sábado, 6 de setembro de 2008

RIBEIRA - 103

AÇORES

Com quase seis séculos de presença humana continuada, os Açores granjearam um lugar importante na História de Portugal e na história do Atlântico: constituiram-se em escala para as expedições dos Descobrimentos e para as naus da chamada Carreira da India, dos frotas da prata, e do Brasil; contribuiram para a conquista e manutenção das praças portuguesas no Norte da África; quando a crise de sucessão de 1580 e das Guerras dos Liberais (1828-1834) constituiram-se em baluartes de resistência; durante as duas Guerras Mundiais, em apoio estratégico vital para as Forças Aliadas, mantendo-se até aos nossos dias, em um centro de comunicações e apoio à aviação militar e comercial.

O descobrimento do arquipélago dos Açores, tal como o da Madeira, é uma das questões mais controversas da história dos Descobrimentos. Entre as várias teorias sobre este fato, algumas assentam na apreciação de vários mapas genoveses produzidos desde 1351, os quais levam os historiadores a afirmar que já se conheceriam aquelas ilhas a quando do regresso das expedições às ilhas Canárias realizadas cerca de 1340-1345, no reinado de Afonso IV de Portugal. Outras referem que o descobrimento das primeiras ilhas (São Miguel, Santa Maria, Terceira) foi efetuado por marinheiros ao serviço do Infante D. Henrique, embora não haja qualquer documento escrito que por si só confirme e comprove tal fato. A apoiar essa versão existe apenas um conjunto de escritos posteriores, baseados na tradição oral, que se criou na primeira metade do século XV. Algumas teses mais arrojadas consideram, no entanto, que a descoberta das primeiras ilhas ocorreu já ao tempo de Afonso IV de Portugal e que as viagens feitas no tempo do Infante D. Henrique não passaram de meros reconhecimentos.

O que se sabe concretamente é que Gonçalo Velho (Gonçalo Velho Cabral foi um navegador português, cavaleiro professo da Ordem de Cristo. Ele era filho de Fernão Velho e de sua esposa , Maria Álvares Cabral) chegou à Ilha de Santa Maria em 1431, decorrendo nos anos seguintes o reconhecimento das restantes ilhas do arquipélago dos Açores, no sentido de progressão de leste para o oeste. Uma carta do Infante D. Henrique, datada de 2 de julho de 1439 e dirigida ao seu irmão D.Pedro, é a primeira referencia segura sobre a exploração do arquipélago. Nesta altura, as ilhas das Flores e do Corvo ainda não tinham sido descobertas, o que aconteceria apenas cerca de 1450, por obra de Diogo de Teive. Entretanto, D. Henrique, com o apoio de sua irmã, D. Isabel, povoou a ilha de Santa Maria. Os portugueses começaram a povoar as ilhas por volta de 1432, oriundos principalmente do Algarve e do Alentejo.


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