segunda-feira, 16 de junho de 2008

RIBEIRA - XIX


A imigração japonesa no Brasil começou no início do seculo XX, com um acordo entre o governo japonês e o brasileiro. O Brasil abriga a maior população japonesa fora do Japão. São cerca de 1,5 milhão de pessoas. O uso do termo nikkei é, atualmente, usado para denominar os japoneses e seus descendentes. O Japão vivia desde o final do século XIX, uma crise demográfica. O fim do feudalismo deu espaço para a mecanização da agricultura. A pobreza passou a assolar o campo e as cidades ficaram saturadas. As oportunidades de emprego tornaram-se cada vez mais raras, formando uma massa de trabalhadores rurais miseráveis. No Brasil, por sua vez, estava faltando mão-de-obra na zona rural. Em 1902, o governo da Itália proibiua imigração subsidiada de italianos para São Paulo. As fazendas de café, principal produto exportador do Brasil na época, passaram a sentir a falta de trabalhadores com a diminuição drástica da chegada de italianos. O governo brasileiro, então, precisou encontrar uma nova fonte de mão-de-obra. Desta vez, decidiu-se por serem atraídos imigrantes do Japão.


O Kasato Maru é considerado pela historiografia oficial o primeiro navio a aportar no Brasil com imigrantes japoneses, em 18 de junho de 1908. Chegou ao porto de Santos trazendo 165 familias, que vinham trabalhar nos cafezais do oeste de Sao Paulo. O ano de 2008 está marcado com o do primeiro centenário da vinda dos janoses para a nova terra, o Brasil. A imensa maioria dos imigrantes japoneses tinha a pretensao de enriquecer no Brasil e retornar para o Japão em, no máximo, tres anos. Todavia, o enriquecimento rápido em terras brasileiras era apenas um sonho Submetidos a trabalhos de horas extras, mesmo assim, os imigrantes tinham salarios baixissimos e pensar em voltar, com o seu salário não dava.

A geração nascida no Brasil foi aquela que mais dificilmente se adaptou. A barreira do idioma, os hábitos alimentares, o vestuário, o modo de vida e as diferenças climáticas acarretaramum choque de cultura extrema. A primeira geração nascida no Brasil viveu de forma semelhante aos pais imigrantes. A segunda geração viu, definitivamente sepultada a esperança de retornar ao Japão. A eclosão da II Guerra Mundial abalava a terra natal e era mais seguro permanecer no Brasil. Muitos imigrantes começaram a chegar nesse periodo a convite dos seus parentes. Na década de 1930, o Brasil já abrigava a maior população japonesa fora do Japão. Quando o Brasil declarou guerra ao Japao, a comunidade japonesa foi diretamente atingida. A língua japonesa foi proibida de ser falada no País.

A partir da terceira geração no Brasil, os descendentes de japoneses passaram a se abrir definitivamente com a sociedade brasileira. Em 1960 ocorre um grande êxodo rural dentro da comunidade nipo-brasileira. Os japoneses saem do campo e rumam para as cidades. Os bisnetos de japoneses, em sua maioria adolescentes e jovens, são os mais integrados ao Brasil. Os vínculos com o Japão ancestral são mínimos, onde a maoria sabe falar pouco ou nada de japonês. Atualmente, a maioria dos nipo-brasileiros falam principalmente o portugues. A primeira geração fala com frequencia dialetos japoneses, muitos deles somente o japonês.

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