sexta-feira, 17 de outubro de 2008

RIBEIRA - 156

ANTOINE DE SAINT-ÈXUPÉRY
Eu lembro que, naquele dia eu estava no escritório do meu tio, quando ouvi dobrar o livro e dizer: "Muito bom". Antes, eu já vira que ele estava lendo o romance O Pequeno Principe, de um certo autor, parecia-me francês. Eu não tive oportunidade de olhar de perto o romance. Porém, gravei o seu nome. Como meu tio achara aquele livro "muito bom", decerto eu devia procurá-lo também na livraria do bairro. E foi o que fiz. Em uma de minhas saidas para o comércio, eu já que estava a procura do romance que o meu tio achara muito bom. Ávido para encontrá-lo, parei na livraria e procurei o tal romance. Paguei e levei de volta para o escritório, escondido nas calças para ninguem ver. E li o tal romance. A cada página, me fascinava ainda mais. Era uma história de um aviador que aterrisara no deserto para consertar seu aparelho e, estando lá, se deparou com uma figura infantil de um pequeno príncipe. Daí começou a história até o seu final que, de passagem, posso dizer que foi muito triste: a cobra picou o príncipe. Mas o meu conhecer não parou por aí. Com todos os meus colegas, falava-lhes do principe. E era comum ouvir dizer: "Já li". Mesmo assim eu continuava a minha peregrinação. O que me interessava era saber quem era o autor daquela pequena obra literária. Só o nome não bastava. Eu queria saber mais.E todos me respondiam: "Saint-Èxupéry". Eu pensava que todos eram eram uns inúteis. Certa vez, alguém me disse: "Aquele romance foi inspirado em um pé de baobá que existe em Natal". Tal afirmativa me deixou surpreso. "Por que Natal?", veio a pergunta que eu fiz. "É. Um baobá que tem lá em Lagoa Seca", o rapaz me respondeu. E então eu voltei a inquiri-lo: "E por que ele viu esse baobá em Natal?" . E veio a resposta: "Sei lá. É o que o povo diz".
Ora mais essa. Um baobá existente em Natal. E não me dei por vencido. Procurando saber mais pelo autor do romance, fiquei sabendo que ele passou por Natal, por Recife - lá tem baobá também - pelo Rio de Janeiro e por muitos outros locais. Éxupéry veio do norte da África, onde só tem pé de baobá. Então pode ter sido dos baobás da África. Ou não pode? O certo é que o livro conta a história de um príncipe e de um pé de baobá. Essa é a história.
Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe de Saint-Èxupéry era o terceiro filho do Conde Jean Saint-Èxupéry e da condessa Marie Foscolombe, nascido a 29 de junho de 1900, em Lyon e morreu a 31 de julho de 1944, no Mar Mediterraneo. Foi escritor, ilustrador e piloto da Segunda Guerra Mundial. Apaixonado desde a infância pela mecânica, estudou a principio no colégio jesuita de Notre-Dame de Saint-Corix, em Mans, de 1909 a 1914. Neste ano da Primeira Guerra Mundial, juntamente com seu irmão François, tranfere-se para o colégio dos Maristas, em Friburgo, na Suiça, onde permanece até 1917. Quatro anos mais tarde , em abril de 1921, Antoine inicia o serviço militar no 2º Regimento de Aviação de Estrasburgo, depois de reprovado nos exames para admissão da Escola Naval. A 17 de junho, obtém em Rabat, para onde fora mandado, o brevê de piloto civil. No ano seguinte, 1922, já é piloto militar brevetado, com o posto de subtenente da reserva. Em 1926, recomendado por um amigo. o Abade Sudour, é admitido na Sociedade Latécoère de Aviação, onde começa então sua carreira como piloto de linha, voando entre Toulouse, Csablanca, Dakar e Brasil, passando então por Natal, Recife e Rio de Janeiro. Faleceu durante uma missão de reconhecimento sobre Grenoble. Recentemente, o alemão Horst Rippert assumiu ser o autor dos tiros responsáveis pela queda do avião e disse ter lamentado a morte de Saint-Éxupéry. Em 2004, os destroços do avião que pilotava foram achados a poucos quilômetros da costa de Marselha. Seu corpo jamais foi encontrado.
Na literatura, deve-se dar uma atenção a seu último trabalho, O Pequeno Príncipe, escrito em 1943, , romance de maior sucesso de Saint-Exupery. Foi escrito durante o exilio nos Estados Unidos, quando fez visitas ao Recife, (Pe). Para muitos era difícil imaginar que um livro assim pudesse ter sido escrito por um homem como ele. O livro nos mostra uma profunda mudança de valores, que ensina como nos equivocamos na avaliação das coisas e das pessoas que nos rodeiam e como esses julgamentos nos levam a solidão

Um comentário:

MARTHA THORMAN VON MADERS disse...

Fantástico, texto adorável. E sabe que no meu blog escrevi sobre o mesmo tema?
Apareça lá, um bom final de semana para você.