sábado, 4 de outubro de 2008

RIBEIRA - 142

RIBEIRA
uma visão tirada do rio Potengi
Disse uma vez um cantor: "Quem quiser ver praia, coqueiro a balançar...Lá no norte tem. Só no norte há."

Na verdade, essa composição tem um cunho de verdade. Aqui, no nordeste que os sulistas costumam chamar de norte, não sei porque, quem vem passar uns dias aqui, por certo vai encontrar os velhos e tradicionais coqueiros que chegaram até aqui, vindos pelo mar, de um local distante, talvez India.
Por isso, o compositor pegou o mote do linguajar sulista e chamou Natal de terra dos coqueirais.
Por certo, o autor da poesia que se colocou a música na letra, tem a sua razão.
Certa vez, alguém resolveu tirar (ou bater?) uma foto da Ribeira vista do meio do rio Potengí que divide o bairro com o outro lado, onde, na época da foto, só havia mangue, na margem do rio, e coqueiros, mais para dentro, onde hoje se tem inúmeros conjuntos residenciais.
Essa foto que ilustra a matéria foi tirada há varios anos, onde se podia vê o Palacio do Governo, um prédio de dois andares, casas de comércio confrontando com o rio, um bote procurando ancorar, levando os seus passageiros e um monte de quinquilharias que o pessoal levava para vender. O cais, é muito provável, era o chamado Cais que tempos depois levou o nome de Cais Tavares de Lyra.
Para o desembarque, o bote ancorava num trapiche de madeira e os passageiros, mesmo sob o risco de molhar os pés, saltavam fora.
No alto, lá no alto mesmo, podia-se vê dois coqueiros e, percorrendo toda a foto, se via outros coqueiros mais para um lado. Coqueiros bem menores.
Eu não sei quando foi feita essa foto, mas, para mim, mostra que era de uma Natal bem antiga, por certo, pelos ídos de 1900 ou coisa assim. Vale a pena recordar uma cidade antiga, primitiva, quando hoje se nota uma outra capital onde se vislumbra uma ponte entre o Forte dos Reis Magos e a praia da Redinha. Se alguem olhar de perto essa foto, há de se lembrar de houve uma Natal de história de pescadores, por certo.

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