sexta-feira, 6 de novembro de 2009

RIBEIRA - 362

-MURO DE BERLIM -
O Muro de Berlim foi uma barreira física, construida pela República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) durante a Guerra Fria, que circundava toda a Berlim Ocidental, separando-a da Alemanha Oriental, incluindo Berlim Oriental. Este muro, além de diidir a cidade de Berlim ao meio, simbolizava a divisão do mundo em dois blocos ou partes: República Federal da Alemanha (RFA), que era constituído pelos países capitalistas encabeçados pelos Estados Unidos; e República Democrática Alemã (RDA), constituída pelos países socialistas simpatizantes do regime soviético. Construído na madrugada de 13 de Agosto de 1961, dele faziam parte 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas eletrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda. Este muro provocou a morte a 80 pessoas identificadas, 112 ficaram feridas e milhares aprisionadas nas diversas tentatívas de o atravessar.
O Muro de Berlim começou a ser derrubado no dia 9 de Novembro de 1989, ato inicial da reunificação das duas Alemanhas, que formaram finalmente a República Federal da Alemanha, acabando também a divisão do mundo em dois blocos. Muitos apontam este momento também como o fim da Guerra Fria. O governo de Berlim incentiva a visita do muro derrubado, tendo preparado a reconstrução de trechos do muro. Além da reconstrução de alguns trechos está marcado no chão o percurso que o muro fazia quando estava erguido.
Os planos da construção do muro eram um segredo do governo da RDA. Poucas semanas antes da construção, Walter Ulbricht, líder da RDA na época, respondeu assim à uma pergunta de uma jornalista da Alemanha Ocidental:
" Vou interpretar a sua pergunta da maneira que na Alemanha Ocidental existem
pessoas que desejam que nós mobilizemos os trabalhadores da capital da RDA para
construir um muro. Eu não sei nada sobre tais planos, sei que os trabalhadores na
capital estão ocupados principalmente com a construção de apartamentos e que
suas capacidades são inteiramente utilizadas. Ninguém tem a intenção de construir
um muro".
Assim Walter Ulbricht foi o primeiro político a referir-se a um muro, dois meses antes da sua construção. Os governos ocidentais tinham recebido informações sobre planos drásticos, parcialmente por pessoas de conexão, parcialmente pelos serviços secretos. Sabia-se que Walter Ulbricht havia pedido a Nikita Khrushchov, numa conferência dos Estados do Pacto de Varsóvia, a permissão de bloquear as fronteiras a Berlim Ocidental, incluindo a interrupção de todas as linhas de transporte público.
Depois desta conferência, anunciou-se que os membros do Pacto de Varsóvia intentassem inibir os atos de perturbação na fronteira de Berlim Ocidental, e que propusessem implementar um guarda e controle efetivo. Dia 11 de Agosto, a Volkskammer confirmou os resultados desta conferência, autorizando o conselho dos ministros a tomar as medidas necessárias. O conselho dos ministros decidiu dia 12 de Agosto usar as forças armadas para ocupar a fronteira e instalar gradeamentos fronteiriços. Na madrugada do dia 13 de Agosto de 1961, as forças armadas bloquearam as conexões de trânsito a Berlim Ocidental. Eram apoiadas por forças sovieticas, preparadas à luta, nos pontos fronteiriços para os setores ocidentais. Todas as conexôes de trânsito ficaram interrompidas no processo.
Ainda no mesmo dia, o chanceler da Alemanha ocidental, Konrad Adenauer, dirigiu-se à população pelo rádio, pedindo calma e anunciando reações ainda não definidas a serem implementadas junto com os aliados. Adenauer tinha visitado Berlim havia apenas duas semanas. O Prefeito de Berlim, Willy Brandt, protestou energicamente contra a construção do muro e a divisão da cidade, mas sem sucesso. No dia 16 de Agosto de 1961 houve uma grande manifestação com 300.000 participantes em Berlim Ocidental, para protestar contra o muro.
O Muro de Berlim começou a ser derrubado na noite do dia 9 de Novembro de 1989 depois de 28 anos de existência. O evento é conhecido como a queda do muro. Antes da sua queda, houve grandes manifestações em que, entre outras coisas, se pedia a liberdade de viajar. Além disto, houve um enorme fluxo de refugiados ao Ocidente, pelas embaixadas da RFA, principalmente em Praga e Varsóvia, e pela fronteira recém-aberta entre a Hungria e a Áustria.
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