quinta-feira, 12 de junho de 2008

RIBEIRA - XIV


Natal começou a conhecer o progresso a partir de 1943 quando assinou com os Estados Unidos o protocolo para ceder uma parte do seu território ao distante e desconhecido pais amigo, conforme está registrado na visita do presidente do Brasil, Getúlio Vargas com o presidente norte-americano, Franklin Delano Roosevelt, no dia 28 de janeiro daquele ano que fizeram o acerto entre as duas nações. Natal cederia o terreno para a construção de um aeroporto e os Estados Unidos entravam com os gastos que se fizessem necessários. O encontro dos dois Presidentes se deu a bordo do destroier Jouett. Nesse dia, ninguém sabia, nem mesmo as autoridades locais, da presença de Vargas e Roosevelt em Natal. Somente o Governador potiguar Rafael Fernandes teve um convite para comparecer a Base, sozinho, sem nada saber. Quando foi feita a inspeção a base de hidroavioes, Parnamirim e os Quarteis Militares, o Governador Rafael Fernandes esteve presente sem nenhum auxiliar. Á noite, assistiu a "Conferencia de Natal". O Governador só veio a saber das presenças das autoridades quando estava na Base. Foi nesse encontro, às escondidas, que Natal entrou na II Guerra Mundial. No dia seguinte, os Presidentes Getulio Vargas e Franklin Roosevelt, - no dia 29 de janeiro - , seguiram viagem. Vargas voltou para o Rio de Janeiro e Roosevelt, para Trinidad. A conversa entre os dois Presidentes foi para acertar a entrada do Brasil no Conflito Mundial. Tudo isso feito na surdina, sem que ninguem soubesse.

Mesmo assim, Natal,a cidade brasileira mais próxima de Dakar, na África entrava para a história. Desse dia em diante, começou a se pensar em progresso. A Cidade era, até àquela época, um lugar esquecido no resto do mundo. Porém, como acontece com quem entra na luta, a capital do Rio Grande do Norte ganhou espaço no noticiário do Brasil e dos países que se fizeram amigos naquele tempo de conflito. O que se tinha na cidade era um rio, o Potengi, onde navios atracavam quando em viagens de norte a sul do pais. Além disso, no Cais do Potengí, havia desembarque de gasolina e óleo para nutrir as parcas industrias locais e os poucos carros que rodavam na cidade. Foi, então que se pensou mais alto. Os Estados Unidos começaram a investir no combustível. os diques foram erguidos ao longo do Cais, perto de Santos Reis, e assim foi feito a tempo rápido o progresso de Natal.

Uma estrada, chamada de pista, entre Natal e Parnamirim, com 18 quilómetros de extensão foi feita num espaço récorde de 45 dias. Era a famosa pista de Parnamirim que começava na praça Pedro Velho e terminada dentro do aeroporto de Parnamirim. Ainda hoje se tem vestígios dessa famosa pista que alarmou até mesmo os norte-americanos. Uma construção que durava apenas 45 dias. Na capital, no morro existente nos confins da cidade, caminhões retiravam areia para forrar a pista. Foi um serviço de tal preço que o morro findou por abrir uma enorme rombo que veio a desaparecer com o progresso da cidade, anos depois. O morro ficava onde hoje e situa a rua Tuiutí - que já balizada por Areia Preta -.No tempo em que os caminhões retiravam a areia do lugar, não havia residência alguma. Tudo que existia era uma vacaria de propriedade de Artur Marinho. A água, no local era puxada a cata-vento e o seu dono fazia doações de latas de água aos poucos moradores de ruas próximas, no Alto do Juruá. Pela frente da vacaria transitavam constantes os caminhões carregados de areia retirada das encostas do morro, para forrar a pista que era feita na rua Potengi e na avenida Fermes da Fonseca.

De Santos Reis para Parnamirim, foram instalados tubos de cano de ferro, por baixo do chão,para levar combustível que abastecia os aviões e caminhões que se abasteciam no aeroporto. Era uma via de canos que cercava desde Santos Reis, passando por Brasilia Teimosa - nome que não existia naquela época - rua do Motor até a subida de Petrópolis e entrar pela Avenida Hermes da Fonseca, indo terminar em Parnamirim. O combustível continuava a ser descarregado no Cais do Porto, na Ribeira/Rocas, indo se armazenar nos tanques de Santos Reis, como ainda hoje é feito. A Cidade cresceu vertiginosa com o progresso vindo com o dinheiro investido pelos norte-americanos após uma reunião em segredo entre os presidentes desses dois países a bordo de um navio.


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