quinta-feira, 23 de julho de 2009

RIBEIRA - 343

RIBEIRA
Ao se falar na Ribeira, deve-se dizer que é um bairro de Natal, Rn, e onde foi - praticamente - iniciada a cidade. Outrora, em tempos ídos, quando se residia em Natal, capital do Estado, estava se compreendendo apenas na Cidade - Cidade Alta - um local de habitações provincianas e único de residencias de moradia. Ao se dizer "provincianas", se quer dizer de "provincia", o que, no tempo em que a cidade estava nascendo, não se falava neste termo. Havia a Cidade (Alta) que era localizada em um topo de maior alcance para a visão da estensa costa, e um outro ponto, em um local mais baixo e que por ser constantemente alagado pelas águas do rio Potengi, que banha a cidade, então aquele ponto passou a se chamar de Ribeira. Era um termo que se dizia para melhor identificar quando se tinha que ir ao bairro que nem bairro era. Em 1900, a cidade ainda era de pouca importância para o resto do mundo. Foi então que o Governo do Estado abriu os olhos para o desenvolvimento da cidade. Começaram a chegar os carros de trem e o bairro se tornou, na verdade, em bairro. Com a vinda do trem, abriu-se a oportunidade de crescimento da Ribeira, com a construção de portos cuja finalidade era a de guardar os produtos que o Estado tinha para exportar, evitando-se de levar tal produção pelo porto do Recife. Esse foi mais um passo que o bairro tomou naquela época, ao par de também operar em outras atividades, deixando o fator residencial apenas para a Cidade. No bairro da então chamada Ribeira, construiu-se novas moradias, pois a gente de menor poder aquisitivo já morava naquele local, ocupando as casas que se armavam nas ruas que hoje existem. As ruas não tinham sequer, nomes de identificação quando a Ribeira começou a existir. E se tinha, eram nomes dados por acaso, pois não representavam um nome verdadeiro. Assim surgiu a rua das Virgens, a rua do Comércio, a rua Sem Nome que logo depois ganhou a denominação de Frei Miguelinho, homem que nasceu naquela rua e, quando morreu, por sentença do Governo da União, na cidade de Salvador, era Padre Miguelinho. Em continuação, abriu-se um porto que era um mero ancoradoro na rua que passou a se chamar de Tavares de Lyra, governador do Estado em tempos passados. Não existia as Rocas, como existe hoje. Então, o bairro da Ribeira terminava na rua Esplanada Silva Jardim. Em seguida, veio a rua Duque de Caxias, e outras menores, como a 15 de Novembro e mesmo a Dr. Barata, uma rua onde residiu o homem que deu nome aquela rua estreita, mas de grande movimento comercial. Entre becos e travessas, o bairro cresceu e ganhou fama como um ponto de grande atração comercial. Nesse tempo, 1920, a Cidade não tinha qualquer movimentação de turismo. Os navios que alí ancoravam, ou era para descarregar e carregar mecadorias, ou para receber os viajantes que rumavam para o Rio de Janeiro. Natal olhava o progresso que estava chegando em outras capitais do pais, como Recife, Salvador e Rio de Janeiro. Quando começou a II Guerra Mundial, um pouco antes o Governo do Estado construiu o Grande Hotel - 1938 - já um passo enorme para a cidade. Nesse tempo, a cidade tinha poucas pensões, como o Hotel Avenida, Hotel Internacional que nunca chegaram a ser hoteis de verdade. A Ribeira, a partir de 1940, tomou forma e passou a ser desenvolvida, perdendo os casarões que já estavam construidos ao longo da avenida Tavares de Lyra, rua das Virgens, rua Duque de Caxias, rua Dr Barata, rua Chile, que assumiu o nome do lugar do anterior Rua do Comercio, onde se comprava de quase tudo. Apenas depois de 1940 é que a Ribeira virou bairro. E então, Natal passou carta de data ao novo e promissor local, onde chegavam os trens, bondes, navios, botes e todos os meios de transportes que aumentavam a cada dia.

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