domingo, 14 de fevereiro de 2010

LUZ DO SOL - 27

- RIVOLI -
- CONTO -
Era uma multidão imensa para assistir a estréia da Orquestra Sinfônica naquela noite no Teatro. Entre inúmeras pessoas, estava Esaú, jovem galante e soberbo, demonstrando o seu ar de aristocrata vindo mesmo do interior do país fazia algum tempo. No programa do dia, contava-se a apresentação da switch de George Gerswin - Rhapsody in Blue -obra magistral do autor norte-americano. Equela era uma verdadeira noite de gala para os admiradores da música erudita. As pessoas trajavam suas magnificas roupas cobertas com sobretudo por causa do frio que fazia com os ventos a soprar. Entre toda aquela gente, estava Esaú com sua dúvida comum de saber qual dos dois caminhos a seguir: se entrar no Rivoli ou se ir para um restaurante soberbo e mais distante, apesar de em suas mãos ter o ingresso para o espetáculo da noite. Aquela era uma dúvida cruel, pois sempre acontecia com ele em não saber qual caminho a seguir. Era um verdadeiro desastre o seu destino diante da multidão que se aglomerava em frente ao teatro. O barulho dos carros que chegavam e partiam deixava no rapaz na mais tremenda e simplesmente angústia. A harmonia lhe parecia mais distante de encontrar. Na entrada da casa de espetáculos, se estava abrindo os portões para dar ingresso aos que fizeram acertos antecipados, pois não havia lugar para os ingressos adquiridos na hora do espetáculo. A multidão se moveu em busca de seus assentos nos camarotes, nas frisas, nas poltronas e mesmo nas gerais. Com todo aquele movimentar de gente, entre trajes suntuosos, cintos, colares e capas, ficava Esaú de fora, pois não sabia a razão de não poder ter acesso ao espetáculo onde o concerto maior era, sem dúvidas, a Rapsódia de Gerswin, tendo mais as apresentações de composições de Liszt, Rossini, Ravel entre outros mais. No seu desalinho do caminhar, Esaú resolveu ir para um outro local, bem mais distante, um restaurante de requinte e prazer onde se podia consumir os mais soberbos pratos e as mais delicadas bebidas, algumas, estrangeiras. Em tal local, ele entrou. O seu modo elegante de vestir fez dos homens que atendiam as mesas, os garçons, e lhe oferecer o melhor do que podia existir àquela hora da noite. Todo o ambiente parecia repleto de gente, todos cavalheiros e senhoras damas, essas, com seus colares, brilhantes e adornos do mais requintado feitio. Então, Esaú atendeu ao garçon que lhe lhe trouxe o menu para que o rapaz pudesse escolher o que havia de melhor na culinária do local. Depois de eterno procurar, Esaú findou por escolher aquilo que ele achava de melhor. Do outro lado do imenso salão, uma virtuosa moça lhe lançou o olhar sem que ele notasse. Com o passar de instantes, um maitre se aproximou de Esaú, entregando-lhe um bilhete.Ele agradeceu e ficou a ler. O bilhete só dizia um nome: Sandra. Ele olhou em volta até verificar quem tinha enviado a mensagem. Por fim, Esaú identicou a jovem que lhe fazia acenos medrosos. O jovem retribuiu e fez a vez de ter sido convidado por Sandra. Com instantes, os dois estavam abraçados e descuidados como eternos namorados, daçando em volta do salão. Uma tenue nuvem de perfume sacudiu Esaú que esperimentava acolher a jovem em misteriosa dança. Já não importava ao jovem o aconchego que se fazia no Rivoli, pois alí o sossego era mais amplo. Com o tempo, outros casais faziam a roda do compasso a dançar virtuosos sem nem ao menos julgar por aparencias profanas.

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