segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

LUZ DO SOL - 20

- LORENA -
CONTO
Naquela noite de verão Paulo estava a olhar os cartazes dos filmes no cinema da cidade quando, entre outras pessoas, se acercou uma jovem bela e exuberante, roçando-lhe os seus seios no braço do rapaz querendo ver, ao que parecia também, as fotos expostas do filme do dia. Um frio desceu pelo corpo de Paulo, rapaz de 22 anos, cabelos negros, peteados como se fosse a última moda, calças da época, camisa de um tecido da marca popeline. A jovem talvez tivese 20 anos. Ela era alta, bem mais que Paulo, vestia uma saia e blusa bem trajadas que deixou até o rapaz de modo sobremaneira encabulado. A jovem estava só, muito embora ao seu lado tivesse um casal que procurava olhar também os cartazes do filme do dia. A jovem esbelta de seios fartos nem sequer pediu desculpas a Paulo. Ela, somente queria ver os cartazes do cinema. Um cheiro delirante de resedá subiu dos seus cabelos, da blusa e do pescoço deixando o rapaz enervante e extasiado. A noite estava tranquila e calma para se ter um grande e mágico momento de amor como aquele que parecia querer acontecer. Os olhos verdes daquela jovem de cabelos loiros deixava em Paulo uma lembrança de um terno e meigo amor que perdera. Lorena, era o nome do amor derradeiro que Paulo jamais esquecera. Lembrava-lhe as manhãs de primavera onde o jovem aos beijos, tecia a sua eterna namorada à beira mar de uma praia tranquila e distante onde não havia mais ninguém, a não ser somente os dois amantes. No instante derradeiro, Lorena o beijou com eterna carícia num encantamento estranho o cultado de uma miragem de segredos que só os dois podiam ver. Sem querer nem pensar, Lorena roubava-lhe a calma que se ocultava no interior dos dois amantes. Naquelas manhãs de sol, Paulo não mais sabia dizer a intensidade mágica que podia ter o corpo daquela jovem enamorada. Nos instantes derradeiros daquele amor sem fim, ele apenas prometia ser capaz de todas as inquietantes loucuras que podia fazer um amado ser. Se fosse necessário, Paulo faria de tudo para não perder Lorena consumindo a taça de amargura se ela assim o desejasse. E quando não mais instante esperasse Lorena, ele seria capaz de ver transformada a face do seu próprio destino, deixando cair pérolas sagradas de luz da imensa escuridão em troca de um simples sorriso da amada e morrer feliz para eternizar aquele afeto. Aquela jovem seria tão capaz de se transformar na primavera em flor sobre um mar azul que naquela hora de prazer e de afago eles veriam ao estasiar do seu destino. A merencória luz do sol queimante não surtia o efeito de apagar aquele momento eterno de ternura. E, então, naquela noite de verão, quando tudo se traquilizava, a moça de seios fartos se moveu com se odor de doce amor para um outro lugar qualquer. Ainda sentindo do seu corpo o estremecer daqueles seios, Paulo procurou ver a mulher jovem para onde ela teria ido, sabendo que aquela deusa não seria capaz de acudir no seu destino aquele gemido de um canto que já adormecera em seu coração.

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