quinta-feira, 10 de setembro de 2009

RIBEIRA - 401

- NAZISMO NO BRASIL -
Antes da Segunda Guerra Mundial, o Partido Nazista alemão fez propaganda política para atrair militantes entre comunidade alemã no Brasil. Embora a maioria dos teuto-brasileiros não se tenha aderido ou simpatizado com a propaganda hitlerista, o Brasil contou com a maior seção do Partido Nazista fora da Alemanha. - A foto mostra crianças em Presidente Bernardes, São Paulo, fazendo a saudação nazista.
Em 1928, foi fundado em Timbó o Partido Nazista Brasileiro. Na década de 1930, viviam no Brasil cerca de 100 alemães natos e cerca de um milhão de descendentes. A maior parte vivia em comunidades isoladas no sul do Brasil que preservavam a língua e a cultura alemã. Com a ascensão de Adolf Hitler na Alemanha, os teuto-brasileiros passaram a ser seduzidos pela propaganda que o nazismo fazia para atrair seguidores no exterior. Embora nunca tenha havido um partido nazista organizado, legal ou clandestinamente, no Brasil, vários membros da comunidade teuto-brasileira foram membros da seção brasileira do Partido Nazista da Alemanha. Esta seção chegou a ter 2.822 membros e foi a maior seção do Partido Nazista alemão no exterior.. Como era uma organização estrangeira, somente alemães natos podiam ser filiados e os brasileiros descendentes de alemães atuavam somente como simpatizantes. Calcula-se que cerca de 5% dos imigrantes alemães então residentes no Brasil foram, em alguma época, filiados ao Partido Nazista alemão. Estes nazistas residiam em 17 Estados brasileiros, a maior parte no Estado de São Paulo. Entretanto, a esmagadora maioria dos teuto-brasileiros não se deixou seduzir pela propaganda e nunca se filiou ao nazismo.
O governo da Alemanha nazista elaborou planos para uma ocupação do sul do Brasil. Adolf Hitler declarou em 1933: "Criaremos no Brasil uma nova Alemanha. Encontraremos lá tudo de que necessitamos". Alguns nazistas planejaram utilizar as colônias alemãs do sul do Brasil como ponto de partida de criação de um lar para alemães, o que seria feito com o extermínio de índios, negros e mestiços.
Várias pessoas importantes do governo de Getúlio Vargas de 1930 a 1945 nutriam admiração pelo governo da Alemanha Nazista. Entre estas, estavam comandantes militares que apoiaram Getúlio Vargas na implantação da ditadura do Estado Novo como o general Eurico Gaspar Dutra (ministro da guerra de 1936 a 1945, e futuro presidente da República), o general Góis Monteiro (ministro da guerra em 1934) e Filinto Muller (chefe de polícia do Distrito Federal, futuro senador e líder do partido ARENA). Por outro lado, o governo de Getúlio Vargas foi extremamente nacionalista. Com a decretação da ditadura do Estado Novo em 1938, todos partidos políticos brasileiros tornaram-se ilegais. Além disto, foi proibida "a prática de qualquer atividade de natureza política dos estrangeiros residentes no país". A partir de então, as atividades do Partido Nazista alemão no Brasil foram duramente reprimidas, assim como a todos os outros partidos políticos brasileiros ou não.
O governo do Estado Novo promoveu a integração forçada dos alemães e seus descendentes que viviam em colônias isoladas no sul do Brasil. Em muitas ocasiões agiu com brutalidade contra imigrantes que não tinham nenhuma relação com a Alemanha nazista. O governo do Estado Novo preferiu manter uma política de apoio aos Estados Unidos em troca de beneficios econômicos. Quando navios mercantes brasileiros foram afundados por submarinos alemães, o Brasil declarou guerra às potencias do Eixo. Após a derrota, muitos nazistas criminosos de guerra fugiram para o Brasil e se esconderam entre aq comunidade teuto-brasileira. O caso mais famoso foi de Josef Mengele, médico que ficou conhecido como "anjo da morte" no campo de concentração de Auschwitz. Mengele realizava experiências médicas com seres humanos vivos, , sempre sem anestesia, com o propósito de pesquisar o aperfeiçoamento da raça ariana. Viveu escondido no interior de São Paulo de 1970 a 1979, quando morreu afogado em Bertioga, no litoral paulista, sem nunca ter sido reconhecido.
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