segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

LUZ DO SOL - 28

- SONHOS DE AMOR -
- CONTO -
Lindo era o sonho que Ivan nutria pela encantadora bailarina quando dançava ao som de uma famosa orquestra com o seu par, um jovem belo e extasiante para o deleite da platéia formada por rapazes e moças em sua cidade. Por horas, Ivan esperava começar o espetáculo mirabolante onde ele podia ver a dança aos pés da bailarina acompanhada pelo seu mestre do esplendoroso e virtual concerto. Com o seu chapeu de palha gomado e bordado que ele tirava e colocava às suas pernas, Ivan era delirante ao ver a deusa virtual a alucinar a plateia com as mocinhas rompendo em suspiros a cada passo que se via ao bailar da sensual artista. Era o êxtase aquela cena muda entre os dois bailarinos a voltear em torno de si e arremeter a dama para o alto amparando a queda quando ela tinha que voltar ao luxuoso tablado de moisaco límpido. Os rapazes faziam senões e as mocinha gritavam suaves diante de tal irreverência dos mestres da dança ao som de uma nobre e suave melodia acalentadora. Para Ivan, aquele sonho de amor tecia o mais brilhante e doce momento que ele tanto esperava. Com o salão do cinema às escuras, dava-se para notar apenas a tela ao fundo de tudo, a desvendar aquelas miríades de alucinações que só o cinema podia trazer. Damas e cavalheiros, noivos e noivas, namorados e suas meigas damas eram o euforismo de tudo o que se completava em todo o salão de brilho reluzente cambiando com as cores tênues que imaginavam o ser presente. Na entrada da casa de espetáculos havia cartazes do filme que projatava a tal alucinação dos que estariam a vê-lo na noite de um sábado. Era alucinante tudo que diziam os cartazes mostrando a musa delirante que só ao ver, se podia ter a certeza de que era, na verdade uma deusa do Olimpo. Donzela esfuziante e bela, era capaz de fazer sonhar os mais alheios seres que se fizeram presentes àquela sessão de cinema. E entre tantos, estava Ivan, cauteloso e comportado, sem dizer palavras algumas, esperando só então o inicio da sessão no augusto cinema da cidade. Onde o vislumbre de cada cena eternizante, podia-se notar que aquela era a melhor de todas ao se debruçar aos braços de um verdadeiro sonho da mulher virginal e amada tão distante, em outro mundo, na tela da perfeição tranquila e calma. A walquíria dançava volteando entre círculos monumentais a cada compaso que o seu mestre fazia para que os dois se completassem ao seu maestral fim. Aquele voltear de sonhos fazia Ivan enternecer de um verdadeiro amor pela virgem donzela cujas jovens belas presentes também suspirava de meigo encanto. Para Ivan, aquele sonho não se acabaria jamais.

Nenhum comentário: