segunda-feira, 9 de novembro de 2009

RIBEIRA - 366

- JAIRO E EMILCE -
Jairo Leandro(foto), filho de Miguel Leandro e de dona Estefânia Leandro, nasceu no dia 23 de março de 1904, em Natal (Rn) em uma casa da Cidade Alta. Ele era um dos 21 filhos do casal Leandro, sendo que desse total apenas 16 escaparam. Foram 10 homens e 6 mulheres. Miguel Leandro nasceu em um distrito de Macaíba, no dia 16 de janeiro de 1867 e Estefânia nasceu no dia 18 de março de 1874. Eles casaram em 1886, em Natal quando a cidade era um lugar onde só existiam os bairros da Cidade e da Ribeira. Do bairro do Alecrim hávia umas poucas moradias. Miguel Leandro, quando casou, tinha o ofício de trabalhar fazendo urnas mortuárias, o que deu muita confusão para os pais (adotivos) de Estefânia consentirem o casamento. Mesmo assim, eles casaram. Conta-se que Miguel viu, uma vez, Estefânia, próximo à Catedral de Nossa Senhora da Apresentação e disse-lhe que gostaria de casar com ela. Em um mês, fez o pedido e logo depois, eles estavam casados. Os dois nunca namoraram. Quando casados, vieram os filhos. Ele, por esse tempo, morava na rua da Conceição, próximo à Igreja Matriz e estava trabalhando no 1º Cartório de Oficios, na chamada Rua da Palha, logo após a rua da Conceição. Miguel continuava no fabrico das unas e trabalhando no Cartório. Por sua agilidade e bem escrever, em pouco tempo ele era o Tabelião do 1º Cartório. Desse modo, o tempo passou, as crianças nasceram, umas, morreram e as outras se criaram. E assim, em 1904 nascia Jairo. Os demais nasceram logo após, até 1915, quando Estefania teve um garoto chamado também Miguel Leandro. Daí por diante, eles passaram a viver com a sua prole. Cidade calma, apesar dos alarmes da varíola que, quando Jairo nasceu estava grassando uma peste em todo o Estado e repercutindo em Natal. Contudo, Jairo viveu entre os seus irmãos e colegas de infância, brincando na porta de casa, pois era proibido se brincar na casa dos outros. Em meio aos meninos novos que nasceram depois que ele, veio então a idade do Exército. Ele sentou praça como voluntário e daí seguiu para o Rio de Janeiro. Acabou como Terceiro Sargento quando foi aprovado, já no Rio Grande do Sul, no Curso da Faculdade de Medicina, em Porto Alegre. Nesse tempo, ele já servia em Santa Maria (Rs) e pediu transferência para a capital, que lhe foi negada sob a alegação de que no Exército não precisava de Medicos, pois já tinham muitos especialistas nesse campo. Em resposta, ele disse: "Coronel,Vossa Excelência está enganado.O Exército tem é sargento demais!", e pediu baixa.
Em Porto Alegre foi nomeado para o Colégio Militar onde ficou até 1936, como inspetor de alunos. Já casado, pois conheceu uma gaucha com quem fez matrimônio em 18 de junho de 1927. Emilce era o seu nome, que morava em Porto Alegre.Ele tinha o seu soldo certo, como sargento e, depois que deixou a farda, veio o de Inspetor quando, então se formou como médico Clínico Geral e Cirurgião. Jairo trabalhou em várias cidades do interior gaucho, como clínico geral, cirurgião e obstetra. Logo que concluiu o curso, trabalhou em Lagoa Vermelha, Arroio do Meio, Soledade, Jacuizinho, Candelária, Tunas e Torres. Em 1952 mudou-se para Araranguá, SC, e, posteriormente para Tubarão, SC. Em Tubarão, foi médico-chefe da Caixa de Aposentadoria e Pensões dos empregados da Estrada de Ferro "Dona Tereza Cristina" até 1957. Foi também médico-chefe do Samdu - Serviço Médico Domiciliar de Urgência - da Cidade de Tubarão, como funcionário do Iapetec. Em 1957 retornou a Porto Alegre (Rs), onde continuou a clinicar. Jairo era respeitado como clínico e cirurgião. Homem alegre, de riso franco, conversador, tinha o seu interesse por festas e bailes, apesar de não gostar de dançar. Ele apreciava o chimarrão e a Brahma que bebia costumeiramente. Do casamento, teve dois filhos: Odim e Antônio. Um primeiro, nasceu morto. Manuel seria o seu nome. Em seu lugar, Jairo adotou uma criança por nome de Irene e tempos depois adotou a garota de nome Zélia, que foi a caçula e todos o irmãos. Jairo Leandro faleceu em 26 de novembro de 1976 de câncer na laringe. Com o passar do tempo, Odim também veio a falecer, em 2006 agora, restando apenas Antonio e diversos netos e bisnetos. Conta-se uma história que o velho Miguel, que morreu no ano de 1935, adotou o nome de "Leandro" e homenagem a um seu compadre. Na época em que nasceu, os filhos não seguiam os nomes da família. Provavelmente, ele se chamava Miguel "Freire do Nascimento". Tempos depois ele aboliu tais sobrenomes, adotando apenas "Leandro". E essa dúvida, agora, permanece.
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