segunda-feira, 12 de abril de 2010

LUZ DO SOL - 84

- AMOR ANTIGO -
- CONTO -
Na tarde daquela quarta-feira, Dino estava sentado na cadeira de frente ao birô que o seu pai tinha naquela casa. Uma gaveta do birô era de Dino onde ele guardava seus livros, cadernos e lápis. As outras duas gavetas e a principal bem larga por sinal, eram do seu pai, onde o homem guardava documentos e velharias, no entender de Dino. Ali onde ele estava, fazia contas que a sua professora passara na aula da manhã. Eram os deveres de casa, afinal. Foi nesse tempo que Dino ouviu um chiado pelo lado de fora de sua casa, no oitão entre a casa vizinha. Um chiado fraco, mas era um chiado. Com as orelhas em pé, de repente o garoto correu para a janela do oitão para ver o que se passava ali. Era certo que o garoto pressentira o que podia ser. Porém, para ele era melhor ver com a vista que tinha de tão nobre. E viu. A mocinha Dalva tinha ido urinar no beco, dispensado o local próprio, uma casinha feita de cerca onde os mais velhos da casa podiam cumprir suas necessidades. A casa tinha no cercado de vara um aparelho sanitário. E esse aparelho despejava em uma fossa. Porém, a mocinha preferia fazer as suas necessidades costumeiras no beco, entre uma casa e outra.
Então, Dino, de repente viu por toda a janela aberta de fora a fora a mocinha cumprir suas necessidades mais simples. Ele, de longe olhava Dalva a fazer o que tinha ido fazer e olhar por baixo, entre as pernas, o que estava saindo e como saía, talvez. De vestido alongado, Dalva nem se importava com o tempo e ali mesmo urinou a seu bel prazer. Por seu lado, Dino apenas perscrutava o que a garota fazia. Quando Dalva terminou, voltou a casa, pelo oitão, para poder entrar pela porta de trás. Foi ai que ela teve a surpresa. Com a cara mais cínica do mundo, Dino lhe chamou a atenção.
--- Eu vi você! – disse o garoto a sorrir amplamente e de forma bem alegre.
--- Ai. Que susto! Viu o que? – inquiriu Dalva de forma arrebatadora e com muita raiva.
---Você urinando! – respondeu Dino de forma alegre.
--- Vá pra merda! E não pode não? – respondeu Dalva de forma mais malcriada ainda.
--- Quando urina, dói? – perguntou o garoto de forma maliciosa.
--- Pra que você quer saber, seu bosta? – respondeu Dalva já procurando a entrada da latada do final da casa onde ela morava.
--- Pra nada. Só perguntei. Vem cá. Espera um pouco! – articulou o garoto bem mais calmo dessa vez.
--- Que é que você quer bosta merda? – perguntou a mocinha ainda com muita raiva.
---O quarto? – perguntou o garoto feliz da vida.
A mocinha então se refez e dessa vez não estava com muita raiva. Disse apenas isso:
--- Tá lá! Por quê? – sorriu a mocinha com uma sensação estranha.
--- Vamos para lá? – indagou Dino maledicente.
--- Fazer o que? Minha vó ta na sala fumando cachimbo e esperando o homem do pão. Não tarda já ele passar. – respondeu Dalva de forma inquieta.
--- A gente fica lá dentro. Ela nem desconfia. – replicou cheio de ânsia o garoto.
--- Sei não. Vou olhar. Volto já e te digo. Você vai por onde? – indagou a mocinha.
--- Pulo a janela! – objetou o garoto.
--- Pera aí. Volto já. – falou Dalva sorrindo e cheia de encanto que podia exprimir.
De imediato, Dino pulou a janela e se meteu na casa, um tanto velha, com seu fogão a lenha, panelas carcomidas pela fumaça do fogão, tudo exposto de qualquer jeito. Na chamada sala de jantar havia uma única mesa, um armário, um guarda-louças, quatro cadeiras e outros objetos sem grande futuro. Era uma casa de gente pobre de fazer dó. O garoto viu aquilo e nem prestou atenção em vasculhar. De repente, a moça estava de volta. Ao se topar com Dino tomou aquele susto.
--- Que susto, miséria. Ave. Vamos! Vó esta na cadeira de balanço prestando atenção a rua. Cuidado. Devagar. – resmungou a moça de forma meio braba.
Os dois seguiram para o quarto onde Dino já esteve e lá fizeram sexo. Dino tirou o calção. Dalva tirou a calcinha e levantou o vestido. Cada um que começasse a fazer sexo de forma desprovida de algo virtuoso. Dalva às vezes estava por cima e às vezes por baixo de Dino. O garoto se sentia em êxtase e a mocinha não sabia muito que fazer. Ela deixava-se penetrar com muito cuidado com o garoto sem saber ao certo como se fazia aquilo. De um momento, Dino se lembrou de Francisca, a sua namorada mais velha. Calou. Mas, da forma que estava fazendo sexo não dava certo. Ele fez a mocinha ficar de peito pra cima, abriu-lhe as coxas e penetro como todo afinco o seu sexo na mocinha que ouviu quando Dalva gritou:
--- Ai. Tá doendo. Dói muito. Espera! – gritou baixinho a donzela.
O garoto se assombrou. Ele retirou o seu ínfimo e pequenino pênis de dentro da voluptuosa e delicada Dalva e viu o cobertor molhado de sangue. O assombro, então, era dos dois. Ela se encheu de medo o dizer;
--- Você me desvirginou, doido!!! – lacrimejou a moçinha cheia de espanto e desprazer.
--- Eu o que? – perguntou o garoto alarmado e louco de aperreios.
--- Nada. Nada não. Deixa-me pegar o cobertor pra lavar o sangue. – reclamou Dalva quase chorando e com a tensão por demais inquieta.
--- Eu fiz o que? – voltou a perguntar Dino com mais espanto ainda.
--- Nada seu merda. Deixa-me lavar a coberta. – reclamou a moça.
Com muita precaução, o garoto, seguindo Dalva saiu pela porta da cozinha para poder pular a janela e entrar em casa. A sua mãe, naquela hora ainda estava a dormir o sono da tarde e não vira nada do que acontecera entre os dois vizinhos. Antes de sair para a sua casa, ele ouviu Dalva dizer-lhe que daquele momento em diante eles, os dois, eram noivos e que Dino se preparasse para se casar com ela. O torpor invadiu todo o seu corpo, pois como diria tudo que acontecera naquela tarde a sua namorada? Tudo por demais era estranho para Dino. Ele estava atordoado com o que acabara de fazer com a bela morena de cores perfeitas, seios meigos, rosto de amiga. Enfim, Dino se desculpou de tudo o que fizera:
--- Desculpe. Eu não sabia que era assim. Desculpe. – falou Dino de forma lacrimejante.
Enfim Dalva respondeu com eterna meiguice e afetuoso carinho.
--- Doido. Nós somos noivos. Agora. Não se importe com isso. – declarou Dalva com agrado batendo o cobertor na pedra para retirar o sangue quase coalhado.
O garoto Dino ficou por mais uns instantes e saiu para também tomar banho. Enfim ele era homem, dessa vez em diante. Já contava com duas namoradas.

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