRA - 211

JESUS MENINO
Mais uma vez o Natal se aproxima. Natal, que significa o nascimento de Deus-menino, segundo a história cristã. Ao longo dos anos, os países católicos ao festejarem a data utilizam várias tradições natalinas como canções, a figura do Papai Noel, a ceia de Natal, a árvore de Natal e o presépio de Natal. O presépio é uma das representações mais singelas do nascimento de Jesus Cristo. Procura resgatar a importância e magnitude daquele momento ao mesmo tempo que nos lembra a forma simples e humilde em que se deu o nascimento. A presença do menino Deus naquele estábulo, ao lado de seus pais, tendo por testemunhas os pastores e os animais e recebendo a visita dos Reis Magos guiados à gruta pela estrela de Belém, mostra a grandeza e a onipotência de Deus representada na fragilidade de uma criança.
Esta representação foi criada por São Francisco de Assis em 1223 que, em companhia de Frei Leão e com a ajuda do senhor Giovanni Vellina, montou em uma gruta da floresta na região de Greccio, Itália, a encenação do nascimento de Jesus. Na época já havia 16 anos que a Igreja tinha proibido a realização de dramas litúrgicos nas Igrejas, mas São Francisco pediu a dispensa da proibição desejoso que estava de lembrar ao povo daquela região a natividade e o amor a Jesus Cristo. O povo foi convidado para a missa e ao chegarem à gruta encontraram a cena do nascimento vivenciada por pastores e animais.
São Francisco morreu dois anos apos mas os Frades Franciscanos continuaram a representação do presépio utilizando imagens. No Brasil, a cena do presépio foi apresentada pela primeira vez aos índios e colonos portugueses em 1552 por iniciativa do jesuita José de Anchieta. A partir de 1986 São Francisco é considerado o patrono universal do presépio. "Fazer presépios é unir mundos". O mundo animal, os homens e o mundo mineral se unem na contemplação do nascimento de Jesus. Os reis Magos em uma interpretação mais recente são lembrados como um símbolo da união dos povos: Gaspar, o negro; Melchior, o branco e Baltazar, o asiático. As palavras de paz e serenidade de São Francisco trazem até nós o sentido verdadeiro do Natal: "Todos os homens nascem iguais, pela sua orígem, seus direitos naturais e divinos e seu objetivo final"..
Em muitos países do Mundo, um Natal sem presépio mão é Natal. Esses cenários coloridos que representam o nascimento do Menino Jesus, a adoração dos pastores e dos Reis Magos, são expostos tanto em igrejas como nos lares onde se passa o Natal em família. Trata-se frequetemente de valiosas peças que são passadas de pais para filhos. Mas, os presépios nem sempre existiram. A tradição do presépio, na sua forma atual, tem suas orígens somente no século XVI. Antes dessa época, o nascimento e a adoração do Menino Jesus eram representadas de outra maneira. Os Cristãos celebram a memoria do nascimento de Jesus desde finais de século III. E, é precisamente nessa época que datam os primeiros testemunhos referentes a peregrinos que se dirigiam ao local de nascimento de Cristo, a gruta de Belém. O nascimento de Jesus é representado em imágens desde o século IV. Relevos e sarcófagos ou em instrumento litúrgicos, assim como afrescos, mostram a Virgem Maria, a adoração dos Reis Magos e o Menino a repousar no seu leito. A primeira réplica da gruta no Ocidente foi executada no século VII, em Roma, onde em Santa Maria Maggiore um particular proveniente da gruta era adorado em relíquia. Mais tarde, colocou-se uma mangedoura de madeira nesse mesmo local, da qual provavelmente provém as tabuinhas que ainda hoje são veneradas como parte do presépio onde dormira o Menino Jesus.
Na escultura do século XIII encontram-se testemunhos que englobam todos os elementos do presépio. No séc. XV começa-se a manifestar o desejo, típico para a forma de viver a religiosidade nessa época, de representar cenicamente e de uma forma muito espontânea, os acontecimentos bíblicos e o local onde sucederam, o que leva a criação de algumas reconstruções não modificáveis da Noite de Natal. Frequentemente estas representações eram compostas por figuras em tamanho natural, sendo expostas em salas de oração concebidas para o efeito. No gótico, na região do norte dos Alpes, encontram-se sobretudo presépios em retábulos com figuras talhadas que relatam os acontecimentos do Natal, completados por graciosas cenas do cotidiano. Normalmente, o painel central representa a adoração dos Reis, enquanto que pequenos relevos, com cenas como a anunciação aos pastores e seu caminho em direção ao presépio, formam o pano de fundo.
Os paineis laterais interiores e exteriores mostram quase sempre cenas da vida da Virgem Maria e do Menino Jesus. Mas, um presépio não é somente constituido por figuras: a paisagem contribui da mesma forma como os edifícios que não se limitam somente ao estábulo para o efeito geral das cenas. Além do mais, a veracidade de muitas das cenas deve-se sobretudo aos pequenos adereços , os quais normalmente são típicos da região em que os presépios são executados.

Nenhum comentário: