domingo, 8 de novembro de 2009

RIBEIRA - 365

- OPERAÇÃO ROSA -
"Operação Rosa" levou apenas 5 horas para dividir Berlim com arame farpado. O Muro foi construido numa madrugada de domingo para ser surpresa. A construção do Muro de Berlim, que dividiu fisicamente a principal cidade da Alemanha por 28 anos e se consolidou como maior símbolo da Guerra Fria, pegou de surpresa quase todas as pessoas que teriam as vidas transformadas por ele a partir do dia 13 de agosto de 1961. O mundo começou nessa semana a celebrar os 20 anos da queda do Muro, que marcou a reunificação da Alemanha e o fim da Guerra Fria. Uma operação ultrassecreta de codinome "Rosa", comandada pelo Birô Político do lado oriental, levou apenas cinco horas para fechar completamente as fronteiras internas da cidade, proibindo a circulação entre as zonas ocidentais e a área sob influência da União Soviética. Tudo foi feito sob sigilo, durante a madrugada de um domingo, para que não houvesse reação dos berlinenses ou dos Estados Unidos, maior potência que fazia oposição aos soviéticos. Além dos envolvidos na operação, ninguém foi informado sobre a decisão de fechar as fronteiras, e mesmo os que viam a instalação das cercas de arame farpado que mais tarde se tornariam um muro de concreto achavam improvável que o fechamento fosse definitivo. Às 6h da manhã, enquanto a cidade dormia, era finalizada a primeira parte da operação que bloqueava 81 pontos de cruzamento e 193 ruas que atravessavam a fronteira, bem como os sistemas de transportes públicos. A cidade de 4 milhões de pessoas, que havia sido dividida de forma teórica após a Segunda Guerra Mundial, mas que na prática funcionava até então como um único organismo urbano, acordou cortada ao meio, separando famílias, amigos, casais e afastando trabalhadores dos seus empregos e estudantes de suas escolas. O dia ficou conhecido como "o domingo do arame farpado". O governo da República Democrática Alemã (RDA) havia mobilizado 10 mil homens para garantir a segurança e evitar protestos após o fechamento da fronteira. À exceção de pequenos ataques de jovens do lado ocidental e de protestos menores do lado oriental, não chegou a haver confrontos violentos, nenhuma reação radical. Pego igualmente de surpresa, o governo norte-americano preferiu evitar o enfrentamento, permitindo que o lado socialista concluísse sua operação. A partir dessa operação "Rosa", o objetivo era fechar a fronteira de 164 quilômetros em torno da Berlim Ocidental, ilha capitalista dentro da RDA. A antiga capital da Alemanha havia sido dividida entre os vencedores da Segunda Guerra Mundial, assim como o resto do país. Apesar de estar dentro do setor soviético, metade da cidade estava sob influência ocidental, vivendo num regime mais democrático e capitalista de que o restante da RDA. Por mais que o lado ocidental fosse alvo prático das cercas que mais tarde se tornariam um muro de concreto, a população oriental, no lado comunista, é que acabou se tornando prisioneira do regime.
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