quarta-feira, 24 de setembro de 2008

RIBEIRA - 128

RUA DA PALHA
Essa é a rua da Palha, como era assim chamada a atual rua Vigário Bartolomeu, no quase centro da Capital (Natal-Rn). Vê-se ai uma brincadeira do São João, com o pessoal cobrindo a roda enquanto que outros apenas olhavam. Nesse tempo, a rua ainda era chamada Rua da Palha. Ao se consultar os velhos livros, vamos encontrar o significado do seu nome: Palha. É que nessa rua, as casas eram feitas ou cobertas de palha de coqueiro. Nesse mesmo local, bem antes, quando Natal se resumia apenas a Catedral de Nossa Senhora da Apresentação, que ainda não tinha nem essa Santa para cultuar, e as ruas próximas, como a rua Santo Antônio, rua da Conceição, e outros becos para cima e para baixo, como Beco da Cruz, hoje chamada Rua Junqueira Aires, a cidade vivia em uma tranquilidade que fazia dó. Quando se tirou essa foto, a cidade já mostrava um certo progresso, tendo até o 1º Cartório de Natal, pertencente ao sr. Miguel Leandro, o velho. Porém era uma rua de casas residenciais, algumas um pouco mais altas que as outras ou casarões chamadas "cachorro de cócoras", pois tinha o seu telhado caindo para a frente. De qualquer jeito era uma rua, com as moradias, algumas com quatro janelas e uma porta do meio, separando as janelas em duas e duas. Outros casarões com apenas uma porta e tres janelas, enquanto que outras tinham apenas duas janelas separadas por uma porta. Algumas casas, só tinham uma porta, não tendo janelas. Nesse tempo da foto, a rua já era calçada, vendo-se muito bem a calçada das residências, todas em um só prumo, bem diferente do que se vê agora em bairros da cidade, como Mãe Luiza, Rocas, Quintas, as casas tem as suas calçadas, todas em desalinho. Bem lá no alto da foto, do lado esquerdo de quem olha, do lado do sol, como se chama, vê-se um prédio que foi e é a Maçonaria 21 de Março. Hoje, esse prédio não existe mais. No entanto, a Maçonaria ainda está no mesmo local, em um edificio bem maior. Na foto, os que estavam no local, naquela hora, brincava de uma festa junina. Na rua, os moradores enfeitavam com bandeirinhas, como a de São João, toda a rua ou, pelo menos parte em que cada um morava. A rua da Palha, essa foto foi tirada logo do seu inicio, perto da rua Ulisses Caldas. O pessoal era alegre e descontraido, o que hoje não se vê mais, mesmo nos bairros distantes do centro da cidade. O que se nota é o espocar de fogos de artificio, que começa no inicio de maio e vai até começo de julho, depois da festa junina.
Festas juninas ou santos populares são uma celebração brasileira e portuguesa, de orígem européia. Historicamente, está relacionada com a festa pagã do solsticio de verão, que era celebrada no dia 24 de junho, segundo o calendário juliano (pré-gregoriano) e cristianizada na Idade Média como "festa de São João". Ela festeja no Brasil importantes santos católicos, como Santo Antônio, São João, São Pedro e Sao Paulo.
No Brasil, recebeu o nome de junina (antes era joanina, de São João), porque acontece no mês de junho. Além de Portugal, , a tradição veio de outros países europeus cristianizados dos quais se oriundam as comunidades de imigrantes, chegados a partir de meados do século XIX. Ainda antes, porém, a festa já tinha sido trazida para o Brasil pelos portugueses e logo foi incorporada aos costumes das populações indigenas e afro-brasileiras.
Festas de São João são ainda celebradas em alguns paises católicos, protestantes e ortodóxos. As fogueiras de São João e a celebração de casamentos reais ou encenados são costumes ainda hoje praticados em festas de São João européias. A festa de São João brasileira é típica da Região Nordeste. Por ser uma região árida, o Nordeste agradece anualmente a São João, pelas chuvas caídas nas lavouras. Em razão da época propicia para a colheita do milho, as comidas feitas de milho integram a tradição, como a canjica e a pamonha. No Brasil, a festa de São João não se encaixou, por não ter aqui um inverno tão severo ou mesmo pelo fato do verão não começar em junho.

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