segunda-feira, 27 de setembro de 2010

DANÇA DAS ONDAS - 33 -

- DEMI MOORE -
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Jorge Dumaresq cumpriu o prometido. Da última vez quando viu Luiza, ele mesmo disse quando um dia ela resolvesse voltar, o emprego estava garantido. Naquele instante ele pediu para que Luiza ficasse logo um meio expediente, pois pagaria redondo com se estivesse o dia todo no escritório. Notava-se então um apego de Jorge Dumaresq por Luiza até mesmo no seu olhar onde procurava seduzir a moça igual a um bicho do mato. Luiza sabia muito bem de propostas de Dumaresq para que ela ficasse mais uns tempos, pois precisava por em dias uma documentação. Honório era ainda solteiro. E bem mais jovem que naqueles amenos dias. Mesmo assim, Luiza prontamente aceitava em ficar por mais uma ou duas horas. Nesse tempo ela sonhava em ser algo mais, assim como Honório. Gostaria de ter um automóvel, como o rapaz havia tido e depois se desfizera. Gostaria de andar no requinte da moda. Gostaria de sempre ir ao cinema. E de ir à praia por excelência. Luiza sonhava com um mundo melhor para si a custo do que fosse preciso. Algumas vezes saíra com Honório, era um fato. Porém, aquelas vezes não garantiam coisa alguma. Luiza sentia ciúmes do velho ao receber a mulher gorda para lhe apresentar a sua “sobrinha”.

De momento, Jorge D sugeriu a que Luiza se sentasse ao seu lado, pois era para mostrar uma relação de memorando que ele estava a fazer. Daquele instante em diante, Luiza ficaria incumbida de redigir tais memorandos para que ele pudesse mandar por no Correio e então os documentos seguirem para os seus destinatários. A moça acedeu ao pedido e juntou-se ao velho Dumaresq, ouvindo todas as explicações. De momento, os cachos do seu cabelo caíram por sobre o ombro de Jorge Dumaresq o que lhe deixaram muito mais frenético e extasiado. Então, discretamente ele beijou a ardente madeixa a qual lhe chegava ao rosto e ligeiramente teceu comentário.

--- Maravilhoso o perfume! – comentou Dumaresq.

A jovem Luiza sorriu discreta e olhou para o rosto de Dumaresq, retirando em seguida aquelas madeixas propositadamente largado sobre o velho senhor. De imediato o velho pediu que Luiza deixasse como estava, pois daquela maneira ele se sentia mais revigorado pela juventude a moça a lhe cobrir a enrugada face. A moça sorriu e deixou cair sobre seus ombros os cabelos ondulantes que tanta satisfação deixava em Dumaresq. Nesse instante ele pode ver o membro erótico do velho a fazer agitação em suas – dele – pernas como querendo vibrar mais forte pelo manusear dos instantes maviosos de glória impostos pela cabeleira de Luiza. Ela, que estava em pé, encurvada sobre os ombros de Dumaresq, observou sem nada dizer, o órgão genital do velho a querer vibrar. A moça discretamente sorriu ao ponto de Dumaresq indagar:

--- Que houve? – indagou Dumaresq disfarçando o medo a Luiza.

--- Nada não. – (respondeu Luiza). – Eu estava olhando como se escreve. – descreveu a moça.

--- Você não sabia? – perguntou o velho olhando leve para Luiza.

--- Sabia. Mas não foi nada. Só a curiosidade. – sorriu Luiza.

Por um instante o velho desceu a mão da moça até as suas coxas de modo a apalpar aquilo que tanto ele gostaria de ver tateado por anos afins.

Com o passar das horas, Jorge Dumaresq avisou a Ângela, dona de “A BOTIJA”, que teria de sair por um tempo, pois veria nos Correios as mensagens da caixa postal. A mulher concordou sem nada dizer. Apenas olhou para o velho e tornou a fazer seus ajustes de compras e vendas. E assim ficou distraída com a sua secretaria argumentando que preço poderia dar aos instrumentos de sopro que havia chegado à manhã daquele dia. O velho saiu da sala e tomou seu carro, seguindo veloz para uma direção qualquer. Ângela ainda olhou quando ele se fora e voltou a comentar a questão dos preços. Após alguns instantes, Luiza também saiu do escritório deixando o aviso com Miguel porteiro de que estava a sair para lanchar e voltaria em breve. O homem concordou com o pedido da moça. Dali em diante, ela se encontrava com Dumaresq e depois pegaria o rumo do motel.

No dia seguinte, Honório teceu comentário com Luzia de que ele vira o veículo do seu pai estacionado perto do motel “DUNAS”. A moça não questionou o assunto. Apenas disse a Honório que, com certeza, fora a visita da mulher gorda e sua sobrinha, por certo.

--- E elas estiveram aqui? – indagou Honório com bastante surpresa.

--- Não sei. Mas deve ter sido algo desse tipo. – comentou a nova secretária.

--- É danado. O velho passou por um infarto há pouco tempo. E já está na “luta”. – badalou o sobrinho de Dumaresq.

A moça estava batendo a máquina e continuou a escrever, com certeza, sem comentários. E pouco observou o olhar desconfiado de Honório para ela. A moça bem sabia que o automóvel estivera naquele local por largos minutos. Ela e o velho. Com o passar das horas, Honório seguiu para o Porto sem deixar aviso. Nesse tempo, Ângela subiu ao primeiro andar a procura do velho Dumaresq. Ela não havia chegado. Luiza foi que declarou. A mulher consultou o seu relógio e fez uma cara amarga. Então indagou à moça:

--- Ele telefonou, ao menos? – indagou Ângela à secretaria.

--- Não. – respondeu a moça despreocupada e batendo a maquina os memorandos da firma.

Nesse momento, Ângela resolveu ligar o telefone para a casa de Dumaresq a perguntar por ele se identificando. A pessoa que atendeu o telefonema lhe disse que Dumaresq tinha saído, porém voltara com poucos instantes. Ângela indagou se era possível falar com ele e a voz respondeu que naquela hora o homem estava a dormir, ao que parecia. Talvez efeito do medicamento que ele tomara logo de manhã. Ângela estranhou, porém não disse nada. E desligou a ligação.

--- Estranho! Muito estranho! – comentou baixinho.

Então, Ângela resolveu telefonar para o marido relatando o que estava ocorrendo. No Porto, alguém disse que chamaria Honório e pediria que ele voltasse à ligação. Ângela agradeceu e desligou o telefone. Com poucos instantes o marido ligou de volta a perguntar do que se tratava. Ângela disse que Dumaresq não viera e estava a dormir neste momento. Honório pediu um tempo e fez ligação para a casa de Dumaresq a falar com Anita Colares. Esta respondeu que estava tudo bem e apenas Dumaresq sentiu um pouco de fadiga devido ao medicamento. Honório voltou a dizer que tal medicamento não provocaria sono. A mulher insistiu que ele voltara, pois estava sonolento. Nesse ponto, Honório agradeceu e pediu para verificar de hora em hora a pressão de Dumaresq até ele ter se recuperado por completo. Anita Colares declarou que a pressão foi medida e ele estava naquela hora a dormir. O homem reportou que voltaria a indagar novamente pelo estado de saúde de Dumaresq no segundo expediente. Ele agradeceu a cortesia a senhora Anita Colares e desligou. Fez nova ligação para a sua mulher reportando o que lhe dissera Anita. E em conseqüência alertou ter que ir ao consultório do médico para ouvir a opinião do mesmo.

À tarde, Honório esteve no consultório do médico informando que o seu paciente não fora trabalhar durante aquele dia por ter tido sono demais. Todavia, a pressão de Dumaresq estava normal. O que poderia ter sido aquilo, ele não sabia dizer. Por tudo isso, estava a voltar ao consultório do médico. Honório confidenciou que, no dia anterior, vira o carro do seu tio em um motel. Era só isso. O médico estranhou o fato e pediu que levasse Dumaresq de imediato para o Hospital do Coração, pois quando este o chegasse – o médico – também estaria no local. De imediato, Honório rumou para a casa de Dumaresq onde o homem continuava a dormir. Temendo seqüelas mais graves, Honório chamou uma ambulância para levá-lo ao Hospital do Coração. O homem, adormecido, foi tirado pelos componentes da ambulância, depois de medir sua pressão e, de imediato, o levou com o sobrinho e a esposa Anita Colares no veículo de Honório.

Ao chagar no Hospital do Coração, de imediato o médico verificou as condições do velho D e ordenou que o levasse para a UTI. Honório ligou para a sua mulher, Ângela, avisando que estava no Hospital do Coração e o seu tio tinha sido posto na UTI. A moça ficou alarmada e, de imediato, em um carro de praça, seguiu para o hospital, instruindo a sua secretária do que tinha a fazer até a sua volta. No hospital já havia a celeuma. O médico procurou amenizar a situação informando que o paciente estava a se recuperar de um infarto grave e dentro daquele momento deveria seguir a risca todas as recomendações médicas; não fazer esforço, principalmente. E se alimentar de verduras, peixes, sopa e tudo que a enfermeira recomendou naquela ocasião.

--- Nada de aventuras paradisíacas. Alimentar-se de forma moderada. E perder muita gordura. Principalmente as gorduras oleosas. Ele vai ficar aqui até certo tempo. Eu não vi moléstia grave a não ser dormir demais. No entanto, espera-se que ele torne para poder ver o que sente. – declarou o médico.

--- Vamos levar a risca as suas orientações. – respondeu Honório.

--- Tem mais. Outro médico também vai acompanhá-lo por esses dias. Isso até a melhora do paciente. – alertou o medico.

Todos os que estavam no gabinete do médico ouviram calados. O dia já estava no fim e na sala de estar do Hospital de Coração estava uma senhorita dos seus 25 anos, sentada em um banco hospitalar, folheando uma revista de modas. O homem Honório olhou para ela e desviou a vista, pois estava ao lado a sua esposa, Ângela sempre de olho arremessado no homem para qualquer eventualidade.

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