quinta-feira, 17 de setembro de 2009

RIBEIRA - 408

- O VELHO -
Luis Carlos Prestes nasceu em Porto Alegre, no dia 3 de janeiro de 1898, tendo sido militar e político comunista brasileiro. Foi Secretário Geral do PCB e companheiro de Olga Benário, morta na Alemanha, na câmara de gás, pelos nazistas.
Carlos Prestes formou-se pela Escola Militar do Realengo no Rio de Janeiro, em 1919, atual Academia Militar das Agulhas Negras, na Arma de Engenharia. Foi engenheiro ferroviário na Companhia Ferroviária de Deodoro, como tenente, até ser transferido para o Rio Grande do Sul. Em outubro de 1924, já capitão, Luís Carlos Prestes liderou um grupo de rebeldes na região missioneira Rio Grande do Sul, saiu de Santo Ângelo, e se dirigiu para São Luiz Gonzaga onde permaneceu por dois meses aguardando munições do Paraná, que não vieram. Aos poucos foi formando o seu grupo de comandados que vieram de várias partes da região. Rompendo o famoso "Anel de Ferro" propagado pelos governistas, rumou com sua recem formada coluna para o norte até Foz do Iguaçu. Na região sudoeste do Estado do Paraná, o grupo se encontrou e juntou-se aos paulistas, formando o contingente rebelde chamado de Coluna Miguel Costa-Prestes, com 1500 homens, que percorreu por dois anos e cinco meses 25.000 km. Em toda esta volta, as baixas foram em torno de 750 homens devido à cólera, à impossibilidade de prosseguir por causa do cansaço e dos poucos cavalos que tinham, e ainda poucos homens que morreram em combate.
Carlos Prestes, apelidado de "Cavaleiro da Esperança", passa a estudar maxismo na Bolívia, para onde havia se transferido no final de 1928, quando a maioria da Coluna Miguel Costa-Prestes haviam se exilados. Lá travava contato com os comunistas argentinos Rodolfo Ghioldi e Abraham Guralski, este último dirigente da Internacional Comunista (IC). Em 1930 retorna clandestinamente a Porto Alegre onde chega a ter dois encontros com Getúlio Vargas. Convidado a comandar militarmente a Revolução de 30, recusa-se a apoiar ao movimento, colocando-se contra a aliança entre os tenentistas e as oligarquias dissidentes. A convite da União Soviética, em 1931, passa a morar naquele país, trabalhando como engenheiro e dedicando-se aos estudos marxistas-leninistas. Por pressão do Partido Comunista da União Soviética é - em agosto de 1934 - finalmente aceito pelo PCB em seus quadros. Sendo eleito membro da comissão executiva da Internacional Comunista, volta como clandestino ao Brasil em dezembro de 1934, acompanhado pela alemã Olga Benário, também membro da IC. Seu objetivo era liderar uma revolução armada no Brasil, decidido em Moscou.
No Brasil, Prestes encontra o recem constituido movimento Aliança Nacional Libertadora (ANL), de cunho antifascista e antiimperialista, que congregava tenentes, socialistas e comunistas descontentes com o Governo Vargas. Mesmo clandestino, o Cavaleiro da Esperança é calorosamente aclamado presidente de honra da ANL em sua sessão inaugural no Rio de Janeiro.
Carlos Prestes procura então aliar o enorme crescimento da ANL, com retomada de antigos contatos no meio militar para criar as bases que julgava capazes de deflagrar a tomada do poder no Brasil. Em julho de 1935 divulga um manifesto exigindo "todo o poder" à ANL e a derrubada do governo Vargas. Nesse momento, Getúlio Vargas aproveita a oportunidade e declara a ANL ilegal, o que não impede Prestes a continuar a organizar o que acabou por ficar conhecido como a Intentona Comunista. Em novembro eclode a insurreição nas guarnições do Exercito de Natal, Recife e Rio de Janeiro (então Distrito Federal), mas é debelada por Getulio Vargas, que desencadeia um violento processo de repressão e prisões. Suspeitou-se que uma moça chamada Elvira Cupelo Colônio, mais conhecida como "Elza Fernandes", a jovem que namorava o então Secretário Geral do Partido Comunista do Brasil (PCB), Antônio Maciel Bonfim, o "Miranda", estaria delatando o companheiros à polícia. Considerada uma ameaça naquela circunstância, uma vez que, sob tortura, poderia entregar diversos companheiros à prisão e à tortura, a jovem foi condenada à morte pelo "tribunal vermelho". Alguns dias depois Elvira Colônio foi estrangulada com uma corda, em uma casa da Rua Mauá Bastos, na Estrada do Camboatá.. O corpo foi enterrado no quintal da casa. Em março de 1936, Carlos Prestes é preso, perde a patente de capitão e inicia uma pena de prisão que durará nove anos. Sua companheira Olga Benário, grávida, é deportada e morre na câmara de gás no campo de concentração nazista Ravensbruick. A criança, Anita Leocádia Prestes, nasceu em uma prisão na Alemanha, mas foi resgatada pela mãe de Carlos Prestes, após intensa campanha internacional. Com o fim do Estado Novo, Pretes foi anistiado, elegendo-se Senador. Luis Carlos Prestes morreu no Rio de Janeiro no dia 7 de março de 1990. Em 1951, conheceu a sua segunda companheira, a pernambucana Maria Prestes com quem viveu até a sua morte, após 40 anos de união. Carlos Prestes deixou como herdeiros os filhos João, Rosa, Ermelinda, Luis Carlos, Zoia, Mariana e Yure, além de Anita Prestes.
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