sexta-feira, 20 de junho de 2008

RIBEIRA - XXII


Em agosto o mundo relembra com muito pesar os 63 anos do maior crime de guerra desferido contra a humanidade. O holocausto nuclear contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Crime do qual seus culpados foram saudados como heróis em todo o mundo e por terem vencido a guerra contra os países do Eixo. Em agosto de 1945 os Estados Unidos entraram para a história mundial por ser a primeira e única a despejar uma bomba atômica sobre enormes populações civis. Com a II Guerra Mundial acabada, os Estados Unidos procuravam encontrar um meio para contar a história aos norte-americanos. A 6 de agosto de 1945 as 8,15 da manhã, uma bomba atômica carregada de Urânio explodiu 580 metros acima da cidade de Hiroshima um grande flash brilhante, criando uma gigante bola de fogo, a temperatura no centro da explosão chegou aos 4.000 Centígrados. Mandando raios de calor e radiação para todas as direções, soltando uma grande onda de choque, vaporizando em milisegundos milhares de pessoas e animais, fundindo prédios e carros, reduzindo uma cidade de 400 anos à pó.

Adultos e crianças foram incineradas instaneamente. Os seus organismos internos entraram em ebulição e seus ossos carbonizados. No centro da explosão, as temperaturas foram tão quentes que derreteram concreto e aço. Dentro de segundos, 75 mil pessoas foram mortas ou fatalmente feridas. As mortes causadas pela radiação ainda aconteceram em grandes números nos dias seguintes. Hibakusha é o termo usado no Japão para se referir as vítimas das bombas atômicas. A tradução aproximada é "Pessoa afectada por explosão". Mulheres Hibakusha nunca se casaram, muitos deles tinham medo de dar a vida para uma criança deformada. Os homens também sofreram discriminação.

Para recordar, aqui segue um artigo do dinâmico acontecimento de formal real, por John Hersey.

Uma nuvem de poeira começou a subir sobre a cidade, enegrecendo o céu como uma espécie de crepúsculo. Logo a seguir, tudo voltou a calma. Foi, então que um flash luminoso rasgou o céu, com sua cor amarela e brilhante como dez mil sóis.. Ninguém se lembra de ter ouvido o menor ruído em Hiroshima quando a bomba explodiu. Contudo, quem pode ouvir, disse que era uma forte explosão aterradora. Casas estavam em fogo. E gotas de água do tamanho de uma bola de gude começaram a chover.. Eram gotas de umidade condensada que caíam do gigantesco cogumelo de fumaça, de poeira e de fragmentos de fissão que subiam já vários quilômetros sobre Hiroshima..As gotas eram grossas demais para serem normais. Enquanto elas caíam o vento começou a soprar cada vez mais forte por causa do deslocamento do ar provocado pela cidade em brasa.

Dos 245 mil habitantes, cerca de 100 mil foram mortos ou receberam ferimentos mortais no instante da explosão. Cem mil outros foram feridos.Os hospitais não comportavam tamanha leva de doentes. Médicos, em grande número e enfermeiros em maior ainda, tinham morridos com a explosão da bomba. Os feridos que puderam andar, cerca de 10 mil, ficaram agachados ou deitados no chão, nos corredores, laboratórios, escadas, portas, nos fundos e do lado de fora dos hospitais, morrendo de dor que não sabiam explicar.Famílias inteiras com rostos desfigurados ajudavam uns aos outros, entre prantos e gemidos. A maior parte vomitava enquanto outros viam cair as suas peles de seus rostos e de suas mãos. Quando alguém tentava segurar um ferido, as suas mãos se enchiam de peles, como uma luva. Muitos estavam nus ou vestidos em farrapos. Amarela no inicio, as queimaduras ficaram vermelhas, inchadas e a pele se soltava. Depois eles começaram a supurar e a exalar um odor nauseabundo. Sobre alguns corpos nus, as queimaduras haviam desenhado a silhueta de suas roupas desaparecidas.

Os primeiros cientistas japoneses que chegaram algumas semanas depois da explosão notaram que o flash da bomba havia causado a descoloração total dos corpos das vítimas. E no chão, a bomba havia deixado marcas correspondentes às sombras dos objetos que seu clarão havia iluminado. Os especialistas encontraram uma sombra permanente projetada sobre o teto do edifício da Câmara de Comercio pela torre do mesmo edifício. Encontraram também silhuetas humanas sobre muros, como negativos de fotos.. No centro da explosão, sobre a ponte que fica perto do Museu de Ciências, , um homem e sua charrete haviam sido projetados com a forma de uma sombra precisa, mostrando que o homem estava a ponto de chicotear seu cavalo no momento em que a explosão os havia literalmente desintegrado.

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