segunda-feira, 17 de agosto de 2009

RIBEIRA - 373

- MORTE CERTA -
Quando eu consegui o meu primeiro emprego ou trabalho, tinha que chegar logo cedo e deixar tudo arrumado, prontinho para que o meu tio não reclamasse. - "O espanador!!! Já passou aqui!!?" - era o tipo de reclamação que, com o tempo eu fui superando. O trabalho era em um escritório de vendas de imóveis. Terrenos e casas. Com o passar das horas, o meu tio inventou de abrir um armazém de madeiras, na Ribeira. O armazém, com o passar das eras e das feras, tornou-se grande. Não, imenso! Porém grande! E eu continuava com a minha obstinação: chegar cedo, em cima da hora e sair, de preferencia, quando o apito de uma fábrica que ficava no bairro, soava, anunciando 5 horas da tarde. Ferias!!? Muito poucas vezes eu tirei, pois queria apenas trabalhar. E a minha corrida vertiginosa do meu futuro também continuava com esse autêntico mal costume que as estações do tempo me deram.
Veio-me o trabalhar em Emissoras de Radio, e o péssimo costume continuava, eu sempre dormindo depois da meia-noite, até a 01h da madrugada. Eu dizia sempre aos meus colegas que em minhas veias circulavam virus de uma estação, pois eu verdadeiramente sentia impregnado pelos potenciômetros de um rádio. Era nada além do vício que me sacudia a qualquer instante em querer poder saber mais. E assim o tempo passou, eu na mesma ilusão de criança grande vasculhando as perepções quiméricas do meu não saber ou poder.
Passou-se o tempo do rádio, jornal, televisão e eu tinha o querer saber algo mais. Chegou a era do computador. Então, eu me infurnei nesse mal, procurando decifrar tudo aquilo que eu não sabia. Para mim, tudo era nada. A voraz nescessidade de poder conhecer o que eu não conhecia sucumbia-me nessa fabril razão ainda maior de buscar a tal necessidade de raciocinio. Eu queria saber os pormenores de um computador, por assim dizer. Tornei-me um assiduo perseguidor de todos os meios da lógica realizada. Hora lendo, hora pesquisando, hora sonhando.
E tantas quimeras levaram-me ao mentor de estenuado, não suportando tantas agruras que me rcolheram de uma só vez. Hoje, não estou mais a procura do sonho. Enfim, o sonho é apenas o sonho. Eu, por fim, decaí-me na mesa do teclado e adormeci de vez por todas. Ví, por fim, não bastava apenas a sede de saber e conhecer. Entregando-me ao próprio sonho, adormeci para sempre. Aos que ficaram na mesma sina, eu deixo a minha imagem solitária e triste, de um espectro sem vida, fugidiu e sem nenhuma forma de saber.
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