sexta-feira, 3 de julho de 2009

RIBEIRA - 325

MURO DE BERLIM
Enquanto havia o muro, a zona entre Berlim Oriental e Ocidental era um lugar potencialmente mortal. Contudo, desde o fim da Guerra Fria, em geral está desértico. Agora, uma arquiteta paisagista holandesa quer transformar a antiga terra de ninguém em uma série de jardins secretos e áreas de recreação. Há vinte anos, aquelas faixas inocentes de areia e cascalho na antiga fronteira entre a Alemanha Oriental e Ocidental tinham um propósito bem mais sinistro. Elas eram arrumadas que era fácil para os guardas de fronteira verem as pegadas dos cidadãos que tentassem fugir do Leste para o Oeste. Agora, uma paisagista holandesa quer ver essas areias mudando novamente - mas por razões totalmente diferente.
Joyce Van den Berg é curadora de uma mostra, "Nova Luz sobre a Terra de Ninguém", a ser inaugurada no Centro Alemão de Arquitetura (DZA) em Berlim no início de julho, que estuda o que pode ser feito com o que resta da antiga faixa de fronteira cercando Berlim Ocidental. A "faixa mortal" ou terra de ninguém era um território entre as duas Alemanhas. A fronteira consistia de um muro de concreto, mais conhecido como Muro de Berlim, cercado principalmente por cercas, torres de vigias e uma faixa vazia de "terra de ninguém". Há cerca de 155 km da antiga faixa de fronteira com cerca de 20 metros e 2.5 km de diametro. Van den Berg pesquisou exatamente onde costumava ser e seu tamanho. Grande parte dessa extensão não está utilizada, não está cuidada e, como escreve o DAZ em seu site na Web, é um "cenário único com enorme potencial". Van den Berg, que começou a se interessar pelas antigas fronteiras quando estudou Berlim há 10 anos, gostaria de ver as faixas de morte - que ela chama de "cenários de trauma" - transformadas em áreas de recreação. A paisagista trabalhou em projetos urbanos similares em Utrecth e Amsterdã, em lugares como o antigo aeroporto militar. Ela considera uma vantagem ter uma perspectiva de estrangeira durante o projeto e diz que seu objetivo é respeitar a história das áreas e preservar quaisquer restos da antiga área de fronteira enquanto embeleza a terra, replantando e dando tratamento paisagístico, assim como permitindo passatempos como ciclismo, caminhadas e outros esportes.
Van den Berg, que estudou cuidadosamente onde costumava ser a fronteira, também tem algumas idéias para o resto da antiga fronteira. Em certo ponto, houve 302 torres de vigilância na fronteira; hoje, existem apenas cinco. Van den Berg quer manter as cinco restantes e quaisquer outras que possam ser reconstruidas e montar ali jardins secretos pequenos. Plantas incomuns podem ser criadas ali dentro, protegidas do vento e dos elementos, e os transeuntes nem veriam as torres de vigilância se não se aproximassem delas. Van den Berg também tem um esquema interessante para marcar os túneis de fuga escondidos que levavam do Leste para o Oeste. Esses são considerados restos importantes da antiga fronteira porque, se os túneis, construidos com grande risco, fossem descobertos, frequentemente levariam a uma mudança no fronteira do lado da Alemanha Oriental, algumas vezes até a demilição de prédios ou blocos. Para marcar onde estavam os túneis, Van den Berg sugere feixes de luz do oeste para o leste, comemorando tanto os túneis quanto as pessoas que tentaram usá-los.
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