sábado, 21 de novembro de 2009

RIBEIRA - 381

- TÚMULO DO PROFETA -
Jesus não morreu na cruz. Conforme crenças de populações que vivem a região do lago Nagin, próximo a Srinagar, capital da Caxemira, foi nesse local que ele passou seus últimos dias. Cansado e com filhos, morreu muito velho, deixando uma descendência que alí vive até hoje.
Sexta-feira da paixão, dia em que Jesus foi crucificado e morreu na cruz. Para alguns isto não aconteceu. Estas correntes de pensamento afirmam que o Mestre estava vivo quando o desceram da cruz, foi curado das feridas (talvez pelos essenios), e ainda ensinou, em relativo anonimato, até a idade avançada. Uma das versões derivadas desta corrente de pensamento é a contada nas montanhas do Norte da Índia, que diz que ele viveu até a velhice na Caxemira, chegando a se casar e a ter filhos. A cidade de Srinagar, nesta região indiana, abriga uma das descobertas arqueológicas mais preciosas e controvertidas do mundo. Em frente ao cemitério mulçumano, no centro da cidade, há um prédio retangular isolado, que ostenta uma placa com os dizeres: rauzabal (túmulo de um profeta). Do lado de dentro, numa placa de madeira entalhada, a inscrição: "tumba de Yuz Asaf" indica a câmara que contém uma simples sepultura de pedra, reconhecida como monumento santo por um documento público datado de 1766. O texto fornece alguns detalhes sobre o enigmático ocupante da tumba: "No reino do rajá Gopadatta chegou um homem chamado Yuz Asaf. Ele era um príncipe real e renunciou a todos os direitos mundanos, tornando-se legislador. Passava os dias e as noites rezando a Deus e longos períodos em solitários meditação. Pregou a existência de um único Deus, até que a morte o dominou e ele morreu". A tumba que abriga o santo Yuz Asaf - talvez o próprio Jesus - encontra-se no interior de um modesto santuário de Srinagar. Oculta por uma treliça decorada, está disposta no sentido leste-oeste, o que reforça a hipótese de que pertence a um mestre ou profeta de tradição judaica. Parece um epitáfio para alguém que viveu, ensinou e morreu na Caxemira, mas esse santo, de acordo com a tradição local, não é outro senão o próprio Cristo (que pertencia à casa e família do rei Daví e portanto, de certo modo, era um príncipe real). A afimação de que Jesus morreu velho na Caxemira é sustentada não só pelos guardiões hereditários do túmulo em Srinagar, mas pelos adeptos da seita mulçumana ahmaddiya. Esses crentes e vários estudiosos que simpatizam com sua causa reuniram interessantes coleções de dados e fragmentos de informações históricas provenientes do Irã, Afeganistão, Paquistão e Índia. Com esse material, acreditam que podem escrever o capítulo final da vida de Cristo, desconhecido por completo pelos historiadores ocidentais não iniciados no esoterismo. Depois de seus últimos atos descritos no Novo Testamento, Jesus deixou a Palestina para escapar a jurisdição romana e a possibilidade de ser novamente supliciado. Tomou a estrada para o norte, através de Damasco - ocasião da conversão de Paulo - , a fim de buscar refúgiu junto às comunidades judaicas espalhadas no oriente. Acompanhado por Maria, sua mãe, atravessou os atuais Iraque, Irã e Afeganistão, indo até a Índia, por onde vago pregando o monoteísmo e a piedade. No oriente, assumiu o nome de Yuz Asaf, que em persa, significa líder dos curadores de feridas. Segundo alguns ensinamentos, Yuz Asaf viajava para Caxemira via Paquistão, quando sua mãe, já idosa, faleceu, sendo por ele mesmo enterrada na cidade de Murree, 50 quilômetros a noroeste da atual Rawalpindi. Outras fontes afirmam que ele viajou e ensinou no Ceilão - atual Sri Lanka - antes de chegar a Caxemira, onde viveu seus últimos dias. Foi enterrado por um discípulo em Srinagar, e até hoje se venera seu túmulo como um lugar sagrado. De acordo com a tradição persa, Yuz Asif foi persuadido pelo monarca indiano a tomar uma mulher local como serva, e ela, além de conforto doméstico, deu-lhe filhos. Sua árvore genealógica foi pesquisada e foi descoberto herdeiros vivos de Jesus, a exemplo de Sahibzada Basharat Saleen, político, editor de jornal e guardião oficial do túmulo.
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