sexta-feira, 30 de outubro de 2009

RIBEIRA - 354

- QUARTEL DA RIBEIRA -
Conta-se histórias incompletas. No caso é a história do Quartel da Polícia do Rio Grande do Norte, o Quartel Militar. Aqui, (foto) onde está o prédio onde nasceu Frei Miguelinho, foi a sede da Polícia quando, então, era no bairro da Ribeira. Pode-se ver casas de morada ao longo do prédio onde era a Polícia. Casinhas pequenas parecendo um cachorro de cócoras, pois era assim que se chamavam as casas de antigamente, e de hoje também. Não sei por que puseram no meio esse tal cachorro. Contudo, por vias das dúvidas, era sim, esse nome mesmo, que tinham as casas de antigamente. Aqui se nota a iluminação urbana da cidade: lampião. O lampião era uma lanterna elétrica ou a combustivel, portátil ou fixa em uma esquina. Esse aí era fixo, parecendo ser a combustível. Essa placa que está na parede, quase na esquina do prédio, é a indicação de que, ali nasceu aquele que um dia se chamava Frei Miguelinho. Na verdade, ele era padre. O Frei acabou-se quando Miguelinho se tornou secular, ou padre. Ele foi morto de Salvador, Ba, por conta da teimosia que o padre emprestava em querer sentir o Brasil viver como uma República. Escapou da morte, uma irma do padre Miguelinho. Bem! Mas isso é outra história.
Quando o Quartel da Polícia veio para cá, - ihhh, faz muito tempo! - ele, ainda passaria pelo prédio da avenida Rio Branco, onde era, tempos depois, a Escola de Artífices ou Liceu Industrial e então pelo prédio da Salgadeira, aquele que em 1935 enfrentou e perdeu o combate para a tropa dos comunistas. Hoje, alí, é a Casa do Estudante. Só, depois, é que o Quartel se mudou, em definitivo, para a sua nova sede no bairro do Tirol. Salgadeira quer dizer, "salgado". O nome de Salgadeira provém de um matadouro que tinha perto do Quartel, onde de abatia o gado para vender no Mercado da Cidade Alta. Salgadeira era dado as mulheres que salgavam as tripas, os bofes e outras coisas a mais que se estraia do gado. Isso era o que se chamava de salgadeira: as mulheres que salgavam as partes do gado. Pois bem! Antes do Quartel se fixar na Salgadeira, ele montou sua sede no bairro da Ribeira, na que hoje se chama de Esplanada Silva Jardim. Era rua do Quartel da Polícia. Oito janelas na frente e uma porta de entrada (e de saída). Nada mais. Quantos praças? Não sei. Quando o Quartel era na Salgadeira, no combate havido com os comunistas, estavam 42 praças. Na verdade, esse número não queria dizer qual o seu efetivo, pois devia ter muito mais, só em Natal.
O que se consta é que a Polícia Militar foi criada com o nome de Corpo Policial da Província em 27 de junho de 1834. Era o governador do Estado o Presidente Basilio Quaresma. Tinha em seus quadros, quando foi criada, apenas 70 homens. É de se contar que o Estado era bem diferente em termos populacionais do que é hoje. Mesmo assim, a Policia Militar desempenhou importantes missões no cenário nacional de combate à Coluna Prestes, no Maranhão, e a Revolução Constitucionalista, no Estado de São Paulo. Aqui, no Estado, combateu, especialmente, o cangaceirismo. A data oficial da Polícia Militar é o dia 4 de novembro de 1936. Porém pesquisas feitas no Instituto Histórico aponta em definitivo a data de 27 de junho de 1834. Assim é a história da Polícia no Estado. Com o passar dos anos, a polícia incorporou em seus quadros o pelotão feminino, coisa que não havia no tempo da Ribeira. Este foi criado em 1986 com especialização em médica, psicóloga, e fisica além de soldados, cabos e sargentos mulheres. Nos tempos em que o Quartel só era para homens, a situação era um tanto incômoda, pois ao deter um contraventor. sendo mulher, o soldado não podia passar nem mesmo em revista, pois as mulheres podiam esconder um furto dentro de suas próprias partes íntimas. Hoje, tem mulheres-soldados que executam esse trabalho. Eu lembro de mulheres ligadas ao tráfico que escondem ou escondiam os furtos dentro de calcinhas, coisa que para um homem soldado não caberia resolver. O Quartel da Ribeira ficava próximo a Rua 15 de Novembro, das meretrizes, onde havia roubos e furtos por parte das mulheres da vida, as prostitutas. Ali, na rua 15 ou na Quarentena e em outras ruas próximas frequentadas por meretrizes, eram o foco dos furtos por parte dessas mulheres. Contudo, o baixo meretricio não existe mais, ali na Ribeira. Portanto, as mulheres-soldados já não tem mais esse cuidado. Mesmo assim, elas são chamadas para outros locais onde tem meretrizes ou não, fazendo tráficos ou roubos.
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