quarta-feira, 8 de julho de 2009

RIBEIRA - 331

NINOTCHKA
Na primeira metade do século 20, os filmes do alemão Ernst Lubitsch ganharam fama mundial pela mistura de ironia, malícia e sofisticação. Da vasta obra de Lubitsch, 15 filmes serão apresentados na mostra "O Cinema de Ernst Lubitsch", a partir desta quarta-feira (8), no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo. Entre os destaques estão filmes de sua fase alemã, alguns clássicos como "Ninotchka" e "Ser ou Não Ser", além de raridades como o fragmento restaurado de "A Chama". Lubitsch (1892 - 1947) iniciou sua carreira como ator de teatro. Em 1912, descobriu o cinema. Nessa época, criou Meyer, um personagem cômico judeu que fez grande sucesso e que valeu a Lubitsch o convite para dirigir curtas e depois longas. Desse momento inicial da carreira do cineasta, a mostra do CCBB traz "Sapataria Pinkus", de 1916, o primeiro média-metragem realizado por Lubitsch, que também vive o protagonista Sally Pinkus.
Os filmes de Lubitsch produzidos entre 1918 e 1922 são comédias ou dramas históricos que fazem contraponto aos trabalhos expressionistas que ganharam destaque na Alemanha pré-nazista. Desse período, serão exibidos as comédias "A Princesa das Ostras" (1919), "As Filhas de Kohlhiesel" (1920) e "Gatinha Selvagem" (1921). Esses trabalhos revelam a sofisticação que se tornaria marca registrada de Lubitsch em sua fase americana e que seria um dos ingredientes do que se convencionou chamar "toque de Lubistsch". "A CHAMA" (1922)encerra a fase alemã do cineasta. Segundo Lubitsch, o filme junto com "Der Rausch", é a realização mais completa das produções alemães que fez. Os americanos descreveram a estética deste trabalho como "Art Noveau cinematográfico". "A Chama" não foi preservado e resta apenas um fragmento de 43 minutos do filme, que será exibido na mostra.
Sobre a fase alemã do cineasta, a mostra exibe o documentário "Ernst Lubitsch em Berlim, de Robert Fischer. O filme reconstrói a vida e a carreira do cineasta em Berlim dos anos 10 e 20 e traz depoimentos de sua filha Nicole e de cineastas contemporâneos como Tom Tykwer. Lubitsch partiu para os EUA em 1923 para produzir "Rosita". Com a ascensão do nazismo, o cineasta, filho de um alfaiate judeu, perdeu sua cidadania alemã. Em 1936 tornou-se cidadão americano e nunca mais retornou à Alemanha. É durante sua fase americana que Lubitsch produziu suas obras mais conhecidas, como "Ninotchka" (1939), com Greta Garbo e roteiro de Billy Wilder, e "Ser ou Não Ser" (1942), que serão exibidos na mostra. Esses filmes trazem outros elementos que compõem a "marca de Lubitsch" como uma certa malícia para lidar com temas sensuais em um período de censura nos EUA e uma fina ironia ao lidar com questões políticas. Os filmes que serão projetados, são: dia 8 de julho, "Ana Bolena" e "Ser ou Não Ser"; quinta, dia 9, "A Viúva Alegre" e "As Filhas de Kohlhiesel"; sexta, 10,"Gatinha Selvagem" e "Não Quero Ser Um Homem"; sábado, 11 "Sapataria Pinkus", "A Oitava Esposa de Barba Azul" e "Ernst Lubitsch em Berlim"; domingo, 12. "A Princesa das Ostras", O Pecado de Cluny Brown" e "Os Olhos da Múmia"; quarta, 15, "A Chama" e "Ninotchka". No dia 19 de julho será exibido "O Anjo",encerrando a mostra.
----

Nenhum comentário: