sexta-feira, 27 de junho de 2008

RIBEIRA - XXIX

Caixa de Correio que era vista em Repartições Públicas


Com certeza, trabalhar numa empresa como os Correios, é algo fundamental. Ali se conhece de tudo um pouco. Das coisas que só pode saber quem mandou ou quem as recebeu. Nos Correios, porém, quem trabalha na expedição tem seus meios de saber o que está em uma correspondência, em um telegrama. É igual ou semelhante a um telefone. A um telefone celular, por exemplo. Ou fixo, mesmo. Todavia, o muito que se tem que fazer, não sobra tempo para tal. Entretanto, se uma correspondência vem acontecendo costumeirmente para uma região ou uma determinada pessoa, então é a vez de se cuidar melhor daquela correspondência. Ou daquele telegrama. Um telegrama inofensivo pode ser um ponto de encontro maior do que se imagina.

Essas coisas se pode ver numa agência de Correios. Portanto, o importante que se diz é que a agência dos Correios é o cérebro de um governo. O desenvolvimento da História Postal corresponde ao crescimento e à transformação histórica do próprio Pais, razão pela qual o conhecimento dos principais fatos ligados à implementação e ao desenvolvimento dos serviços postais fornece um panorama do desenvolvimento histórico brasileiro. Do surgimento dos serviços postais até os dias de hoje, os Correios assumiram sua postura de elo que aproxima as pessoas da instituição respeitável que sempre procurou adequar-se aos vários períodos de desenvolvimento do Pais, buscando o progresso para os seus serviços prestados à sociedade.

Com a chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil em 1500, surgiu a primeira correspondência oficial ligada ao Pais a qual, escrita por Pero Vaz de Caminha e enviada ao Rei de Portugal, relatava com notório entusiasmo o descobrimento de uma nova terra. Com este acontecimento, eternizado na história brasileira, estava sendo escrita a primeira página do surgimento dos correios no Brasil. Os primórdios dos serviços postais no Brasil-Colônia reportam-se aos correios em Portugal e à sua atuação neste novo território. Durante os primeiros tempos da colonização do Brasil, os portugueses não dispunham de um sistema postal bem organizado, tendo, inclusive, que recorrer ao de nações vizinhas.

Nem a criação do Correio-mor das Cartas do Mar, em 1673, resolveu o problema de ligação postal entre a nova terra e a metrópole. Deste modo, a dificuldade na comunicação entre Portugal e o então Brasil-Colônia fez com que fossem instituídos, definitiva e oficialmente em 1798, os Correios Marítimos e, anos mais tarde, com que surgissem preocupações de maior expansão dos serviços para o interior da Colônia. A chegada da família Real ao Brasil abriu caminhos para que o serviço postal pudesse melhor se desenvolver. Deste evento resultaram o progresso comercial, a elaboração de 1º Regulamento Postal do Brasil, o funcionamento regular dos correios marítimos e a emissão de novos decretos. Período, posteriormente, bastante conturbado por lutas pela independência do País, serviu de palco para que os correios desempenhassem um papel valioso como meio importante de comunicação entre aqueles que ansiavam por separar a colônia da metrópole e trabalhavam para isso.

O Código Postal Universal, elaborado por ocasião do IX Congresso Universal em Londres em 1929, viria a legislar e apresentar soluções para os problemas postais modernos e dar início a uma nova era na história dos Correios. A chamada Revolução de 30, causou, neste momento, alterações profundas na estrutura político-administrativa do País que atingiram, consequentemente, o setor postal. Os Correios, logicamente, não ficaram indiferentes às mudanças e passaram a analisar não só a sua estruturação, mas também a evolução de seu desempenho, seus meios e sua capacidade técnica de atender à necessidade de comunicação. Foi então que o novo presidente , Getúlio Vargas, baixou decreto em 1931 pelo qual fundia a Direção Geral dos Correios e Telégrafos - o DCT, subordinado ao Ministério de Viação e Obras Públicas, cuja Administração instalou-se, num primeiro momento, no antigo Paço da Pátria XV de Novembro, no Rio de Janeiro, , onde ficou até ser transferida. posteriormente, para Brasília em 1975.

Em 1931 é criado o Departamento de Correios e Telégrafos, as administrações dos Correios passam a denominar-se de Diretorias Regionais; é criado o Correio Aéreo Militar, que deu origem ao Correio Aéreo Nacional, permitindo a remessa de correspondências a lugares quase inatingiveis. Já a partir de 1944, começa a ser utilizado, entre outros modelos, o anfíbio Catalina CA. No entanto, somente a partir de 1968 é que o DCT foi subordinado ao recem criado Ministério das Comunicações. Contudo, com o desenvolvimento dos setores produtivos do Brasil torna-se necessária a reorganização do serviço postal em torno de um modelo mais moderno que o do DCT, que não apresenta infra-estrutura compatível com as necessidades dos usuários. Nesse sentido é criada, em 20 de março de 1969, a Empresa Brasileira de Correios e Telegrafos - ECT, como empresa pública vinculada ao Ministério das Comunicações.

O surgimento da ECT corresponde a uma nova postura por parte dos poderes públicos com relação à importância das comunicações e, particularmente, dos serviços postais e telegráficos, para o desenvolvimento do País. O ciclo de desenvolvimento ocorrido na década de 70 correspondeu as novas necessidades de uma clientela que, pouco a pouco, viu as distâncias serem encurtadas e percorridas graças ao serviço postal, que se estruturou e passou a desenvolver e oferecer produtos e serviços de acordo com a realidade do mercado e as necessidades de sua clientela. Ao mesmo tempo, nesse período a ECT consolida seu papel como importante agente de ação social do Governo, atuando no pagamento de pensões e aposentadorias, na distribuição de livros escolares, no transporte de doações em casos de calamidade, em campanha de aleitamento materno, no treinamento de jovens carentes e em inúmeras outras situações em que se demonstra sua preocupação com o bem-estar da sociedade.

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