quarta-feira, 18 de junho de 2008

RIBEIRA - XXI


O dia amanhecia limpo, com poucas núvens no céu, anunciando mais um dia de trabalho para a população da cidade de Hiroxima, uma cidade japonesa localizada na província de Hiroxima. A cidade entre montanhas, em um vale, fica no rio Ota, cujos seis canais dividem a cidade em ilhas. Cresceu em torno de um castelo feudal do século XVI. Serviu de quartel-general durante a guerra sino-japonesa. Em 5 de agosto de 1945 foi a primeira cidade do mundo arrasada por uma bomba atómica: 75 mil pessoas foram mortas ou feridas.

Naquele dia, Natal vivia uma tranquila noite quando a BBC de Londres anunciava pelo rádio que uma bomba de terrível poder destrutivo fora posta sobre uma cidade japonesa.: Hiroxima. As pessoas que tinham rádio em casa ouviram, porém nada comentaram, pois de bomba já estavam cheios delas. Uma a mais, uma a menos não fazia diferença. O sistema de autofalantes da Agencia Pernambucana, situada na Ribeira e espalhada pelos bairros da cidade, divulgou a noticia. Todos ouviram aquele informe e os jornais da cidade copiavam pelo sistema Morse os informes dados direto de Londres de que os Estados Unidos lançaram uma Bomba H sobre Hiroxima, cidade japonesa. Os telegramas fechavam dando a data de 06 de agosto de 1945 e com a palavra do piloto do avião que dizia: "Missão Cumprida". Natal era um cidade bem longe do Japão, mas no teatro da II Guerra Mundial.

No Comando do Quartel Americano, em Natal, nenhuma palavra. Era um silêncio absoluto. Os praças tinha a permissão de se divertir no Salão do Grande Hotel como se nenhuma conversa fosse dada a eles. E Natal, o dia passara com seu turno de vida normal e chegara a noite dentro da mais absoluta calma, apesar de ser tomada por uma guerra, com aparelhos fazendo vôos para a África, como era costume nos últimos três anos. As noticia não chegaram a alarmar o povo, acostumado a viver em meio a tranquilidade. De bomba H nada se sabia. No entanto, no dia seguinte foi dada a certeza. Um avião B-29, de nome "Enola Gay" partira de um campo avançado no Pacífico, sob o comando do piloto Paul Tibbets Jr. levando um artefato pequeno, até, que fora batisado de "Little Boy" - garotinho - para deixar cair num canto demarcado, na cidade de Hiroxima, fazer fotos da bomba quando explodisse e de voltar de imediato para o seu campo de pouso. O piloto de nada sabia. Nem o poder da bomba que levara para deixar cair sobre a cidade japonesa, que explodiria a poucos metros antes de tocar o solo. Foi isso que ele fez. Foi isso que aconteceu.

O primeiro ataque atómico da história fez com que a cidade de Hiroshima ficasse mundialmente conhecida. O alvo inicial seria Kyoto, ex-capital e centro religioso do Japão, mas Henry Stimson, secretário de Guerra norte-americano, preferiu a cidade de Hiroshima, escolhida para o ataque porque ficava no centro de um vale, o que pode aumentar o impacto da explosão nuclear, já que as montanhas ao redor prenderiam na região as intensas ondas de calor, a radiação ultravioleta e os raios térmicos produzidos no ataque. Definidos os detalhes da missão, o bombardeio B-29, "Enola Gay" (batizado com o nome da mãe do piloto), comandado pelo piloto Paul Tibbets, decolou da pequena ilha Tinian para um vôo de 2.735 km. Logo depois levantaram vôo outros dois B-29 que tinham a missão de medir e fotografar a missão. O Enola Gay, levava em sua carga fatídica o artefato chamado pelos americanos de "Litte Boy" (garotinho), sua carcaça tinha 3.2 m. de comprimento e 74 cm de diâmetro, pesando 4.300 kg., e potencia equivalente a 12.5 kt de TNT.

As 8,15 horas da manhã do dia 6 de agosto de 1945, o Enola Gay lançou a primeira bomba atómica programada para detonar a 575 m acima da cidade japonesa onde viviam milhares de pessoas, e após um silencioso clarão, ergue-se um cogumelo de devastação de 9.000 m. de altura provocando ventos de 640 a 970 km/h e espalhando material radioativo numa espessa nuvem de poeira. A explosão provocou um calor de cerca de 5,5 milhões de graus centígrados, similar as temperaturas próximas ao limbo do Sol. Hiroshima tinha na época cerca de 330 habitantes, e era uma das maiores cidades do Japão. O bombardeio matou cerca de 130 mil pessoas e feriu outras 80 mil. A bomba é até hoje a arma que mais mortes provocou em pouco tempo. 221.893 mortos é o total das vítimas da bomba reconhecidas oficialmente.. A bomba afetou seriamente a saúde de milhares de sobreviventes. A grande maioria das vítimas era formada pela população civil, que nada tinha a ver com a guerra ou que a simples curiosidade as levassem ao local. Prédios sumiram com a explosão transformando a cidade em um deserto. Num raio de 2 km, a partir do centro da explosão, a destruição foi total. Milhares de pessoas foram desintegradas e, por isso, as mortes jamais foram confirmadas.

A reconstrução da cidade só pode ser encetada sem riscos a partir de 1950 e começou pela ponte Inaribashi. Hoje, a cidade é, de novo um grande centro industrial. No seu centro foi criado um Parque da Paz, com um museu da catástrofe e um monumento das vítimas da explosão. Um edificio em ruínas , o único cuja estrutura metálica não foi destruída pela bomba foi conservado como testemunho. No Brasil, hoje, a colónia japonesa faz lembrar os 100 anos de sua imigração, no ano de 1908, ao par de que tempos depois viu seu pais destroçado pala Bomba Atômica.. Tinham se passados 37 anos que o japonês estava no Brasil, quando toda a tragédia aconteceu. É de se lembrar, também, nesses cem anos o que viveu o povo japonês no ano de 1945 quando o pais se declarou por vencido ante as potencias do oeste.

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