domingo, 11 de outubro de 2009

RIBEIRA - 434

- SEDUÇÃO -
Estavas tão bela naquela primeira noite de embrumados sonhos que eu, notadamente, não puder conter o impeto prazer de acariciar de corpo e alma a tua maciez de nobre orgasmo. Eras um tanto tímida, sem nada a dizer ou falar quando ti ví pelas sombras do biombo encostado na metade do quarto solitário e mudo. Divina encantadora musa de meus próprios e indiscritiveis ansêios primaveris, eras tu, mulher, em plena sedução à luz da lua terna e calma como as luzes dos meus incestuosos santos desejos. Linda, terna e meiga fêmea que desnundava todo o seu pueril corpo vertente de indomavel prazer a cada instante, na maciez dos perfumosos lençois de linho que negavam encobrir-te o envolvente corpo. A cada momento em que eu estava, sentia-me embravecido pelos desejos recalcitrantes de te envolver cego em meus perturbados e inquietos braços. Tu me olhavas com temor e como uma corsa em sua excitablidade sensual, derradeira deixou-se a entregar ao animal quente e treslocado amado. Horas de prazer incontido vivi aquele momento de volúpia terna e aquecida. Senti-te ofegar como uma dozela no cio, pedindo um pouco mais de quase completa calma pois a tua angustia não permitia tanto prazer de minha parte de excesso viril. Largos momentos foram aqueles de prazer incontido que pude esperimentar em teus braços. E de ti, encontrava aconchego de um amor de modo eterno como vivem as ninfas nos seus castelos de emoções e sonhos. Era-me a eterna mulher do meu inacabado palpitar de comoção intensa.
Os vulgares entrechos de teus silentes particulos de vestes, deixei-os cair solitários e ébrios no chão límpido do quarto nas vertentes e desnudas precárias partes que dele alcançava. Teus caprichosos cabelos emolduravam a testa, encobrindo de todo o seu enlaçado pescoço. Como eras divina e bela naquela posição aconchegante quando pude, de vez, te olhar na virginal cobertura do leito revestido de espalhados lençois redobrados pelos cantos que os nosso corpos deixaram. Olhei-te por inumeras vezes sem te responder o que eu estava a perceber. No leito nupicial só então percebi que não estava mais desperto, pois quando tornei, ví-te a me olhar, solitária, como uma divindade no marco de um poema.
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