quinta-feira, 30 de outubro de 2008

RIBEIRA - 168

JOANA D'ARC
Joana d'Arc por vezes chamada a donzela de Orleans, é também santa padroeira da França e foi uma heroína da Guerra dos Cem Anos, durante a qual tomou partido pelos Armagnacs, na longa luta contra os borguinhões e seus aliados ingleses. Descendente de camponeses, gente modesta e analfabeta, foi uma mártir francesa canonizada em 1920, quase cinco séculos depois de ter sido queimada viva. Joana d'Arc foi esquecida pela história até o século XIX, conhecido como o século do nacionalismo. Shakespeare tratou-a como uma bruxa. Voltaire escreveu um poema satírico, ou pseudo-ensaio histórico, que a ridicularizava, intitulado "A Donzela de Orléans". A Igreja Católica francesa propôs ao Papa Pio X sua beatificação, realizada em 1909, num período dominado pela exaltação da nação e ao ódio ao estrangeiro, principalmente Inglaterra e Alemanha. O gesto do Papa inspirou-se no desejo de fazer a Igreja de França entrar em mais perfeito acordo com os dirigentes anticlericais da III República, mas só com a Primeira Guerra Mundial de 1914 a 1918, Joana deixou de ser uma heroína da Direita. O Parlamento francês estabeleceu uma festa nacional em sua honra no segundo domingo de maio. Em 9 de maio de 1920, cerca de 500 anos depois de sua morte, Joana d'Arc foi definitivamente reabilitada, sendo canonizada pelo Papa Bento XV - era a Santa Joana d'Arc. Em 1922 foi declarada padroeira da França.
Joana nasceu em Domrémy, na região de Lorena, na França. A data de seu nascimento é imprecisa, de acordo com seu interrogatório em 24 de fevereiro de 1431, Joana teria dito que na época tinha 19 anos portanto teria provavelmente nascido em 1412. Filha de Jacques d'Arc e Isabelle Romée, tinha mais quatro irmãos: Jacques, Catherine, Jean e Pierre, sendo ela a mais nova dos irmãos. Seu pai era agricultor e sua mãe lhe ensinou todos os afazeres de uma menina da época. Em seu julgamento Joana d'Arc afirmou que desde os 16 anos ouvia vozes divinas. Segundo ela em seu julgamento, a primeira vez que escutou a voz, ela vinha da direção da igreja e acompanhada de claridade e uma sensação de medo. Dizia que às vezes não a entendia muito bem e que as ouvia duas ou três vezes por semana. Entre as mensagens que ela entendeu estavam conselhos para frequentar a igreja, que deveria ir a Paris e que deveria levantar o domínio que havia na cidade de Orléans. Posteriormente ela indentificaria as vozes como sendo do arcanjo São Miguel, Santa Catarina de Alexandria e Santa Margaret. O arcanjo São Miguel é o líder dos exércitos celestiais. Santa Catarina é definida as vezes como uma figura apócrifa a cavalo dos séculos III e IV que morreu com uma idade similar a de Joana, também erudita, persuadiu o imperador Maximiliano II que deixasse de perseguir os cristãos. Foi condenada a morrer na roda - um sistema de tortura que fraturava os ossos -.
Aos 16 anos, Joana foi a Vaucouleurs onde recorreu para que o Exercito lhe cedesse uma escolta até Chinon, para assim não temer enfrentar o território hostil dominado pelos ingleses. Quase um anos depois ela foi enviada. Portando roupas masculinas até a sua morte, Joana chegou a Chinon. Sozinha, na presença do Rei, ela o convenceu a lhe entregar um exercito com o intuito de libertar Orléans. Convencidodo que ouvira de Joana, o rei entregou-lhe às mãos uma espada, um estandarte e o comando das tropas francesas, para seguir rumo à libertação da cidade de Orléans que há oito meses era governada pelas tropas inglesas. Munida de uma bandeira branca, Joana chegou a Orléans em 29 de abril de 1429. Comandando um exército de 4000 homens ela consegue a vitória sobre os invasores.
Cerca de um mês após a sua vitória sobre os ingleses em Orléans, ela conduziu o rei Carlos VII à cidade de Reims onde este foi coroado. Joana assistiu a consagração de uma posição privilegiada, acompanhada de seu estandarte. Teoricamente Joana já não tinha nada mais a fazer no Exército já que havia cumprido sua promessa que as vozes lhe haviam dado. No entanto, os ingleses dominavam Paris e enquanto fosse assim o Rei Carlos não teria domínio sobre à França. E a luta continuava. Joana foi ferida por uma flecha durante a tentativa de entrar em Paris. Na primavera de 1430, Joana d'Arc foi presa. Enquanto se decidia quem ficaria com a prisioneira - se ingleses ou franceses - o tempo foi passando. Em Ruão, para onde foi mandada ficou presa em uma cela escura vigiada por cinco homens. Joana vivia seus piores tempos. O processo contra Joana começou em janeiro de 1431 e ela se converteria um heroína nacional. Dez sessões foram feitas sem a presença da acusada, apenas com a apresentação de provas, que resultaram na acusação de heresia e assassinato. Joana foi queimada viva em 30 de maio de 1431, com apenas 19 anos na Praça do Mercado , às 9 horas, em Ruão. Antes da execução ela se confessou e foi administrado o sacramento da Comunhão. Entrou, vestida de branco, na praça cheia de gente. Após lerem o veredicto, Joana foi queimada viva. Suas cinzas foram jogadas no rio Sena para que não se tornassem objeto de veneração pública. Era o fim da heroína francesa.

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