terça-feira, 14 de setembro de 2010

DANÇA DAS ONDAS - 20 -

- SANDRA DEE -

- 20 -
Nessa semana, ainda, Honório foi a casa de Adélia para ver como estava a moça, se bem que ela não despertara nenhuma desconfiança no caso de Ângela. Quando Honório bateu à porta quem veio atender foi a sua mãe, dona Almira. Tudo aí, tudo bem. Porém a mulher veio lhe dizer que a filha estava em casa de uma tia. Essa mulher estaria doente, e de doença grave. O rapaz ficou abatido com a informação. Ele soube na mesmo oportunidade que a tia de Adélia era irmã de dona Almira. E perguntou se a mulher não teria também ido à casa da irmã. E ela respondeu que sim. Mesmo assim, dessa vez, Adélia ficaria para dormir em casa da sua tia, pois dormir dona Almira não podia por causa do seu esposo e de outras obrigações tidas para serem feitas. Então o rapaz desejou breve recuperação para a Irma de dona Almira e, quando já começara a deixar a casa, uma voz o chamou. Era Ângela, mulher nova e carinhosa capaz de fazer o rapaz enlouquecer de puro êxtase. Com o chamado, ele se voltou e viu Ângela dizer:

--- Espere! – falou a moça de vinte anos.

Então o rapaz sorriu de leve e esperou pela moça. Em instantes ela já estava encostada no carro de Honório a lhe perguntar pelo assunto que ele mesmo foi saber. Honório disse o sabido por dona Almira, à mãe de Adélia, e a jovem moça com isso sorriu. Ele estranhou e perguntou se havia outro caso não revelado então Ângela sorriu de novo.

--- Por que tu achas graça? – quis saber o rapaz.

--- Vamos sair daqui. Tem gente abelhuda gostando de escutar conversa. – respondeu Ângela.

--- No carro? – estranhou Honório ao ver a moça tentar abrir a porta do automóvel.

--- Sim. No carro. Agente sai e vai até um local melhor. – falou a jovem.

Então, já prevenido para qualquer surpresa, ele entrou e saiu devagar procurando um local onde eles pudessem conversar. De repente, a jovem moça colocou a mão no seu sexo e retirou dizendo:

--- Mole! – sorriu devagar.

--- É. Mole mesmo. Você é um perigo. Tenho que ter cuidado com você. – advertiu Honório.

--- Nada. Sou mansinha. - respondeu a moça sorrindo devagar.

--- Vai. O que tu queres? – perguntou o rapaz.

--- Nada. Só estar com você. – sorriu a moça e se deitou sobre as pernas do rapaz o olhando de baixo para cima.

--- E era só para isso? – perguntou Honório inquieto.

--- Só. Você não gosta? Olha meus cabelos. Cheire! – falou Ângela de forma sutil.

O rapaz pegou um chumaço de cabelos endurecido e ele não sabia qual a razão. Voltou-lhe a pergunta a causa de tão duro ficar.

--- Não lavei. Nem vou lavar. Vai ficar assim por longo tempo que quiser. – sorriu a moça encolhendo-se nas pernas do homem.

--- Você é biruta mesmo. Quem já viu se ficar sem tratar dos cabelos? Só se for cangaceiro! - disse o rapaz com um sorriso no rosto.

--- Só vou lavar daqui a um mês. – respondeu Ângela com muita calma.

--- Tá doida!!! Você vai lavar hoje! Se não eu não venho mais aqui. – disse-lhe Honório.

--- Lavo nada! E de você não voltar eu não ligo. Já sei o seu telefone. Até de onde você mora e mesmo onde fica a mansão. Uma mansão enorme. Desse tamanho. Maior ainda! – caiu na risada a moça de vinte anos.

--- Quem te disse onde eu moro? – perguntou o rapaz querendo averiguar a informação.

--- Ninguém. Eu vi. Eu vi seu carro. Ele estava fora da garagem. Diga se é mentira? – fez ver a moça sorrindo.

--- Eu não fui nem almoçar em casa, no dia de hoje! – sorriu o rapaz querendo tirar a prova da certeza de Ângela.

--- Então não foi? Quem é aquela menina? – perguntou sorrindo a moça.

--- Onde eu moro não tem menina! – respondeu o homem se vexando com a informação.

--- Menina ou mulher. Não sei. É uma baixinha. Estava de cabelos soltos agarrada com um rapaz, debaixo de uma mangueira, ao maio dia. Diga que é invenção minha, diga? – sorriu demais como nunca tinha achado graça à mulher.

--- Você viu mesmo essa meninota? Viu ou está inventando? – perguntou Honório surpreso.

--- Vestido no meio da perna. Em instante ela levantou a saia para fazer sem-vergonhice. – respondeu a moça achando graça demais e acochando o pênis de Honório fazendo no final um acocho terrível e fazendo um gesto com a boca de quem diz – Hum! -.

--- É. Devia ter uma mocinha mesmo. É a filha da lavadeira ou arrumadeira! Não sei bem! – respondeu o rapaz cheio de duvidas.

--- Está vendo como eu não minto? Tem umas pedras na frente da Mansão. Parece que é o calçamento de vai ser feito. Em toda a extensão do bairro: Quer mais? – perguntou a moça.

--- Não. Você está confirmando as minhas dúvidas. Mas ali é a casa de um amigo meu! – respondeu o homem querendo por dúvida na cabeça a mulher.

--- Cheira aqui, ó! Quando você saiu vinha todo arrumado e tinha tomado banho. – falou forte a moça para depois sorrir. Nesse ponto ela estirou o dedo e depois encolheu.

--- Eu confirmo o que você disse. Mas o negocio da mocinha fazendo amor com o rapaz tenho dúvida! – questionou Honório.

--- Pergunte a ela se ele gozou só nas coxas! – falou baixo, mas com firmeza a moça.

--- Eu tinha dito em casa: “Aquela moça não presta”. Agora vem você com essa história. O homem tem uns vinte anos? – perguntou o rapaz muito cismado.

--- Sei lá. Não vi a cara dele! Deve ter isso. Velho é que ele não é. Até pensei: se ela faz aquilo com qualquer um por que não com o patrão? – indagou Ângela experimentando o rapaz.

--- Que patrão? – procurou saber Honório.

--- Você! – e Ângela voltou a dar-lhe o acocho no pênis.

--- Arra maluca! Você é doida? Isso dói! Meu bigulinho! – rosnou o rapaz.

A moça caiu na gargalhada como uma gazela e perguntou depois de Honório se acalmar.

--- Vamos? – perseguiu a moça.

--- Vamos pra onde? – quis saber o rapaz.

--- Aqui mesmo. Eu me escancho em você! – sorriu a moça.

--- Vou nada! Depois você me mata! – respondeu o rapaz já um tanto endurecido.

--- Vamos queridinho da mamãe. Uma vez só. Eu juro. – respondeu a moça com voz de quem chora e agradando Honório de forma tão suave que ele findou cedendo.

Era noite de pouca iluminação no canto onde eles estavam e nada havia para perturbar. Um home deitado no chão era o símbolo dos que adormecem após longa temporada de cachaça. Não havia meninos e um casal de namorados se amava debaixo de uma mangueira, ao longe, onde nenhuma alma estava a lhe atormentar. Era o furtivo amor de que nem gritar podia. As folhas das arvores açoitavam por vezes naquele anoitecer suave onde os lindos pássaros adormecidos só espalhavam sua candura ao amanhecer de um novo dia.

No instante primoroso do desenlace final, de supetão, dois marginais bateram à porta do veiculo e anunciaram:

--- Isso é um assalto. Passa a grana ou leva chumbo! – gritou firme um bandido.

--- A moça! A moça! Depressa! Passa pra fora! – gritou o outro com raiva.

Honório e Ângela foram tomados de susto. A moça saiu de cima de Honório e caminho se arrastando para a porta contraria do motorista.

--- Passa a grana. Depressa! – gritava o primeiro de modo apavorado para o homem.

Ângela saiu devagar e com medo extremo até chegar a porta sendo mirada por um revolver e o bandido gritar.

--- Pra fora! Depressa! Pra fora! – comandava o segundo bandido com o revolver apontado para Ângela.

Nenhum comentário: