terça-feira, 9 de março de 2010

LUZ DO SOL - 49

- CASSIA -
- CONTO -
Cássia era uma colegial universitária cheia de encantos, procurada por quase todos os estudantes de sua turma e de muitas outras também. Na Universidade, ela era a modelo do enigma para quem queria vê-la. Doce como mel, suave como a flor Cássia confundia a todos pelo seu jeito de andar e de falar. E quando sorria, era um encanto da eterna diva da encarnação maviosa que a todos eternizam. Na classe em que estudava, ouviam-se murmúrios latejantes de jovens colegas desejosos de efêmeros anseios. A cobiça de cada um era a eterna jóia do amor da verdadeira e imaculada adolescente. Pelo menos, era isso que toda a turma da classe acreditava. Certa vez, Cássia impetrou um namoro com um belo rapaz de outra turma de estudantes. Isso, para muitos, foi um desastre, pois cada um não via futuro naquele impróprio apego que a jovem almejava. Para todos aqueles rapazes era apenas um aventureiro de tomaria por namorada a bela e jovem Cássia. Certa vez, os alunos da classe notaram a ausência da adolescente. Houve um murmúrio eterno em torno de tal ausência, pois era costume de Cássia não faltar ao curso em qualquer dia e em qualquer hora. A estonteante jovem, ninguém sabia por que tinha faltado ao curso naquele dia. A aula estava no seu primeiro horário e nesse tempo algo de estranho estava a acontecer. No setor do banheiro feminino, uma jovem atravessara o recanto acompanha por um rapaz. Eles entraram em um dos banheiros e por lá fizeram um amor ardente e cheio de pecado como alguém devia julgar. Esse casal era Cássia e o seu namorado. Na ânsia e no desespero de amar, a jovem fazia de todas as posições uma eterna ternura para o seu encantador namorado que se abraçava a ela para sentir bem melhor o divino prazer da alcova cheia de sujos e lixos deixados por outros alunos estudantes que por ali passaram. O cansaço do eterno amor somente terminou ao gozo do elegante rapaz namorado. A moça encheu de beijos o corpo do amado como se fosse à vez primeira. Mais parecia um filme de encantos a cena que Cássia, a murmurar de anseios depositava no corpo extenuado e não menos cansado de seu eterno belo jovem.
Após aquele extenuante momento de prazer, Cássia saiu do cubículo na companhia do seu amado como todo o cuidado possível para não ser notada pelos amigos e colegas de estudo da sua classe. Ela beijou por varias vezes o belo jovem e esse saiu em direção a seus estudos em outra sala no andar superior da Universidade. Cássia esperou o tempo passar e a sineta tocar para o fim das aulas do primeiro estágio. Ela então se misturava entre os outros alunos e terminaria assim os desejos de loucura. E foi o que fez. Quando os alunos do curso saíram de classe foram logo perguntando a Cássia por que ela perdera esse seu primeiro horário. Ela respondeu que estava na biblioteca da Universidade colhendo algumas notas.
--- Assuntos de aulas passadas. – respondeu Cássia.
--- Mas você perdeu as notas desse curso! – advertiu outra jovem.
--- Não faz mal. Eu pego depois. – replicou Cássia.
--- Você está toda molhada de suor. – observou uma colega.
--- Pois é. O calor que está fazendo. – sorriu Cássia ao responde tal pergunta.
O tempo passou. No dia seguinte, se ouvia murmúrios de conversa sobre o namorado de Cássia. Alguém dizia coisas ruins com relação ao namorado da jovem. A história se espalhou como um rastilho de pólvora e com alguns instantes todos passavam em frente a sala de estudos da moça apontando para ela como a nova amante do garboso moço, pois na Universidade pairava uma conversa de que tal adolescente tinha o poder de seduzir as jovens que ele queria tê-las. O rapaz era alto, magro, usava óculos sem grau, vestia roupas da última moda e trocava conversa com uma ou mais jovens que lhe interessavam. Quem estudava no andar superior, já sabia da fama que o rapaz conduzia. Do andar superior, a bomba veio para baixo onde estourou com tremenda explosão aos ouvidos de Cássia.
--- Que mentira, gente!!! – respondeu Cássia.
--- Verdade, menina. Todo mundo está comentando. É geral. – declarou uma de suas amigas mais intimas esperando acalmar a moça.
--- Vou embora! – disse Cássia já chorando.
--- Não vá. Espere ele aparecer aqui para você desmentir o que se está falando. – respondeu outra amiga.
--- Não. Vou embora. – afirmou Cássia.
--- E sua fama como fica? – perguntou a terceira amiga.
--- Sei lá. Vou dar sumiço. Vou pra outra Universidade. Outro Estado. Vou sumir. – respondeu Cássia.
--- Então você fez mesmo o que estão dizendo? – perguntou a primeira amiga.
--- Não. Não fiz nada. É mentira o que estão falando. – respondeu Cássia, aos prantos.
--- Então é a sua palavra contra a dele. Pronto. – fez ver a segunda amiga.
--- Não. Vou embora. – reclamou Cássia chorando muito.
No dia seguinte e nos outros dias, Cássia não apareceu mais na Universidade. Alguém a diretoria soube informar apenas que a moça pedira transferência para freqüentar outra Universidade. E tudo voltou ao normal dentro do normal que se entendia como tal. Passaram-se os anos e não se falou mais no caso Cássia. Com o tempo passado, a turma de Cássia já diplomada, uns trabalhando na esfera federal, outros, na estadual, alguns nas empresas privadas. Certa vez, alguém de uma empresa privada, folheando uma revista de modas, tomou de surpresa a foto de uma estonteante e bela jovem que acabara de casar com um rico empresário. O seu nome era Cássia Bellucci, jovem da aristocracia da cidade onde vivia. O caso tomou uma repercussão ampla entre o meio dos que fizeram o curso universitário com a encantadora Cássia. Como da vez anterior, um outro rastilho de pólvora tomou conta da cidade, com telefonemas a tocar de uma repartição a outra, de uma firma a outra, onde todos gostariam de ver a foto da mulher tão maravilhosa do mundo feminino . Pelo que dizia o artigo da revista aquele foi o mais célebre casamento do ano com os convites feitos com renda francesa e cristais, cerimônia realizada em uma Igreja do Centro da cidade. Na ritual havia mais de duzentos seguranças e a noite de núpcias tendo sido realizada em uma suíte com diária de cinco mil reais. O vestido da noiva foi um deslumbramento total enquanto o noivo trajou todo de branco. Na decoração a Igreja havia apenas flores brancas. Cássia era o símbolo sexual de sua eterna geração.


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