segunda-feira, 3 de agosto de 2009

RIBEIRA - 355

KATIA BRONSTEIN

Eu, um dia desses, tive a oportunidade de ver um show por um canal de TV, de Katia B, ou Kátia Bronstein, como é o seu nome. Teve em média, cerca de uma hora de duração entre falas de Katia à repórter que a entrevistava e numeros da cantora. Quem ainda não conhece Katia - que ela adota o B para se saber que alí está o verdadeiro Bronstaein - deve procurar adquirir seus CDS ou DVDS, que são bastantes no mercado fonográfico do Brasil e do exterior. Katia surgiu ainda menina, cantando sob a influência da sua mãe e, se não tem o seu nome divulgado pelas estações de TV, não é culpa sua. Desde 1980, Katia faz shows no Brasil e já em 1990, ela estava no auge de sua carreira. Quando chegou 2000, ela, então, se consagrou muito mais ainda com os lançamentos de seus novos CDs.

Certa vez, ela declarou: "Muita gente não sabe o que realmente eu sou. Uns acham que sou atriz, outros bailarina, outros cantora. Compositora. Ninguém faz a menor idéia. Eu sou todas as opções anteriores". De tudo o que ela quer, a música é a maior paixão. Isso se pode ouvir nos discos "Katia B". 'Só deixo o meu Coração na Mão de quem Pode' e 'Especial' da garota do leste europeu que conheceu Ipanema, no Rio.

Katia gosta de pensar em nascimentos. Nasceu como artista ao ajudar o parto do Circo Voador em Ipanema. Quem não viveu a história do Circo, certamente sabe de alguma outra maneira o que é a efervescencia criativa de qualquer de suas formas. Katia constrói se estética passo a passo, sem alarde e com firmeza.

Katia Bronstein cresceu no bairro de Ipanema durante o final dos anos 60 e início da década de 70, quando, ainda jovem, iniciou a sua carreira. Sua mãe costumava tomar parte em bossa nova em bares e festas durante o período de nascimento desse novo estilo musical. Daí foi um passo para Katia cantando em coros de vozes femeninas nos shows que fazia no Rio Egberto Gismonti participando de prococe gravações. Musica sempre foi um problema na sua casa e ela passou a acompanhar aulas em idade infante, enveredando na sua paixão por cantar. Nessa fase conturbada de adolescente, Katia também deu lugar as artes cênicas, estudando dança e teatro e participando, portanto, deuma forma do grupo de jovens que estavam tendo fama na "avant-garde dos artistas do Rio de Janeiro, no início da década de 80.

Depois de participar em vários filmes, peças teatrais, musicais e de dança, Katia concentra a sua carreira a cantar. Em meados da década de 90, quando ela começou a olhar para alguns dos novos sócios, Katia teve a sorte de encontrar o já falecido Suba. Antes de morrer, em 1999, ele teve a oportunidade de compor o musical para o novo album de Katia que foi lançado somente no ano 2000.

Katia Bornstein, a Katia B, é uma das poucas cantoras brasileiras que tem a perfeita noção do que um bom show não se resume a própria música ou ao rosto bonito. Os shws de Katia B - como o do recem-lançado "Especial", seu terceiro CD - marcam também outro tipo de presença na consciencia do espectador. Eles se empenham na criação de um clima. No cenário, no figurino, na formação da banda, na escolha do repertorio e na própria opção pelos lugares onde se apresenta. No todo. Nada é casual e, no entanto, tudo é sincero. O clima dos shows de Katia B não raro cria um curioso contraste com o teor de suas músicas. Se estas quase sempre celebram um amor feliz, o clima pode apontar na direção da melancolia. Nessa dialética, ela alcança aquela convivência entre alegria e tristeza que caracteriza, por exemplo, as músicas judaica e balcânica ou a nossa bossa nova. A fina seleção do que entra ou não entra em discos e shows também atesta seu cuidado autoral, nas parcerias. Katia B, porém não quer ser mera repetidora da tradição. Ela faz música brasileira não só pós-Beatles, mas também pós-Massive Attack. A sua elegante ousadia se reflete na formação que a acompanha nos shows de "Especial".

Katia B é o nome artistico. Muitos anos atrás seus pais avós emigraram da Russia para o Brasil. Hoje, o sucesso de suas músicas convida a participar de apresentações fora do Brasil, como no México, Uruguai, França e Alemanha e no bem conhecido Popkomm Festival de Berlim.

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