domingo, 7 de setembro de 2008

RIBEIRA - 105

PROCLAMAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA
A data comemorativa do Brasil por sua independência do Reino de Portugal é 7 de setembro de 1822. Nesse dia, às margens do riacho Ypiranga, em São Paulo, o Principe-Regente D. Pedro, ao receber correspondência da Corte, teria proclamado o chamado "grito da Independência", à frente de sua escolta: "Independência ou Morte"
No final de agosto, D. Pedro viajava para a província de São Paulo para acalmar a situação depois de uma rebelião contra José Bonifácio, um naturalista, estadista e poeta brasileiro. É conhecido pelo epíteto de Patriarca da Independência. Apesar de ter servido de instrumento dos interesses da aristocracia rural, à qual convinha a solução monárquica para a independência, não se deve desprezar seus interesses próprios. Tinha formação absolutista e por isso se opusera à Revolução do Porto.
Ao voltar de Santos, parando às margens do riacho Ypiranga, D. Pedro de Alcântara recebeu uma carta com ordens do seu pai para que ele voltasse para Portugal, se submetendo ao Rei e às Cortes. Vieram juntas duas cartas: uma de José Bonifácio, que aconselhava D. Pedro a romper com Portugal e a outra da esposa, Maria Leopoldina, apoiando a decisão do ministro. D. Pedro I, impelido pelas circunstancias, pronunciou as famosas palavras Independência ou Morte!, rompendo os laços de união política com Portugal, em 7 de setembro de 1822. Ao chegar na capital, Rio de Janeiro, foi aclamado Imperador, com o título de D. Pedro I. Culminou o longo processo de emancipação, iniciado em 1808 com a vinda da família real. A 12 de Outubro de 1822, D. Pedro foi aclamado imperador e coroado em 1º de dezembro.
Não se pode compreender o processo de Independência sem pensar no projeto recolonizador das Cortes portuguesas, a verdadeira origem da definição dos diversos grupos no Brasil. Embora o rompimento político com Portugal fosse o desejo da maioria dos brasileiros, havia muitas divergencias. No movimento emancipacionista havia grupos sociais distintos: a aristocracia rural do sudeste partido brasileiro, as camadas populares urbanas liberais radicais e por fim, a aristocracia rural do norte e nordeste, que defendiam o federalismo e até o separatismo.
A concretização das aspirações de cada um desses agrupamentos era distinta. Os grandes proprietários rurais ligados ao partido dispunham de meios efetivos para a realização de seus objetivos. A ânsia por um comércio livre de entraves mercantilistas encontrava apoio em forças internacionais, lideradas pela burguesia britânica. A sólida base económica e social escravista garantia ainda os recursos materiais para resistir com êxito à provável ameaça recolonizadora de Lisboa. A situação no Brasil permaneceu indefinida em 1821, em 9 de dezembro ao chegarem ao Rio de Janeiro os decretos da Corte que ordenava a abolição da regência e o imediato retorno de D. Pedro a Portugal: a obediência das províncias a Lisboa e não mais ao Rio de Janeiro; a extinção dos tribunais do Rio. O partido brasileiro ficou alarmado com a recolonização e com a possibilidade de uma explosão revolucionária. A nova situação favoreceu a polarização : de um lado o partido português e do outro, o partido brasileiro com os liberais radicais, que passaram a agir pela independência. E os conservadores encontraram em José Bonifácio um líder bem preparado para dar à independência à forma que convinha às camadas dominantes.

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