segunda-feira, 24 de agosto de 2009

RIBEIRA - 382

- TELEFONE -
Não teve negócio que mais me enervou do que atender um telefone. Ainda hoje eu olho para o "cidadão" com um certo desprezo. Tudo isso foi porque, quando trabalhava no escritório do meu tio, na rua Dr. Barata, ele tinha o costume de quando o telefone tocar ele mandava que eu atendesse. Era uma volta e tanto que eu fazia para chegar até o repugnante telefone, enquanto para o meu tio, o aparelho estava em cima do birô e não precisava de nenhum esforço para ele pegar e atender. E era a norma eu dizer: "Alô! Quem fala? De onde é? Um momento!". Então eu dizia ao meu tio quem estava falando e passava o repugnante aparelho telefônico para ele. Essa mania que ele então impusera se perpetuou até quando encerrou as suas atividades no bairro da Ribeira, em Natal, Rn. E por isso, dada a mania do meu "caridoso" e meritoso tio, eu tomei um asco por aquele e outros instrumentos de telefonia.
Esse caso veio a propósito de uma história das comunicações onde a mostra exibe aparelhos raros das telecomunicações no Museu Nacional da República, em Brasília. Uma mostra que conduz o visitante pela história da comunicação desde os primórdios, quando a voz humana era o recurso possivel, até as principais inovações tecnológicas, que promoveram o encurtamento das distâncias geográficas e, ainda hoje redefinem relacionamentos sociais e estruturas urbanas no Brasil e no mundo. Assim é a exposição "Tão Longe, Tão Perto" que a Fundação Telefônica apresenta de 20 de agosto a 04 de outubro, no Museu Nacional da República, em Brasília. Serão exibidas cerca de cem peças, entre aparelhos, centrais telefônicas, as primeiras listas, fotos da época e documentos históricos, que ajudam a compor o painel da evolução da telefonia e das diferentes formas de comunicação das sociedades. Destaque para o "Ericsson de parede", de 1884, um dos primeiros modelos a chegar ao Brasil em escala comercial; o "Pé de Ferro", de 1892, pioneiro por unir receptor e transmissor em uma só peça; o "Tambor", da década de 1940, que tem como diferencial um tambor, no lugar do discos ou teclas; o "JK Ericofon", de 1954, que revolucionou o design dos telefones e ganhou as iniciais do presidente eleito de 1956; e o primeiro telefone com teclas do Brasil, produzido nos anos de 1980. Os visitantes conhecerão ainda um fax utilizado em 1950, um vídeofone da década de 70 e um dos primeiros modelos de celular, fabricado nos anos 90. Também estarão no museu uma mesa operadora com mais de 100 anos, a Central Automática Passo a Passo Strowger, conhecida como "Velha Senhora", de 1928, ainda em funcionamento, e os antigos "orelhões" de ficha, que tinham cores diferentes para ligações locais (vermelho), e interurbanas (azul). Entre os documentos históricos, uma seleção de revistas Sino Azul, uma pioneira publicação institucional da extinta Companhia Teletônica Brasileira (CTB), que circulou de 1928 a 1989; reproduções de patentes de algumas das principais invenções tecnológicas; uma lista telefônica de 1911 de São Paulo e a primeira lista de Brasília, além de fotos históricas que registraram a rotina de trabalho de funcionários da CTB.
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