domingo, 1 de novembro de 2009

RIBEIRA - 356

- GRUPO -
Esse é o Grupo Escolar "Augosto Severo", fazendo frente para a praça que tem o mesmo nome, em homenagem ao homem que circulou a Torre Eifel, em um Balão: - Agusto Severo. Ele era nascido em Macaíba, municipio perto de Natal (Rn). Sempre havia naquela praça, uma homenagem a Augusto Severo pela Força Aérea Brasileira, reunindo colegiais do Grupo Escolar, gente nobre e pobre, Banda de Música, até mesmo vôos de aeronaves sobre o monumento da praça. Era sempre uma manhã festiva. O Grupo Escolar "Agusto Severo" foi construido ali, no mesmo local onde tempos depois foi a Faculdade de Direito e até mesmo a Secretaria de Segurança Publica.
Quando eu estava começando a trabalhar no escritório do meu tio, era esse o caminho que eu fazia, passando em frente ao Grupo, que já era calçado em sua frente, e tinha ao lado o prédio da Escola Doméstica. Do lado direito do Grupo era e é uma ruazinha, pegando da praça - Augusto Severo - até bem próximo, a Avenida Rio Branco. Após a tal rua - se nome tinha ou tem, eu não sei - ficava e fica o Teatro "Alberto Maranhão", antes chamado Teatro "Carlos Gomes". O local sofria, no tempo das chuvas, com alagamento em todo o amplo setor. Quem vinha para a Ribeira, não podia passar - a pé - por algumas das ruas onde ficavam as repartições públicas, casas de comércio e de morada, tipografias, Cartórios, Livrarias, parada de caminhões que traziam gente do interior para Natal, pois não havia alí a Estação Rodoviária, coisa que aconteceu somente no tempo em que era o prefeito de Natal, Djalma Maranhão, no ano de 1960 a 1964, antes da chamada Revolução de Março.
Certa vez, eu caminhava em uma manhã de inverno rumo ao bairro da Ribeira, quando minha atenção foi desviada, na rua Juvino Barreto, - que ligava o bairro de Petrópolis, no seu início, à Avenida Junqueira Ayres, na Ribeira -, por um estranho acontecimento. No cruzamento da Rua Juvino Barreto com a Rua Felipe Camarão, houve um desmoronamento de uma parede da Padaria Natal, deixando à mostra todo o maquinário existente no interior da panificadora: máquinas de fazer a massa, máquinas de cortar o pão, bancas onde se fazia bolacha e até mesmo os fornos de assar pães, bolachas e bolos. Tudo que havia, se podia ver pelo lado da rua. Quem passava por alí, na Rua Juvino Barreto, não passava. Uma cratera enorme se formou na rua, que foi arrastada pela chuva da madrugada. As pessoas que faziam o seu percurso por ali, tiveram que arranjar um outro caminho. E quem morava nas casas construídas na rua, não puderam nem sair para outros locais. O ponto foi tomado pelo povo que deveria ir para o trabalho, no bairro da Ribeira. Gente muita querendo ver a cruel desgraça alheia. Com um tempo, veio o Corpo de Bombeiros de Parnamirim para acudir aquele atroz flagelo de gente querendo deixar as suas casas, postas à beira do abismo, e da Padaria Natal que, naquele momento, não tinha mais jeito de trabalhar, fazendo seus pães, bolachas e bolos para o consumo geral. A parede que desabou, levou muitos dias para ser refeita. E o buraco na rua, foi outro que levou tempo para ser consertado. Pedras de calçamento foram levadas rua abaixo até o fim da Avenida Rio Branco que passava bem mais atrás da Padaria. Eu ví todo aquele desespero dos moradores das casas próximas, dos empregados e mesmo do dono da panificadora. E ninguém venha me dizer que "nesse dia Bodocó faltou pouco pra virar", pois já tinha virado. Depois de algum tempo, eu segui o meu caminho, pegando a Rua Felipe Camarão até o seu início e de lá sumir pelos batentes que davam acesso às oficias da Companhia de Águas de Esgotos até chegar, com sorte, ao Grupo "Augusto Severo" e, dalí, tomar caminho para o escritório do meu tio.
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