A civilização fenícia tinha um plano económico centralizado no comércio marítimo. Entre os séculos X e I a.C., os fenícios criaram entrepostos comerciais ao longo de todo o Mediterrâneo, chegando às costas atlânticas da península Ibérica e norte da África. Seus principais adversários comerciais, e consequentemente bélicos, eram os gregos, que paradoxalmente, são uma de suas primeiras e mais importantes influências, (principalmente os micênios) sociais e políticas. Infelizmente, os fenícios não deixaram literatura ou registos escritos em materiais resistentes ao tempo, e por esse motivo o que se sabe da sua escrita provém apenas de curtas inscrições em pedra. As suas cidades principais foram Sidon, Tiro, Biblos e Beiritus (atual Beirute), na Costa do Levante. Biblos, Sidon e Tiro foram, de forma sucessiva, capitais desse império comercial. No norte da África, existiram Cartago, Útica dentre outras. Na atual Itália, no extremo oeste da ilha da Sicília, havia uma cidadela portuária estratégica, rodeadas de muralhas, chamada Motya. Sarepta, no sul da Fenícia (conta a Bíblia que Deus enviou o profeta Elias a essa cidade, para a casa de uma viúva onde ele se hospedou e fez o milagre da butija e ressuscitou o filho da viúva), região do atual Oriente Médio, é onde se realizam as mais profundas escavações arqueológicas. Os Fenícios chegaram à Espanha e a atual Itália, fundando colônias onde hoje repousam cidades como Cádiz, na Espanha, e Palermo e Cagliari, na Itália. A marinha fenícia era uma das mais poderosas do mundo antigo. Com a frota feita a base de cedro, árvore típica da região, símbolo inclusive registrado na bandeira do Líbano. Suas embarcações, dotadas de arietes de proa, quilha estreita e vela retangular, eram velozes e mais fáceis de manobrar. Com isso, os fenícios mantiveram sua superioridade naval por séculos. Quando a Pérsia (hoje Irã) tomou controle da Fenícia, no século VI a.C., os persas passaram a utilizar a engenharia naval fenícia para tentar controlar o Mediterrâneo, o que não era tão mal visto pelos fenícios, já que os persas lhes davam certa autonomia política e religiosa, e os gregos eram seus inimigos há séculos. Na expedição de Xerxes em 480 a.C.havia três dos mais renomados "almirantes" fenicios em sua frota. Em certa feita, durante o reinado do rei persa Cambises II da Pérsia, os persas contavam com o apoio naval dos fenícios para conquistar o norte da África. . Mas os navios retrocederam após um ataque ao Egito, pois constava nos planos dos persas um ataque à colônia fenícia em Cartago, uma antiga cidade fenícia no norte da África, perto do centro de Túnis, na Tunísia. Após o século V a.C., quando a Fenícia foi ocupada pelos macedônios de Alexandre, o Grande, a Fenicia deixou de existir como uma unidade política, e seu território original deixou de ser governado pelos fenícios. A influência fenícia declinou após as derrotas nas Guerras Púnicas contra o Império Romano, no século II antes de Cristo.
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
domingo, 28 de setembro de 2008
RIBEIRA - 135
sábado, 27 de setembro de 2008
RIBEIRA 134
Morreu na madrugada deste sábado, 27/9. o ator Paul Newman, 83 anos, informou a CNN. O ator sofria de câncer de pulmão e morreu em sua casa, em Westport, Connecticut. No início de agosto, o jornal britânico The Daily Mail, citando uma fonte anônima próxima à familia do ator, assegurava que ele "não queria morrer no hospital", já que havia sido informado de que tinha apenas "semanas de vida". A publicação indicava que o ator tinha concluido seu tratamento de quimioterapia para o câncer em Nova York e, de fato, apareceram fotografias do ator em cadeira de rodas e com um aspécto debilitado, saindo do hospital. Na ocasião, a família negou as informações e o ator emitiu um comunicado por meio de seu agente negando que sofria de câncer terminal. Paul Leonard Newman nasceu no suburbio de Cleveland, em Shaker Haights, Ohio, no dia 26 de janeiro de 1925. Sua estréia artistica aconteceu no Broadway Theatre com a peça Picnic, de William Inge. Seu pai era judeu e sua mãe católica. Quando tinha cinco anos, o pai converteu-se para o catolicismo, mas Newman sempre disse ser judeu. Seu contato com o mundo artístico veio apenas na Universidade. Ele estudou artes em Yale. Após sair da Faculdade, se formou em outro curso para teatro. Sua estréia na carreira cinematográfica foi em 1954 com o filme The Silver Chalice. Mas seu primeiro papel de destaque aconteceu dois anos depois com o longa-metragem Marcado pela Sarjeta. O sucesso chegou rápido e quatro anos após sua estréia, ele foi indicado pela primeira vez ao Oscar. O papel que o levou à disputa foi o de Brick Pollitt em Gata em Teto de Zinco Quente. Porém, naquele ano, 1959, o vencedor foi James David Graham Niven, por Vidas Separadas. Newman costumava não dar sorte em premiações. Ele foi preterido no Oscar de Melhor Ator por seis vezes. Ao prêmio BAFTA foram quatro indicações mal-sucedidas. No Globo de Ouro, foram nove nomeações. Apesar das sucessivas decepções, Newman teve uma carreira gloriosa. Ele venceu o Oscar de Melhor Ator uma vez com o papel de Eddy, um jogador de bilhar profissional em A Cor do Dinheiro, dirigido por Martin Scorsese. Foi prestigiado com um BAFTA pelo personagem Eddie Felson de The Hustler. Além de um Emmy Award e um Globo de Ouro por Max Roby, de Empire Falls. Ele também recebeu um Oscar por Conjunto da Obra. Alem de grande ator, Newman teve sucesso também como diretor e produtor. Nestes cargos, ele participou de nove filmes. Em 1968, foi premiado com um Globo de Ouro por sua direção no filme Rachel, Rachel obra que concorreu ao Oscar de Melhor Filme do ano, mas foi preterido por They Shoot Horses, Don't They?. Para completar a lista de atuações, o ator trabalhou também com dublagem, dando voz a Doc Hudson no longa-metragem Carros da Disney. Quando saí da frente das câmeras, em sua vida pessoal, ele era um apaixonado por automóveis. Correu, em 1979, as 24 Horas de Le Mans. Nesta corrida, ele ficou em segundo lugar. Uma das passagens mais interessantes de sua vida aconteceu quando adolescente: serviu à Marinha dos Estados Unidos, combatendo na Segunda Guerra Mundial. Ele trabalhava em um esquadrão responsável por inibir ataques aéreos. Porém, sua carreira militar foi prejudicada por uma deficiência visual: ele era daltônico. Foi casado por duas vezes; a primeira com Jackie Witte, por oito anos, e depois com a atriz Joanne Woodward. Ele teve seis filhos, três (Scott, Susan e Stephanie) do primeiro e outros três (Elinor, Melissa e Claire) do segundo casamento. Além dos biológicos, ele tem mais sete filhos adotados. Scott Newmann, seu primogênito, morreu em 1978 de overdose.
RIBEIRA - 133
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
RIBEIRA - 132
GRÃ DUQUESA MARIA
Nicolau II Romanov nasceu no Palácio de Catarina, próximo a São Petersburgo, em 18 de maio de 1868. Filho de Alexandre III, foi o último czar (Imperador) da Rússia. Governou desde a morte do pai, a 1 de novembro de 1894, até a sua abdicação em 15 de março de 1917, tendo sido morto com toda a sua família imperial russa na cidade de Ecaterimburgo, em 1918, durante a Revolução Russa.
RIBEIRA - 131
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
RIBEIRA - 130
CANONIZADA PELA IGREJA ORTODOXO
a garota é agora a Portadora da Paz
Grã-Duquesa Anastasia Nikolaevna da Rússia nasceu no dia 18 de junho de 1901, filha mais nova do Czar Nicolau II da Russia e da Imperatriz Alexandra de Hesse, os últimos governantes autocráticos da Russia Imperial. A garota morreu em 1918 pela ação bárbara dos bolcheviques que "julgaram" a menina como sendo "ofensiva e terrorista". Anastasia foi assassinada com o pai e os demais membros de sua família na madrugada do dia 17 de Junho de 1918 numa cave na Casa Para Fins Especiais.
Quando Anastasia nasceu os seus pais e família ficaram desapontados por terem tido uma quarta menina e não o tão esperado herdeiro. O Czar Nicolau II deu um longo passeio para se recompor antes de visitar a Czarina Alexandra e a infante Anastásia. Ela partilhava o nome com a Czarina Anastásia da Russia, uma aristocrata russa do século XVI cujo casamento com o primeiro Czar, Ivan, o Terrível, providenciou à família Romanov o seu direito ao trono. O nome tem vários significados, entre eles "aquele que se liberta das correntes" ou "ela reerguer-se-á". A Grã-Duquesa mais nova recebeu esse nome porque, para celebrar o seu nascimento, o pai, Nicolau II, libertou um grupo de estudantes presos no Inverno anterior.
A pequena Anastásia era uma criança vivaz e enérgética, descrita como baixa e com tendência a engordar, com olhos azuis e cabelos louros-avermelhados. Margareta Eagar, a governanta das quatro Grã-Duquesas disse que a pequena Anastásia tinha um charme que ela nunca havia visto em nenhuma outra criança. Enquanto frequentemente é descrita como dotada e brilhante, nunca esteve interessada nas restrições da escola. Foi dito que ela tinha um talento especial para imitações maldosas daqueles à sua volta, e que possuia resposta rápida e apreciava piadas sacártiscas. Diz-se também que ela era astuta e observadora, e tinha um apurado sentido de humor. Ao contrário das irmãs, não sabia o significado da palavra timidez.
Anastásia, às vezes fazia rasteiras aos empregados e pregava partida aos seus tutores. Quando criança, subia às árvores e recusava-se a descer. O único que conseguia convencê-la a fazê-lo era o seu pai, Nicolau. Uma vez, durante uma guerra de bolas de neve na Polônia, Anastásia escondeu uma pedra dentro de uma bola de neve e atirou-a à sua irmã mais velha, Tatiana, que caiu ao chão. Uma prima distante, a Princesa Nina Georgievna lembra que "Anastásia era uma má perdedora a ponto de ser malvada" e trapaceava, protestava e arranhava o seu companheiro em jogos. Ela também se preocupava menos com a aparência do que as suas irmãs. Aos seus 10 anos de idade, Anastásia comia chocolates sem se preocupar em retirar suas longas luvas brancas na Ópera de São Petersburgo. Anastásia e a sua irmã mais velha, Maria, eram conhecidas na família como o "Par Pequeno", partilhavam do mesmo quarto, usavam variações do mesmo vestido e passavam a maior parte do tempo juntas. As suas irmãs mais velhas, Olga e Tatiana também dividiam um quarto e eram conhecidas como "O Par Grande". As quatro meninas assinavam suas cartas usando a alcunha "OTMA", formada pelas iniciais de seus nomes. Anastasia também era muito ligada ao seu irmão hemofílico. Czarevich Alexei ou Bebê. Diz-se que um advinhava o que o outro estava pensando sem terem proferido uma palavra. E era ela quem conseguia divertí-lo quando ele sofria ataques de hemofilia.
A ansiedade e a incerteza do cativeiro trouxeram sofrimento para Anastásia e para a família. Em Tobolsk (foto), ela escreveu uma canção para o seu tutor de Inglês, cheia de erros ortográficos sobre Evelyn Hope, um poema de Robert Browning, que falava sobre uma jóvem da idade de Anastásia. Em Tobolsk, ela e suas irmãs costuraram jóias dentro de seus espartilhos, para elas não serem roubadas pelos seus captores. No entanto, nos seus últimos meses de vida, ela procurou sempre maneiras de se divertir. Ela e outros membros da casa faziam peças de teatro para entreter os pais e os outros habitantes da casa, na Primavera de 1918. As representações de Anastásia faziam todos caírem no chão de rir.
No dia 17 de Junho de 1918, antes da alvorada, a familia foi acordada e foi-lhe dito para se vestir.Quando perguntaram o porquê dessa órdem, foi-lhes dito que precisariam bater algumas fotos para provar que ainda estavam vivos. Uma vez vestidos, a família e o pequeno circulo de servos e profissionais da área da saúde que permaneceram com eles, foram juntados no porão e foi-lhes dito para esperarem.. Anastásia seguiu a familia , levando o seu cão Jimmy nos braços. Foi permitido a Nicolau, Alexandra e Alexei que se sentassem em cadeiras providenciadas pelos guardas a pedido da Imperatriz. Após vários minutos, os carrascos entraram na sala. Sem hesitação foi informado rapidamente ao tzar e a sua família que íam todos ser executados. O tzar teve apenas tempo de dizer: "O que?" e de se virar para a sua família, antes de ser executado com uma bala na cabeça.. A Imperatriz, que ràpidamente fez o sinal da cruz, e o resto da família e comitiva, foram mortos logo depois. Os carrascos ainda apunhalaram com baionetas. Olga e Tatiana teriam sido esfaqueadas com as banhonetas dos soldados, enquanto que as outras duas estavam encostadas na parede, aterrorizadas tapando o rosto até serem executadas com balas dos soldados. A possivel lenda da sobrevivencia e escapatória de Anastasia começou nesse ponto.
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
RIBEIRA - 129
A quadrilha brasileira tem o seu nome de uma dança de salão francesa para quatro pares, a "quadrille", em voga na França entre o início do século XIX e a Primeira Guerra Mundial. A "quadrille" francesa, por sua parte, já era um desenvolvimento da "contradanse", popular nos meios aristocráticos franceses do século XVIII. A "contradanse" se desenvolveu a partir de uma dança inglesa de origem campesina, surgida provavelmente por volta do século XIII, e que se populariza em toda a Europa na primeira metade do século XVIII.
A "quadrille" veio para o Brasil seguindo o interesse da classe média e das elites portuguesas e brasileiras do século XIX por tudo que fosse a última moda em Paris, como os discursos republicanos, poesias, criação de academia de letras, dos belos cabelos cacheados até ao uso do cavanhaque.
Ao longo do século XIX, a quadrilha se popularizou no Brasil e se fundiu com danças brasileiras pré-existentes e teve subsequentes evoluções, entre elas o aumento do número de pares e o abandono de passos e ritmos franceses. Ainda que inicialmente adotada pela elite urbana brasileira, esta é uma dança que teve o seu maior florescimento no Brasil rural, daí o vestuário campesino, e se tornou uma dança própria dos festejos juninos, principalmente no Nordeste.. A partir de então, a quadrilha, nunca deixando de ser um fenômeno popular rural, também recebeu a influência do movimento nacionalista e da sistematização dos costumes nacionais pelos estudos folclóricos
O nacionalismo folclórico marcou as ciências sociais no Brasil como na Europa entre os começos do Romantismo e a Segunda Guerra Mundial. A quadrilha, como outras danças brasileiras tais que o pastoril, foi sistematizada e divulgada por associações municipais, igrejas e clubes de bairros, sendo também defendida por professores e praticada por alunos em colégios e escolas, na zona rural ou urbana, como sendo uma expressão da cultura cabocla e da república brasileira. Esse folclorismo académico e ufano explica de uma certa maneira o aspecto matuto rígido e artificial da quadrilha.
No entanto, hoje em dia, essa artificialidade rural é vista pelos foliões como uma atitude lúdica, teatral e festiva, mais do que como a expressão de um ideal folclórico, nacionalista e acadêmico qualquer. Seja como for, é correto afirmar que a quadrilha deve a sua sobrevivência urbana na segunda metade do século XX e o grande sucesso popular atual aos cuidados meticulosos de associações e clubes juninos da classe média e ao trabalho educativo de conservação e prática feito pelos estabelecimentos do ensino primário e secundário, mais do que à prática campesina real, ainda que vivaz, porém quase sempre menosprezada pela cultura citadina.
RIBEIRA - 128
terça-feira, 23 de setembro de 2008
RIBEIRA - 127
E´primavera. Parece até que as pessoas se transformam. Há um sorriso em cada olhar. Uma espécie de desabrochar do amor.Amor sutil, sem ser agressivo. Amar por amar. Tudo é belo em seu redor. A primavera é uma estação ditosa, cheia de risos e divinal fulgor. As flores brotam no nascer da vida. Brota a vida no nascer da flor.
A Primavera é a estação do ano que se segue ao Inverno e precede o Verão. É tipicamente associada ao reflorescimento do flora e da fauna terrestre. A Primavera do hemisfério norte é chamada de "primavera boreal", e a do hemisfério sul é chamada de "primavera austral". A Primavera boreal tem início no hemisfério norte, a 20 de março e termina a 21 de junho. A Primavera austral tem início, no hemisfério sul, a 23 de setembro e termina a 21 de dezembro.
Do ponto de vista da Astronomia, a primavera do hemisfério sul inicia-se no equinócio de setembro. O equinócio é definido como um dos dois momentos em que o Sol, em sua órbita aparente cruza o plano do equador celeste. O seu fim vem com o solstício de dezembro. Como se constata, no dia do equinócio o dia e a noite tem a mesma duração. A cada dia que passa, o dia aumenta e a noite vai encurtando um pouco, aumentando, assim, a insolação do hemisfério respectivo.
Estas divisões das estações por equinócios e solstício poderão ser fonte de equívocos, mas deve-se levar em conta a influência dos oceanos na temperatura média das estações. Na Primavera do hemisfério sul. os oceanos meridionais ainda estão frios e vão aos poucos aquecendo, fazendo a Primavera ter temperaturas amenas ao longo da estação. Existem várias flores na primavera, por exemplo: Margarida, Pingo de Leite, Rosa e Girassol, entre outras. Hoje é o dia 23 de setembro, data em que começa a Primavera, no Brasil.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
RIBEIRA - 126
A guerra de Tróia foi um episódio sangrento da antiguidade, que teve lugar muito provavelmente entre 1.300 a.C., que culminou com a destruição da cidade de Tróia e facilitou o fim da Idade do Bronze no Mediterrâneo. A causa daquele conflito de mais de dez anos foi o rapto de Helena de Tróia por Páris, principe de Tróia. Segundo a mitologia, a cidade de Tróia acabou por ser tomada, após um longo cerco, através do uso do Cavalo de Tróia.
Os gregos antigos acreditavam que a guerra de Tróia era um fato histórico, ocorrido no período micênico, mas durante séculos os estudiosos tiveram dúvidas se ela de fato ocorreu. Até à descoberta do sítio arqueológico na Turquia, acreditava-se que Tróia era uma cidade mitológica.
A Ilíada, de Homero, descreve os acontecimentos finais da guerra, que incluem as mortes de Pátroclo, Heitor e Ájax que se matou com a espada que Heitor lhe deu. A obra Odisséia é a continuação da Ilíada, que conta a volta de Odisseu a Ítaca, onde passou mais dez anos até chegar a seu destino.
MITO
A guerra de Tróia se deu quando os aqueus, os primeiros gregos a chegarem a ocupar parte do mediterrâneo, atacaram Tróia, buscando vingar o rapto de Helena, esposa de Menelau, rei lendário de Esparta, irmão de Agamenon, um dos mais distintos heróis gregos. Os aqueus eram os povos que hoje conhecemos como gregos que compartilhavam uma cultura e língua comuns, mas na época se enxergavam como vários reinos, e não como um povo só.
A lenda conta que a deusa (ninfa) do mar Tétis era desejada como esposa por Zeus e por Posidon, também conhecido como Poseidon, deus supremo do mar. Porém, Prometeu, um titã grego, fez uma profecia que o filho da deusa seria maior que seu pai, então os deuses resolveram dá-la como esposa a Peleu, um mortal ja idoso, intencionando enfraquecer o filho, que seria apenas um humano. O filho de ambos foi Aquiles, e sua mãe, visando fortalecer sua natureza mortal, o mergulhou quando ainda bebê nas águas do mitológico rio Estige. As águas tornaram o herói invulnerável, exceto no calcanhar, por onde a mãe o segurou para mergulhá-lo no rio (daí a expressão "calcanhar de Aquiles", que significa ponto vulnerável). Aquiles se torna o mais poderoso dos guerreiros, porém ainda é mortal.. Mais tarde, sua mãe profetisa que ele poderá escolher entre dois destinos - lutar em Tróia e alcançar a glória eterna, mas morrer jovem, ou permanecer em sua terra natal e ter uma longa vida, porém ser logo esquecido.
Para o casamento de Peleu e Tétis todos os deuses foram convidados, menos Éris, ou Discórdia. Ofendida, a deusa compareceu invisível e deixou à mesa um pomo de ouro com a inscrição: "À mais bela". As deusas Hera, Atena e Afrodite disputaram o título de mais bela e o pomo. Zeus não quis ser o juiz, para não descontentar duas das deusas, então ordenou que o prícipe troiano Páris, à época sendo criado como um pastor alí perto, resolvesse a disputa. Para ganhar o título de "mais bela", Atena ofereceu a Páris poder na batalha e sabedoria. Hera ofereceu riqueza e poder e Afrodite, o amor da mulher mais bela do mundo. Páris deu o pomo à Afrodite, ganhando sua proteção e o ódio das outras duas deusas contra si e contra Tróia.
A mulher mais bela do mundo era Helena de Esparta, filha de Zeus e de Leda, rainha de Esparta. Quando Páris foi a Esparta em missão diplomática, apaixonou-se por Helena e ambos fugiram para Tróia, enfurecendo Menelau. Este apelou aos antigos pretendentes de Helena, lembrando o juramento que havia feito. Agamenon então assumiu o comando de um exercito de mil naus e atravessou o mar Egeu para atacar Tróia. As naus gregas desembarcaram na praia próxima a Tróia e iniciaram um cerco que iria durar dez anos e custaria a vida de muitos heróis de ambos os lados. Dois dos mais notáveis heróis perderam a vida na guerra de Tróia: foram Heitor e Aquiles.
Finalmente, seguindo um estratagema proposto por Odisseu, o famoso cavalo de Tróia, os gregos invadiram a cidade governada por Priamo e terminaram a guerra. O cavalo de Tróia revelou-se uma armadilha, um falso pedido de paz grego. Sendo um presente para o rei, os troianos levaram o cavalo para dentro das muralhas da cidade: à noite, quando todos dormiam, os soldados gregos que se escondiam dentro da estrutura ôca de madeira do cavalo saíram e abriram os portões para que todo o exército entrasse e queimasse a cidade.
domingo, 21 de setembro de 2008
RIBEIRA - 125
Eu lembro, agora, uma história que Zé Areias contava. Uma certa vez, disse ele, pegou um BURRO com um tamanho descomunal de pênis e saiu pela rua vendendo por um preço bastante alto. Ganhou dinheiro as pampas só por causa do pênis do jumento. O que o "dono" fez com o jerico, depois, ele não soube dizer. Agora, vem uma noticia da China: é uma iguaria afrodisiaca por orientais o pênis de um burro. Por lá, ainda são consumidos pênis de ursos, cachorros e focas. Aqui, em Natal, Rs, o penis de um cação vale ouro. A pessoa encontra nos barcos de pesca que encostam no cais das Rocas, mais precisamente, no Canto do Mague.
Considerando-se a crença chinesa de que certos animais ou seus órgãos têm propriedades medicinais quando ingeridos, não é difícil imaginar qual seria o efeito de um pênis de um jumento no organismo humano.
A chamada "cultura do pênis" chinesa chegou há alguns anos ao conhecimento ocidental. Em alguns lugares, como restaurantes termáticos, eles tentam falar abertamente sobre o assunto em busca de melhorar seu desempenho sexual. Entre uma prosa e outra, consomem os membros cozidos e fatiados (e supostamente afrodisiacos) de bois, ursos, veados, burros, cavalos, carneiros, búfalos, focas, cobras e cachorros.
A novidade é um vídeo publicado no site Weird Asia News que mostra um cidadão inglês sendo confrontado com seu jantar: um pênis de jumento. A garçonete explica como aquilo foi preparado e qual é a forma correta de comê-lo.
Segundo a reportagem, o China International Travel Service, órgão ligado ao turismo internacional no país, faz sua parte, preparando os visitantes estrangeiros para o fato de que eles podem considerar alguns pratos apreciados na China como algo ofensivo ou repugnante.
Nos centros comerciais são oferecidos petiscos como cavalos-marinhos no espeto e cigarras. Segundo um vendedor, cavalo-marinho é bom para os rins masculinos. O China Travel encoraja os estrangeiros a experimentar esses pratos "de cabeça aberta", como forma de estreitar as diferenças culturais entre os povos.
E agora José? De uns anos para cá ja não existem burros por aqui. Lá uns ou outros. Na certa, vai aparecer por esses dias uma ONG em defesa dos jegues: "Salvem os Jegues". Eles irão dizer, certamente. Enquanto isso não acontece, o negócio é esperar para ver como vai ficar.
RIBEIRA - 124
A primeira definição de Macumba que se encontra em qualquer dicionário é de: antigo instrumento musical de percussão, espécie de reco-reco, de origem africana, que dá um som de rapa (rascante). O conceito de macumba está tão arraigado na cultura popular brasileira, que são comuns expressões como "xô macumba" e "chuta que é macumba" para demonstrar desagrado com a má sorte. As superstições nesse sentido são tão grandes, que até mesmo para a Copa do Mundo foram criados sites para espantar azar. Popularmente, a palavra macumba é utilizada para designar genericamente os cultos sincréticos afro-brasileiros derivados de práticas religiosas e divindades dos povos africanos trazidos ao Brasil como escravos, tais como os bantos, como o candomblé e a umbanda. Os bantos constituem um grupo etnolinguistico localizado principalmente na África subsariana no deserto do Saara.
Entretanto, ainda que macumba seja confundida com o candomblé e a umbanda, os praticantes e seguidores dessas religiões recusam o uso da palavra para designá-las. Outras acepções para o termo macumba são: *Macumba, na acepção popular do vocábulo, é mais ligado ao emprego do ebó, feitiço, "despacho", coisa-feita, mironga, mandinga, muamba. *Palavra usada no sentido pejorativo (forma de violência verbal) para se referir a candomblé, culto dos orixás, de origem totêmica e familiar que, tambem, é uma religião, ou a umbanda. *Diz-se mais comumente macumba que candomblé, no Rio de Janeiro, e mais candomblé do que macumba, na Bahia.
Ainda ao tempo das reportagens de João do Rio, pseudônimo de João Paulo Emílio Cristóvam dos Santos Coelho Barreto, jornalista, cronista, teatrólogo brasileiro falecido em 1921, os cultos de origens africanas no Rio de Janeiro chamavam-se coletivamente, candomblés, culto dos orixás, como na Bahia, reconhecendo-se contudo, duas seções principais: os orixás dos cultos nagôs, nome que se dá ao iorubano ou a todo negro da Costa dos Escravos, que falavam e entendiam o loruba, grupo étnico africano da Nigéria, e os alufás dos cultos muçulmanos (malês) trazidos pelos escravos.. Mais tarde o termo genérico "macumba", foi substituido por Umbanda. Hoje, estão inteiramente perdidas as tradições malês e em geral os cultos africanos estão abertos a todas as influências, se dividem em terreiros (cultos nagôs) e tendas ou centros (cultos nagôs tocados pelo espiritismo). Hoje, mais ainda, a Macumba é encarada com muito respeito e não falta quem se devote aos animais tidos como especiais. Do gato-preto ao elefante. Pessoas ricas que se querem livrar de uma má sorte, fazem encomendas aos deuses da Umbanda na crença de que serão atendidas. Ebó, feitiço, despacho são palavras comuns para os que chegam a um centro de Macumba para pedir ao "santo" que interceda em seu favor. Geralmento os "santos" da Umbanda servem para qualquer favor. O adepto "paga" pelo serviço e o ubandista faz o serviço pedido, em uma encruzilhada onde é posto o despacho. Não raro, a pessoa vem dizer ao macumbeiro que o "serviço" deu certo. São pedidos fáceis, como encontrar um namorado, uma mulher deixar o seu marido e coisas desse tipo. No mar, Yansan, Santa Barbara, todo ano é festejada pelos devotos da Umbanda.
sábado, 20 de setembro de 2008
RIBEIRA - 123
ESPECIAL
RIBEIRA - 122
Essa era a Praça Pio X, em Natal (Rn) que eu a conheci nos velhos tempos de 1950 e mais para trás. Quando olho, hoje, a Nova Catedral, vem à minha lembrança o que foi a Praça Pio X. Bem antes de 1950 e lá pelos idos de 1900 ou antes, o pároco de Natal era o padre João Maria. Foi ele que teve a ideia de construir uma nova Catedral em um local bem mais distante que a Catedral de Nossa Senhora da Apresentação. Bem mais distante, o que ele encontrou foi um sítio em um quadrado no fim da rua do Sarmento e que no século XX passou a se chamar rua Coronel Pedro Soares e que é hoje a rua João Pessoa. Para se abrir a Rua do Sarmento foi preciso de muitas machadadas, derrubando-se as árvores que estavam no meio daquilo que, quando pronta, se chamaria de "rua". E era lá no fim do mato que estava o sítio de Manoel Álvares Tavares, o seu dono. Nesse tempo, todos os moradores de Natal eram católicos. Manoel Tavares era avô de Maria do Carmo Alvares. Foi ela quem me contou essa história. Historia ou não, o certo é que o sítio foi doado...(DOADO)...pelo seu dono ao padre João Maria Cavalcante de Brito para que o sacerdote construísse ali a sua nova Catedral. Isso foi por volta de 1890 ou coisa assim.
Enquanto o pessoal (garis) da Prefeitura fazia o seu trabalho de derrubada do mato, com machado, foice e tudo mais, o padre, em seus sermões, pedia ao povo de sua comunidade para que, em uma verdadeira procissão, fosse buscar pedras de praia, lá pelos lados da Praia do Meio e Praia de Areia Preta. E se formou a procissão de mulheres, homens, rapazes, moças, e gente miúda para ir buscar pedras de praia. Era uma lonjura...que Deus nos acuda! Porém, o povo de fé, cantando e rezando, seguia à pé para os Montes, pois era assim que se chamava Petrópolis. MONTES!. Digo isso porque minha avó dizia que se chamava de Montes as partes mais altas de Natal em direção ao mar. Se é mentira, pode perguntar a ela, que está enterrada no Cemitério do Alecrim. Não custa nada. É só ir lá.
E a nova Catedral começou a ser erguida. Fez-se a parte de trás, já bastante alta e com aberturas para se por as janelas com seus vitrais e seis colunas bem altas, redondas, coisa de sessenta centímetros de largura para um homem abraçar. A Catedral era um verdadeiro monumento em comparação com a que existe hoje. A construção era feita de graça por negros e mulatos orientados pelos brancos. Um branco (homem) desenhou o perfil da Catedral sem nada cobrar. A Prefeitura aprovou, também em nada cobrar. O padre João Maria batia mundos e fundos em busca de recursos para manter a obra no seu melhor ritmo. Para se chegar à rua Olinto Meira, que hoje tem esse nome, pois na verdade o doutor Olinto Meira era morador de um sítio que ficava naquilo que hoje é esquina com a rua Segundo Wanderlei, era uma caminhada e tanto. Um certo dia, alguém notou que o padre fazia toda essa caminhada à pé, e deu-lhe um burro para ele melhor andar. Andar montado em um burro, assim como fez Jesus. Você se lembra disso? Lembra? Pois bem. E o padre João Maria podia seguir mais longe, buscando ajuda para a construção da nova Igreja. Isso,, ele fez até o dia de sua morte, no ano de 1905.
E o sonho do padre chegou ao fim. Não tinha mais construção de uma nova igreja. A rua Coronel Pedro Soares começou a funcionar como uma artéria onde moravam as pessoas ilustres da capital. O que ficou de pé onde seria a nova Catedral. um dia, a Prefeitura teve que demolir para , em seu lugar construir uma pracinha onde armava-se brinquedos, roda-gigante, espelhos-mágicos e tantas coisas em um terreno cercado, que não se via nada por fora. Depois de um certo tempo, esses brinquedos saíam dalí e ficava apenas a nova para que teve o nome de um Papa: Pio X.
A nova Praça foi muito bem traçada. Sem bancos para namorados fazer juras de amor eterno, tinha, em seu lugar, quatro espaços muito bem desenhados, um retângulo com os dois lados salientes puxados para fora, conservando-se as árvores bem cuidadas, e um chamado "avião", com suas asas nas duas direções onde se podia ficar e admirar Natal, já nos tempos de 1950. Esse foi um tempo glorioso, com as casas de moradas já construídas na rua Jundiaí, e um pé de mungubas bem no lado esquerdo da pracinha, arejando todo o ambiente. Lâmpadas ornamentavam o local. Nas casas da rua Jundiaí, os muros davam guarida para o embelezamento das suas fachadas. Naquele tempo, não tinha com mais de um andar, ali na pracinha. Eram todas casas de moradas. Umas, duas janelas e uma porta. Tinham casas que eram construídas por igual, como se fosse gémeas. Outras, eram mais solitárias. Porém, todas eram casas de ricos, salvo as que entravam por um beco que ia dar no Colégio Santo Antonio. Aqui se fala da rua Fontes Galvão, uma ruela que em tempos ídos, de 1900, era um sitio pertencente a Luiz de França. Tempos depois, ele se desfez do sítio que cobria todo um quarteirão, passando pelo que se chamaria rua Jundiaí, rua Prudente de Morais, rua Apodí e voltava pelo beco que não tinha nome e hoje de chama Fontes Galvão. Com um sol abrasador, a pracinha Pio X só tinha guarida para se proteger do calor, em baixo das asas do "avião" onde, um dia do ano de 1950 um doutor matou com um disparo de arma de fogo um garçon que lhe cobrara a conta do dia passado
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
RIBEIRA - 121
O meu pai era um homem sumamente inteligente. Sua função de Professor do Estado já lhe garantia a importância do seu saber. Eu o vi dando aulas à sub-Oficiais da Policia Militar e por questões que nem sei explicar, não lhe admirava por isso. Para mim era apenas uma aula e nada mais. Porém, fora da classe, um monte de livros debaixo do braço, ele seguia para casa. Dentre esses livros estavam uns que tratavam sobre "Línguas Mortas". Inclusive, tive a oportunidade de folhear um dos quais era todo escrito em Latim. Os demais livros não me importava. Afinal, eu era muito pequeno para tantos livros. Hoje, eu vejo meu pai de forma diferente. Um homem de suma importância que escrevia para jornais e revistas da cidade coisas de antigamente, passados de antigamente, reminiscências de antigamente. Este era o meu pai, nem tanto diferente de outros amigos com quem sempre ia conversar.
Certa vez, eu me lembro muito bem, ele falou em um homem. Seu nome era Caronte. Naquela época em que ele falou para mim, tanto faz com tanto fez. Mesmo assim, o nome do homem - Caronte - não me saiu da mente pelos anos seguintes. Em uma busca que fiz, certa vez, não procurando por Caronte, eis que estava no meio dos pergaminhos o nome do homem. Então, eu passei a ler com cuidado aquilo que fez, no seu tempo, o velho e esqualido, porém forte, o barqueiro Caronte que fazia a travessia das almas dos que já haviam morrido para o outro lado do rio de águas turbulentas que fazia a fronteira com o inferno. O rio se chamava Aqueronte. Era um rio de águas negras que corria sobre a Terra.
Caronte transportava as almas dos mortos e que estavam devidamente sepultados, cobrando pela travessia uma determinada moeda. Dai, o costume de se colocar, ainda hoje, uma moeda na boca de um defunto. Continuando: Caronte transladava pessoas de todas as espécies. Heróis, jovens, virgens. E todos se aglomeravam querendo atravessar o rio do inferno, cheios de ânsias de chegar a margem oposta. Porém, o barqueiro só conduzia aqueles escolhidos, empurrando para trás o restante. As demais almas que não tinham o local onde estavam sepultados os seus corpos eram condenados a vagar pela margem do Aqueronte durante cem anos, para cima e para baixo. Depois de tanto tempo, as almas conseguiam atravessar o rio do inferno através do barco.
O rio Aqueronte desaguava no mar Jônio. Suas nascentes eram no pântano de Aquerusa, charco próximo a uma das aberturas que os antigos - gregos - acreditavam conduzir aos infernos. Também chamado Barqueiro dos Mortos - na Grécia -, Caronte é apresentado como um deus idoso, mas imortal, de olhos vivos, o rosto majestoso e severo. Sua barba é branca, longa e espessa, e suas vestes são de uma cor sombria, porque manchadas do negro limo dos rios infernais. Presume-se que Caronte foi punido e exilado durante um ano nas profundezas do Tártaro, por ter dado passagem a Hércules na sua barca, sem que esse herói tivesse o magnífico e precioso ramo de acácia em seu poder.Um mortal não podia entrar na barca, a não ser que tivesse como salvo-conduto um ramo de acácia de uma árvore fatídica consagrada a Proserpina, divindade que tornou-se raínha das regiões das sombras.
Caronte representa as Viagens Astrais ou Projeção da Consciencia, a quinta maneira de interação entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos. Projeção da Consciência é a capacidade que todo ser humano tem de projetar a sua consciência para fora do corpo físico. Essa experiência tem recebido diversas nomenclatura, dependendo da doutrina ou corrente de pensamentos, como Projeção Astral, no campo da Teosofia. É sabido, desde a mais remota antiguidade, que a "Experiência fora do corpo" é um fato, envolvendo técnicas nítidas de cunho científico. Porém, devido ao desconhecimento sobre o assunto, grupos desinformados geraram fantasias sobre os "perigos" que envolveriam o processo, aliás, inexistentes.
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
RIBEIRA - 120
Nessa época, em 1947, eu ainda era pequeno e não sabia de lá muitas coisas que sucediam alí e acolá. O meu pai conversava por um bom tempo com o vizinho das coisas que aconteciam e, nesse mesmo tempo eu estava brincando de cai-e-fica com as garotinhas da casa da esquina da rua. Alí estava o meu maior prazer. Brincar. Apenas brincar. Certa vez, depois de entrar em casa, lavar meus pés por ordem de minha mãe, então fui dormir sobre as severas repreensões de minha mãe para ter cuidado com um meu "puxado" - asma - que me sufocava sempre pelas madrugadas. Eu ouvi o que ela dizia e mesmo assim, nem me incomodava. Um pigarro aqui, outro alí e então eu adormeci. Foi nessa noite ou madrugada (na nossa casa não tinha relógio, ou de parede, ou de algibeira) que ouvi minha mãe assustada, chamando por meu pai que também ouvira os apitos estridentes dos guardas-noturnos. Pri-pri-pri. Era o que fazia os apitos. Mas, nesse momento, eram muitos apitos. Quantos? Não sei! Três? Podia ser quatro. Sei que eram muitos, os pri-pris dos guardas-noturnos. De onde vinha? Vinham dalí! Dali, onde? De um lugar! Mas, que lugar? Não sei!. O que eu sei foi que todo mundo acordou para ver os guardas-noturnos que prenderam um ladrão. ...LADRÃO!!! É. Ladrão mesmo. Ele estava roubando galinhas. GALINHAS?! É.Galinhas. Eles só roubavam galinhas, camisas, calças. Coisa sem futuro.
Então, todos queriam ver o ladrão de galinha que vinha escoltado pela rua Mossoró, em Natal (Rn), empurrado por três ou quatro guardas-noturnos e mais um monte de gente de rua à fora até chegar à chefatura de policia. Naquele tempo, guarda-noturno tinha autoridade. Prendia o sujeito, e estava preso, sim, senhor. Hoje a coisa está muito diferente. Chama-se a Polícia, que no meu tempo era "polidoro" ou mesmo "meganha", e ela, depois das dez, nem pru mode!. E se chega, olha, indaga, pede água e vai embora. Quando é a PF - não se trata de prato feito. É mesmo Policia Federal, vai à casa do ilustre presado e dar ordem de prisão. Aí é juiz, advogado, empresário, políticos e tal e coisa para depois soltar. Os ladrões de hoje tem cacife. São pessoas ilustres. Naquele tempo só tinha mesmo ladrão de galinha que os guardas-noturnos matinham na mucura por um bom tempo. Talvez, a vida toda.
Os guardas-notunos, eram muitos. Talvez 50. Talvez mais. Eles faziam a ronda por toda a cidade. Cada um em seu ponto. De cem em cem metros se ouvia um "pri" do apito de um guarda alertando ao outro que com ele estava tudo em paz. Tirol, Petrópolis, Cidade, Alecrim, talvez Lagoa Seca. Sei que ele operavam muito bem no bairro da Ribeira. O Quartel dos Guardas ficava na rua Ferreira Chaves com a rua Duque de Caxias. Esse foi o que eu conheci. Alí, os guardas tinham um alojamento onde, de dia, podiam dormir, porque, por volta das dez da noite até às seis da manhã. eles tinham obrigação, que fizesse chuva, frio, vento, lua ou fosse todo normal.
Charles Chaplin (foto) aqui ilustrando essa matéria, não tem nada a ver com a história. A não ser pelo aspecto de vagabundo, no seu personagem histórico - Carlitos -, e de andar maltrapilho, roupas rotas, sapatos velhos, chapéu de coco, begala, bigode,, camisa, gravata e paletó rasgados e tudo mais de não servisse. A cena aqui é de "O Garoto", que se vê a seu lado, ambos sentados em um batente de uma porta igualmente velha. Foi apenas para ilustrar os sem-futuro, como ele muito bem representou no tempo do cinema-mudo e sonoro. Sei que ele foi um mago do cinema desde que saiu da Inglaterra pelos idos de 1915, segundo a carreira do seu irmão.
Mas, nos seus filmes, ladrões de galinha sempre acabavam presos. Ele fazia, acontecia e findava prendendo o "esperto", mesmo sendo um "vagabundo". Depois de tudo, ele se perdia no tempo, marchando para o desconhecido. Assim, também fizeram os guardas-noturnos de Natal onde, ocupando um lugar de polícia, passavam a noite inteira nas ruas da cidade vigiando todas as residências contra a presença de elementos nocivos. Hoje, não tem mais guardas noturnos e a cidade, ainda pequena - e cresce? - fica a mercê dos delinquentes que praticam assaltos em plenas luz do dia, matam - como mataram uma enfermeira de 42 anos, há poucos dias, dentro de um ónibus, em plena tarde - e não são presos. Quando acontece de haver uma prisão de um marginal de tal espécie, vem logo o advogado para defendê-lo, não se mostra a cara do bandido, ou a imprensa paga multa, não é algemado, pois isso constrange o marginal, tem todas as regalias, recebe boa recompensa em dinheiro, afinal ele está preso, recebe visitas intimas, e ainda pode se converter a uma igreja, pois assim, ele estará "salvo". É assim a vida de um escroque. Os guardas-noturnos não ou tiveram nem o privilégio de um sarcófago polido, quando morreram.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
RIBEIRA - 119
Essa é a Praça Pedro Velho (foto) de antigas domingueiras das crianças, dos meninos, dos jovens, dos rapazes e moças. Enfim, dos adultos e de todos nós. A praça era ornamentada com árvores que se tornaram pequenas pela a ação da tesoura do homem que fazia a poda dos seus galhos. E assim, esses homens transformavam as árvores em silhuetas de cuscuz, coelhos, tamboretes gigantes ou móveis da época e até mesmo em tronos reais formando-se numa abertura do tronco em dois braço e no restante, o encosto de realeza onde os frequentadores, aos domingos, tiravam fotos encomendadas a um fotógrafo que fazia ponto no local. E eram vários fotógrafos e oferecer os seus trabalhos a homens, moças, senhoras, rapazes, meninos, enfim, a todos que se encontravam na praça. O local era de maior movimento apenas aos domingos. No entanto, todos os dias, principalmente à noite, moças e rapazes se encontravam para um flerte ou namoro.
A Praça Pedro Velho não diferenciava de outras praças que existiam na cidade, a não ser pelo fato de alí ter um espaço para crianças e jovens, na parte leste-sul, que servia para se brincar nos balanços, gangorras, argolas, e mesmo escorrego que ficava em uma parte central do parque, todo cercado por pequenos postes e cruzados por arames de quatro voltas em torno dele. O escorrego ficava no meio. Esse espaço, bem maior, era todo cercado de arame de quatro pernas, desde a entrada, que por certo era um portão pequeno e gradeado, seguindo até a rua Potengi, tomando curso até a rua Prudente de Morais, voltando pela rua Trairi, e terminando no outro extremo do portão, formando um retângulo.
Esse parque tinha um vigia que abria a porta do portão, na hora que ele achava certo para que as crianças pudessem entrar, acompanhadas de suas mães ou mesmo, de governantas ou babás. Seu nome era Humberto Pacheco. Ele era quem comandava a festa das crianças e dos jovens. Esses jovens tinha o prazer de passar nas argolas, suspensas por uma trave com cerca de quatro metros de comprimentos. Vários desses atletas escorregavam e iam ter no chão. Então, depois de umas três quedas, era a vez de experimentar o balanço, cuja altura era de no máximo quatro metros. No espaço tinham quatro balanços, além das gangorras, todas sempre ocupadas.
E por falar em Pacheco ou seu Pacheco, como era tratado, ele era um homem turrão, brabo até, gritava com todos, menos com as crianças que estivessem acompanhadas de suas mães, senhoras de alta classe. O parque, que ficava em um terreno mais baixo que a praça, era separado por uma rua, como se pode chamar. Essa rua, de dois metros ou mais de largura, era fechada em seus extremos por uns postes pequenos, de um metro de altura, separados um dos dos outros e presos por correntes, como forma de dizer que, no lugar não podia entrar carro. Daí, então, começava a praça, onde tinha quatro tanques cheios de água, medindo cerca de oito metros por cinco. Nos tanque se criavam tartarugas. Alguns desses tanques eram poluídos por demais, e alí não existiam mais as tartarugas. Homens, adultos, jogavam pipocas na água para ver as tartarugas subirem e pegar aqueles alimentos.
No meio da praça tinha o Coreto, onde se apresentava Bandas de Musica, quase todos os domingos ou mesmo nos sábados à noite. A Praça Pedro Velho era bem cuidada pois em frente existia a Vila Ciccinati, casa de morada do Governador do Estado, isso nos idos de 1950 ou um pouco antes. Tudo era limpo e tinha também um "avião" com suas asas guarnecendo as duas partes, onde as senhoras, suas filhas e jovens bebiam seus sorvetes em taça requintada. Chamava-se de avião, por casa de sua semelhança com um aparelho voador. Jovens e moças, caminhavam por cima dessas asas, feitas de cimento e dalí, cada qual contemplava toda a praça. Os Bondes de Petrópolis passavam no local, pelas rua Trairy, Prudente de Morais e seguindo o seu trajeto para a praia dali em diante. Na rua Potengi, as árvores cobriam todo o percurso que se tinha a fazer. Nesse tempo, não havia o Ginásio de Esporte, no extremo da praça. Ali, era um terreno desocupado.
Não raro, os rapazes conseguiam suas namoradas naquela praça e dali em diante eles terminavam por casar, seguindo o mesmo exemplo de mostrar a seus filhos o lugar onde conhecera a sua mãe e brincar nos escorregos, tirando fotos nos tronos, coelhos e cuscuz existentes ainda naquele logradouro, ponto de encontro de outros novos namorados. Em Natal (Rn), se tinha praças não iguais aquelas, mais com seus coretos tradicionais, como a praça Augusto Severo, na Ribeira, a praça André de Albuquerque, na Cidade Alta.e a praça Gentil Ferreira, no Alecrim. Outras praças existiam, mas essas não Coreto.
Ágora era a praça principal na constituição da pólis, a cidade grega da Antiguidade clássica . Normalmente era um espaço livre de edificações. configurada pela presença de mercados e feiras livres em seus limites, assim como por edifícios de carater público. Assim como na Grécia antiga, foi em Natal que ainda engatinhava para um dia ser uma jovem dama. E assim foi possível viver entre moças e rapazes romances que para eles seriam eternos. Se eternos ou não, isso pouco importa. O que dá prazer é o que se pode notar naquilo que um dia foi a melhor e mais querida pracinha de Natal: A Praça Pedro Velho.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
RIBEIRA - 118
Este aqui, foi o Palácio do Governo e findou sendo o Arpege, um cabaré de gente mais ou menos rica. O Palácio do Governo funcionou nesse prédio em junho de 1869. O prédio pertencia a Domingos Henrique de Oliveira, comerciante rico de Natal (Rn). O Governador era Pedro Barros Cavalcanti de Albuquerque. A rua não era a Chile, mas a Rua do Comércio, visto que alí se concentrava a grande parte dos comerciantes da época. O prédio era um sobrado e o Governador morava na parte de cima. Pelo que se tem visto na História do Rio Grande do Norte, aquele era o sobrado mais caro, mais imponente e mais alto que existia em Natal. Foi uma época intensa na vida da política do Estado.
Com o passar do tempo, o Palácio virou em uma casa de comércio, na parte de baixo, com um vasto sortimento de secos e molhados pertencente a um verdadeiro homem de visão, Aurino Suassuna que deu emprego a uma ou duas dezenas de operários. Os consumidores que frequentavam o armazém eram recebidos e tidos como alguém de alta classe, pelos atendentes que sempre estavam a esperade mais um consumidor As pessoas mais ricas de Natal sempre se dirigiam àquele Armazém para fazer as suas compras de mercado. Isso, no ano de 1950, antes e depois. O sobrado tinha dois andares e as pessoas que alí frequentavam sentiam-se orgulhosas de estar fazendo as suas compras naquela casa de comércio, a mais ilustre da capital. No prédio em que ficava a casa de negócios, quem fosse ali, passava por montes de sacos e de bebidas finas que existiam na época na capital. Na verdade, era um assombro se ouvir dizer que se fez as compras naquela casa.
O tempo foi passando e o lugar foi alugado pelo dono de uma boate chamada Arpege. No local, tinham vitrolas, bailes, bebidas, comidas e muitas mulheres semi-vestidas fazendo o afago a seus namorados por um instante. Para se chegar até o palácio das ilusões fortuitas, entrava-se por uma porta nos fundos do edifício que dava para o rio Potengi. Todas as noites eram de prazer e de muito amor. As damas da noite, sorridentes, convidava o seu amante para beber e lhe pagar também, um drinque e um cigarro americano. Homens já velhos, charutos na boca, se agasalhavam entre os seios da mulher amada e dava a ordem que ela podia pedir o que quizesse. Sorrisos em desalinhos, uma pintura de uma deusa em um lugar da parede, salão grenat e todo o recinto era tomado de perfumes de mulheres em seu investigativo olhar para o seu amante da noite. Fervorosos gritos suaves acompanhava o parceiro na dança em meio a roda que se formava entre os dois. Com um pouco, três e mais além,todas os homens que ainda se aguentavam de pé. Era uma noite de encanto aquelas que se vivia na Boate Arpege.
O tempo, inexorável, foi passando e de cabaré só a lembrança dos homens mais velhos. No vetusto edifício, a água escorria como um ébrio balança em uma imaginária corda bamba. Era o tempo da chuva. Chuva torrencial que levava aos trambolhões tudo o que aplicava em seu caminho. Na rua, caminho de todos, outros noturnos ébrios se agasalhavam com o que podia da uma cobertura. O céu era plúmbeo dando a impressão que aquela noite não mais teria fim. Do cais ao lado, as buzinas dos barcos anunciando a chegada ou partida. O tempo rugia, frenético, por entre as paredes do Casarão. Em um momento nunca esperado, ouviu-se um estrondo. Algo que ruía por completo. Alguém olhou um tanto ébrio e pensou que era o tempo de dormir. Do casarão, uma parte enorme do edifício se espatifou no chão calçado. Era o fim, com certeza, daquele que foi um dia o Palácio do Governo, do Armazém de Cereais, da boate Arpege.