sexta-feira, 14 de novembro de 2008

RIBEIRA - 184

JOÃO GOULART
O processo de anistiado politico do presidente João Goulart, deposto em 1964 pelo regime militar, vai ser julgado amanhã às 9h30 de amanhã em Natal, numa sessão da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, que contará com a presença do Ministro Tarso Genro, durante a Conferencia Nacional dos Advogados que se realiza no Centro de Convenções de Ponta Negra. O evento também comemora os 20 anos da Constituição de 1988. Durante o julgamento do processo de anistia do ex-presidente João Goulart, que morreu em 1976 será lido o requerimento que foi protocolado na Comissão por sua viuva, Maria Teresa Goulart, 73 anos. Afastado da presidencia após a tomada de poder pelos militares, o ex-presidente refugiou-se no Uruguai. Também passou pela Argentina, onde faleceu em 1976 na cidade de Mercedes, vítima de um ataque cardíaco. Nascido em São Borja,Rs, em 1º de março de 1918, João Goulart, conhecido por Jango, formou-se em Direito, pela Faculdade de Porto Alegre, mas não seguiu carreira de advogado. Preferiu dedicarse a política. Tornou-se amigo de Getúlio Vargas, quando este, deposto em 1945, voltou ao Rio Grande do Sul. Militante do Partido Trabalhista Brasileiro, foi Deputado Estadual, em 1946, secretário do Interior e Justiça do Rio Grande do Sul, deputado federal pelo seu estado, em 1950, e presidente do diretório nacional do PTB. Coordenou a campanha de Getúlio Vargas à Presidência. Foi Ministro do Trabalho no Governo Vargas (1953-1954), pasta em que desenvolveu uma sériede ações polêmicas, como o aumento de 100% no salario-mínimo, que o tornaram popular entre os trabalhadores, mas que atraíram a indignação dos empresarios. Foi, por isso, forçado a renunciar, sendo o projeto arquivado. Candidato ao Senado, derrotado em 1954, foi eleito vice-presidente de Juscelino Kubitschek, no ano seguinte e vice-presidente de Jânio Quadros, em 1960. Estava na República Popular da China, em missão diplomática, em 1962, quando Jânio Quadros renunciou. Presidente, Jango continuou descontentando os militares e as classes empresariais e conservadoras com suas "reformas de base", tendo como ponto fundamental a reforma agrária. Em 1964, foi deposto pelo golpe militar, que implantou a ditadura no país. Exilou-se no Uruguai, onde passou a dedicar-se a atividades agropecuarias, em sua fazenda de Tacuarembó. Morreu no dia 6 de dezembro de 1976, em Mercedes, Argentina.

Nenhum comentário: